Lembram que contei sobre as amostras que recebi na semana passada? Então, olhem só que sorte: recebi DUAS amostras do Alchimie! Da Li e da Dri, alegria em dobro!
E eu estava tão curiosa por tal fragrância, desejando conhecer o conteúdo desse lindo frasco que parece a abóbora-carruagem da Cinderela, e que, claro, foi descontinuado…
Foi criado em 1998 por Jacques Cavallier, e o designer de seu frasco foi Serge Mandau.
Alchimie é um perfume lindo, complexo, rico, mágico. E confesso que fiquei um tempão tentando nomear suas notas olfativas, mas consegui identificar poucas. É tanta riqueza, tamanha profusão de odores que fiz um movimento contrário ao que geralmente faço: eu costumo sentir o perfume, anotar as notas olfativas que percebo. Depois vou ao Fragrantica ou outro site especializado, e vejo as notas que, de fato, existem no perfume e não na minha percepção.
Esse eu fiz o contrário. Olhei no Fragrantica e daí tentei ‘encaixar’ o que eu havia sentido com o que de fato existe.
Notas de saída: cassis, ameixa, mandarina, cássia, lilás, pêssego, pepino (oi?), jacinto, grapefruit, pêra, bergamota.
Notas de coração: coco, jasmim, heliotrópio, lírio-do-vale, rosa, glicínia, acácia-falsa (Robinia pseudoacacia).
Notas de fundo: sândalo, fava-tonka, âmbar, almíscar, baunilha, caramelo, alcaçuz.
E eu, humilde, que na saída havia sentido uma farta e saborosa salada-de-frutas com groselha (aquela em xarope mesmo), no coração algo cremoso e doce, porém mais delicado e menos gustativo que creme burlee, com algumas notas verdes e florais que não consegui nomear. No fundo senti avalanche de notas quentes, gustativas, ‘macias e mastigáveis’.
Na verdade, senti, o tempo todo, vontade de morder, mastigar, saborear o Alchimie.
Ele me lembrou da obra de William Shakespeare, “Sonho de uma Noite de Verão”. Titânia, Rainha das Fadas, deve cheirar assim…

Joseph Noel Paton – “The Reconciliation of Titania and Oberon”, 1847.
Como não amar Alchimie?
Uma verdadeira riqueza olfativa e mutante?
Ainda vou conseguir um, você vai ver! ♥
Tomara, Dri, tomara!!!
Espetáculo de percepção Diana! Vc é surpreendente com sua escrita. Deu água na boca aqui! 😉
Jernê, obrigada! Sua presença aqui é sempre um prazer enorme!
EU USEI ESTE PERFUME POR MUITO TEMPO… INCLUSIVE NO COMEÇO DE NAMORO COM MEU MARIDO, QUANDO EU ERA SOLTEIRA, UM AMIGO ME DISSE CERTA VEZ: “VOCÊ TEM UMA ARMA A MAIS, SEU PERFUME” – E ERA VERDADE… ELE ERA DEMAIS… ERA INEBRIANTE!!! BOM, ANTES DE ONTEM, UMA AMIGA ME ABRAÇOU COM UM PERFUME PARECIDO… CHEGUEI EM CASA E MEU MARIDO LOGO FALOU, QUE PERFUME VOCÊ PASSOU? EU RESPONDI… NENHUM! (ESTOU COM A MINHA ALERGIA ATACADA), FOI ENTÃO QUE ELE DISSE, É IGUAL AO SEU PERFUME… FOI ENTÃO QUE EU NOTEI A SEMELHANÇA… ASSIM QUE TIVER O NOME, EU POSTO PARA VOCÊS… PORQUE SERÁ QUE NÃO É MAIS FABRICADO?
BEIJOS!!!
Carol, bonita história, obrigada por compartilhar! Já li que ele lembra o Fath, de Jacques Fath. Tenho ele, vou comparar, mas tem algo em comum sim, já adianto! E as descontinuações são infelizes mesmo… Beijos!
AH, UMA VEZ LI QUE ELE POSSUIA GROSELHA PRETA… É VERDADE?
Tem o ‘Black Currant’, que achei a tradução como cassis! Seria a mesma frutinha? Vou pesquisar!
Eu costumava amar esse perfume no passado. Ainda gosto, claro, mas me encanta mais o mistério que ele representa do que a fragrância em sim. Que frasco poderoso!! Hoje, eu tenho uma visão diferente dele…sinto um aroma de óleo para bebê. Sabe aquela polêmica sobre o Joop! Le Bain? Então, eu sinto esse cheirinho no Alchimie. Bem delicado.
“Minha” Titânia usa Eden, rs rs.
Power, sua Titânia! Pra mim Eden é perfume de amazona.
Li já faz uns dias, mas não tive oportunidade de comentar: deliciosa descrição, embora eu não seja uma fã em particular dos Rocha…
Eu sou muito fã da Rochas (menos o bocó Desir…). Obrigada pelo elogio, Anjos!