Vamos falar da Avon?

Não dá para falar da história da perfumaria e cosmética no Brasil e no mundo e deixar a Avon de lado.

Impossível.

Na verdade eu estava pesquisando sobre perfumes antigos da Avon, e me deparei com uma história de profundo respeito às mulheres. Enfim, os perfumes acabaram ficando em segundo plano…

Vamos falar um pouco da história da empresa:

A Avon nasce em 1886 com o nome de California Perfume Company nos Estados Unidos. Neste momento de progresso e mudanças no país, o livreiro David H. McConnell funda uma empresa à frente de seu tempo. Ele oferece às mulheres, em uma época em que elas nem tinham o direito ao voto, a oportunidade de ganhar o próprio dinheiro como revendedoras de cosméticos. Ele próprio cria as fórmulas dos perfumes e recruta as revendedoras.

A primeira revendedora Avon é Florence Albee, uma senhora de 50 anos, casada e mãe de dois filhos.

O primeiro produto da California Perfume Company é o Little Dot Perfume Set, com cinco fragrâncias com notas únicas: Lírio do Vale, Violeta, Heliotrópio, Rosa Branca e Jacinto.

Ao mesmo tempo as mulheres conquistam espaço em outras áreas, competem pela primeira vez nas Olimpíadas de 1900 e na França a física Marie Curie torna-se a primeira mulher a ganhar o Prêmio Nobel.

Por volta do início da Primeira Guerra Mundial, a empresa começa a expandir suas operações para fora do país. As vendas continuam a crescer, passando a marca do milhão de dólares em 1920, mesmo ano em que as mulheres americanas ganham o direito de votar.  A California Perfume Company está agora bem posicionada em diversas categorias, incluindo sabonetes e outros produtos para banho, higiene bucal, limpeza doméstica e aromatizantes.

Os Estados Unidos e países de todo o mundo experimentam um prolongado e doloroso período de declínio econômico conhecido como a Grande Depressão. Apesar do terrível clima econômico, a California Perfume Company persevera. Também é durante esse período que a empresa muda oficialmente seu nome para Avon.  Em 1928 então a California Perfume Company usa, pela primeira vez, a marca Avon em alguns de seus produtos. O nome é uma referência ao rio que passa em Statford-on-Avon, cidade natal do escritor inglês William Shakespeare, autor favorito de McConnell. A logomarca da Avon, apresentada em 1929 em uma das linhas de cosméticos, inclui um esboço da casa de Anne Hathaway, a esposa de Shakespeare (não a atriz que conhecemos hoje).

Durante a Segunda Guerra Mundial, a Avon disponibiliza metade de suas instalações, em Suffern, para apoiar os esforços de guerra, produzindo kits para paraquedistas, recipientes para máscaras contra gases e produtos farmacêuticos.

Em 1954 surge a campanha Avon Chama! Ding Dong! Em 1958 a Avon chega ao Brasil!

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O famoso slogan da Avon, associado à campanha de vendas “de porta em porta”, se tornou conhecido no Brasil na década de 60. As revendedoras iam de casa em casa apresentando e oferecendo seus produtos. Foi a oportunidade que muitas donas de casa tiveram para entrar no mercado de trabalho e não mais dependerem somente do provento de seus esposos.

Em 1959 a Avon instala sua primeira fábrica no Brasil, na zona sul da capital paulista. O batom Clear Red é o primeiro produto produzido no Brasil.

Além do mais, valorizar a mulher é a filosofia da empresa desde o início. Atualmente, a Avon é a companhia que mais possui mulheres em seus quadros. No Brasil, 60% dos funcionários são do sexo feminino.

Para demonstrar a relação sólida que a Avon construiu com as mulheres ao longo do tempo, em 2003, a empresa criou o Instituto Avon (www.institutoavon.org.br), cujas ações extrapolam o universo feminino e mobilizam toda a sociedade em centenas de projetos pelo país, desde destinação de mamógrafos como capacitação de profissionais e outras iniciativas.  Além de lidar com a questão do Câncer de Mama, o Instituto, em 2007, abraçou a causa lançada mundialmente pela Avon Foundation contra a Violência Doméstica, vídeos explicativos, materiais informativos e a disseminação tanto da Lei Maria da Penha como do número 180 da Secretaria de Promoção de Políticas para as Mulheres.

Fonte: http://www.br.avon.com/PRSuite/whoweare_main.page

Não é publicidade. É informação e reconhecimento a uma empresa que fez e faz seu papel social e inegavelmente faz parte da história mundial no ramo da cosmética e perfumaria.

E quem não se lembra dos clássicos perfumes que vinham naquela embalagem Cristal? Não me lembro dos cheiros, mas lembro dos nomes: Topaze, Charisma,  Sweet Honesty, Toque de Amor – deste último tenho uma vaga lembrança, e não é boa.

Na verdade não me lembro do finado Toque de Amor para dizer se acho que ele não ornava comigo ou se eu achava que ele era de má qualidade, então prefiro não opinar.

E ainda existiam frascos das mais diversas formas, acho que minha mãe tinha um Topaze que era uma Torre Eiffel (achei uma imagem na net).

Eram vidros de perfumes se transformavam em enfeites para a casa! Gosto dessa idéia. Podiam reeditar! Mas com os perfumes atuais, por favor.

Veja post incrível sobre tais embalagens aqui (inclusive é de onde peguei algumas imagens deste post): http://carissimascatrevagens.blogspot.com.br/2010/06/avon-chama.htm

Muita coisa mudou na perfumaria Avon. Hoje são feitas parcerias com estilistas famosos e celebridades. Por vezes o apelo é mais popular, outras vezes não. Alguns perfumes fazem frente com grandes marcas internacionais, outros são águas de colônia bem ao gosto das brasileiras. E assim segue a Avon. Conquistando. Aposto que não tem uma mulher que não tenha ao menos um produto Avon em seu arsenal de beleza. Pode ser um batonzinho, mas tem!

Quem ainda tem o ranço do preconceito quanto a perfumaria da Avon, pense melhor. Veja quanta coisa boa a marca já fez pelas mulheres do Brasil e do mundo! Por isso, dá uma chance, conheça as novidades. As coisas mudam. Você pode se surpreender!

Inclusive esses dias adquiri um perfume da marca que muito me agradou, em breve falarei sobre ele..

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Cleopatra’s Secret, Yakshi Fragrances

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Primeiro, perdoem a foto, está uma joça. Difícil fotografar com a câmera do celular um vidrinho de 9ml…

Em minha coleção de perfumes e aromas tenho algumas coisas exóticas e interessantes. Uma vez comprei por uma bagatela, em uma loja de todo tipo de produtos naturais (online e americana) algumas fragrâncias roll-on da marca Yakshi Naturals (http://www.yakshifragrances.com/). Segundo o site (o que fiz a compra), a proposta da Yakshi é “oferecer um cheiro maravilhoso, sem a presença do álcool. Estes aromas artesanais tem uso fácil, por serem roll-on e não vão sobrecarregar seus sentidos olfativos como muitos outros perfumes. Além disso, são de longa duração, de modo que não há necessidade de voltar a aplicar. Não têm petroquímicos ou óleos minerais. Não testado em animais”. Pronto, ganhou meu coração.

“O Yakshi nome refere-se a deusa árvore antiga da Índia. Todos os produtos Yakshi são feitos artesanalmente e são misturas de fragrâncias naturais e artificiais que não contenham a petroquímica ou do petróleo”.

Cleopatra’s Secret contém em sua formulação: óleo de coco, óleo essencial de limão, óleo essencial de jasmim, óleo essencial de rosa centifolia.

Olha, pelo preço que foi, acho que tais óleos vieram bem diluídos, afinal, a fixação de tal perfume não é tudo isso que é prometido. Ele é bem “a flor da pele”, íntimo. Nos primeiros  minutos projeta bem, mas logo se acanha e é preciso estar perto para descobrir o segredo de Cleópatra. Talvez essa seja a graça toda da coisa. 

Todas as notas estão presentes, o limão, o jasmim, a rosa. A rosa é brejeira, menina, acho que por causa do enlace com o limão. O jasmim aprofunda um pouco a fragrância, mas pouco, ela é um tanto quanto linear e com suas poucas notas bem mescladas.

Mas sabe, ele é bom. Lembra um attar, mas não é. É um óleo fino, gostoso de passar, daqueles que faz a gente levar o pulso ao nariz de tempos em tempos para vivenciar melhor e mais intensamente o aroma, sabe? Pretendo comprar mais algumas fragrâncias da Yakshi, pela proposta, pela qualidade, pelo prazer do cheiro simples, mas bem elaborado.

 

5:40 pm in Madagascar, Kenzo (Travel Collection)

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Pois então, pensei que 5:40 pm in Madagascar (vamos chamá-lo apenas de 5:40, ok?) fosse pura baunilha. Deve ser porque tal região é famosa pela produção de tal orquídea (http://www.wildmadagascar.org/brazilian-portuguese/kids/06-economy.html). E ele é pura baunilha, só que ao contrário. Vou explicar…

Primeiro, a pirâmide olfativa:

Notas de saída: lótus.

Notas de coração: frésia, cedro.

Notas de fundo: baunilha. Claro! 

Agora, para definir a evolução e como percebi o 5:40, vamos fazer assim:

Notas de saída: baunilha.

Notas de coração: frésia, cedro.

Notas de fundo: lótus.

Pronto, funciona assim: ao contrário. Estranho né? Nunca tinha visto uma baunilha que “abre” o perfume com força e esmaece, dando espaço para a nota delicada da flor de lótus.

5:40 me pegou de surpresa, de “calças curtas” como diria minha avó! A quente explosão de baunilha se foi junto com o calor da tarde, e trouxe o frescor do sol poente. Não desaparece por completo, ainda empresta algo morno e adocicado, mas sem ser invasivo e sem encobrir as notas florais. As notas sim, pois além da nota de lótus me parece que tem algo mais, arrisco um tico de nada de frangipani, mas deve ser meu louco nariz…

5:40 é de 2009 e seu frasco é lindo! Gostei muito dessa proposta turística da Kenzo. Quero conhecer os outros roteiros…

Olfato: O sentido marginal

Link para a excelente matéria da revista Superinteressante sobre o Olfato, escrita por Marcos Nogueira, na edição 200, de Maio de 2004.

http://super.abril.com.br/cultura/olfato-sentido-marginal-444491.shtml

“Apesar de indispensável, o olfato foi posto em segundo plano pelo homem civilizado – até mesmo pela ciência, que só recentemente começou a farejar pistas sobre a importância dos cheiros”. 

File:Draper-Pot Pourri.jpgPot Pourri, pintura de 1897 de Herbert James Draper (1863 – 1920).

Só pra lembrar que o meu olfato é muuuuuito melhor do que o seu!

 

 

Secret de Vénus, Weil

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Acho que já deu para perceber que eu adoro uma antiguidade, em se tratando de perfumes né? Os que muitos chamam de “perfume de vó” fazem minha alegria e me transportam a décadas passadas, onde a perfumaria tinha todo um mistério, glamour e particularidade.
Secret de Vênus foi criado pela casa Weil em 1933. Tal casa tem uma história um tanto quanto curiosa. Vamos a ela…
Fourrures Weil era uma pequena empresa familiar de peles, fundada em 1912. Os três irmãos Jacques, Marcel e Alfred Weil, que fizeram artigos de peles para os abastados durante anos, decidiram ofertar perfumes para seus clientes.
A Parfums Weil foi criada, então, em 1927. Todos os perfumes que foram vendidos entre 1927 e 1954 vieram em garrafas feitas por Baccarat.
Durante a guerra, em 1940 a empresa fechou seus escritórios em Paris e mudou-se para os EUA. A fábrica de Paris foi confiscada pelos nazistas e com ela, vários perfumes ali produzidos. Tais fragrâncias nem mesmo chegaram a ser apresentadas ao público. Depois da guerra, a fábrica voltou oficialmente a ser propriedade da família Weil.As primeiras fragrâncias da casa, criadas em colaboração com a perfumista Claude Frayesse, foram feitas para serem usadas em casacos de pele, para mascarar o odor da própria pele do animal. As fragrâncias foram nomeadas Hermine, Chinchilla, Zibeline e deveriam ser usadas ​​na pele equivalente. Zibeline, por exemplo, era uma fragrância forte com algália, jasmim, sândalo, aldeídos, mel, íris, estragão e coentro em sua composição.

Weil lançou uma série de fragrâncias para uso como perfume propriamente dito, e não para odorizar casacos e demais artigos de pele. Secret de Vénus, um clássico e feminino perfume da família chypre floral foi apresentado em 1933. Antilope, em 1946; em 1971 foi lançado Weil de Weil. Lançamentos mais recentes são Weil Pour Homme, Bambou, de 2005, Eau de Weil e So Weil.

Voltemos agora ao Secret de Vénus…
Opulento, e clássico perfume chypre floral, daqueles que ofendem olfatos mais sensíveis e desacostumados as fortes fragrâncias dos anos 30/40. Bom, é claro, adquiri o perfume que está a venda atualmente (a versão Eau de Cologne), acredito que tenha passado por muitas reformulações e esteja longe do que era nos anos 30, mas enfim…
Notas de saída: lavanda, bergamota, limão almafitano, pêssego, cassis.
Notas de coração: jasmim, gardênia, frésia.
Notas de fundo: sândalo, patchouli, cedro, baunilha.
Se você gosta de grandes clássicos como Chanel nº5, Madame Rochas, Caleche, acredito que Secret de Vénus vá te agradar. Ele é um pouco cru, como o contato de um casaco de peles sobre a pele nua, e acho que é isso que a Weil queria fazer! Entenda: embora tal contato, imagino que seja de extrema maciez e conforto, não deixa de ter o toque rústico, selvático e primitivo.
Cheira como um perfume clássico deve cheirar. Tem um quê de aldeídico. Tem todas as características que um bom chypre floral deve ter. Tem um opulento e melífluo buquê floral. As notas de saída deixam claras e as notas da infalível dupla bergamota/pêssego. Tem as notas de fundo amadeiradas e bem marcadas, distintas. E inevitavelmente, muitos dirão que lembra o talco que a tia solteirona ou a avó usava. Pronto, temos a fórmula de um perfume datado. Então vai entrar com honras para a coleção da loucadosperfumes!
Para mim, é o perfume da obra “Venus in Furs” do italiano Guido Crepax.
Deixo claro que sou contra o uso de peles para qualquer finalidade. Sou contra a exploração animal, seja ela de qualquer tipo.
A propósito, outro dia me questionaram se eu aceitaria um perfume que tal pessoa considerou datado demais e “antiquado”. Resposta: sim, aloucadosperfumes recebe de braços abertos perfumes que estão jogados em algum canto, mal amados. Inclusive os meus amados senhores vindos de décadas passadas!

Insolence, Guerlain

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Antes de tudo, ele em o cheiro da minha melhor amiga, daquelas do coração – irmãzinha – então já gosto dele. Daí entramos na questão do poder do olfato em nos trazer lembranças e despertar emoções e sentimentos…
Insolence foi criado em 2006 para a casa Guerlain por Maurice Roucel e Sylvaine Delacourte. O belo frasco em forma de rosa (que me lembra um arrojado bolo de noiva) é criação de Serge Mansau.
Um perfume que “rompe” com o padrão da perfumaria Guerlain. É muito juvenil, muito frutado, muito moderno. Mas guarda em si a maestria das criações da casa.
Na minha opinião, um dos melhores lançamentos dos últimos tempos da já saturada família olfativa floral-frutal. Insolence, como o próprio nome já diz, e serei redundante em dizer, é insolente! Petulante, arrogante. E ao mesmo tempo, percebemos que toda essa soberba é fingida, que por trás de tudo isso existe uma doçura atrevida, lúdica e irresistível! Dá vontade de beber tal insolência!
Já ouvi que ele tem cheiro de bala de goma, de ki-suco (lembram disso?). Ele tem um quê sintético sim, de alguma frutinha fantasiosa que só existe em algum saquinho de balas vindo diretamente da fábrica do Willie Wonka. E quer saber? Adoro tal nota sintética e mentirosa…
Notas de saída: framboesa, bergamota, limão, frutas vermelhas (aposto que misturando tudo isso dá a tal balinha do Wonka).
Notas de coração: flor-de-laranjeira, violeta, rosas.
Notas de fundo: íris, sândalo, fava tonka, musk, resinas aromáticas.
A nota floral que mais se destaca em minha concepção é a rosa. Sabe, como naqueles sucos árabes de rosas com morangos? Então, assim. A violeta aparece sim, mas discreta, só para dar cremosidade e profundidade ao perfume. As notas de fundo são bem mescladas, com maior destaque para a fava tonka.
Insolence é jovial, mas é sexy! É apetitoso, é gustativo. Tem lá seu “cheiro de bala”, mas sem as dulcíssimas notas carameladas comuns ao gênero.

Agarwood (OUD)

Agarwood tem a fama de ser a madeira mais cara do mundo. Há muitos nomes para o cerne resinoso e perfumado produzido principalmente por árvores do gênero Aquilaria. Mais comumente a resina é conhecida como agarwood, aloeswood, eaglewood, gaharu, agalocha ou oudh (em árabe).

Agarwood tem sido usado para fazer incenso de alta qualidade há séculos. Os chineses descrevem seu aroma como “uma fragrância doce, profunda, mas equilibrada” e usam em celebrações religiosas e festivas, bem como os árabes, indianos e japoneses. Agarwood também é parte de muitas farmacopeias tradicionais, que remonta aos tempos medievais e os médicos chineses ainda o prescrevem para resfriados e problemas digestivos. O óleo extraído do agarwood é utilizado nos países árabes como matéria prima para perfumes, principalmente masculinos.

O oudh se forma como uma reação ao ataque de fungos. Árvores infectadas com um tais fungos secretam um óleo perfumado que “protegem” as áreas danificadas (raízes, ramos, cerne ou seções do tronco), que gradualmente se tornam mais escuras, de tons que vão do marrom escuro ao preto.

Espécies que produzem Agarwood são encontradas em toda a Ásia, enquanto que ocorrem naturalmente no Sul e Sudeste da Ásia. O sub-continente indiano foi a principal fonte de agarwood por muitos séculos, mas como as árvores se tornaram escassas no meio do século XX, a extração intensificou na Indochina. Mais tarde, foi estendido para a Indonésia e Malásia. Hoje existem plantações de Agarwood em diversos países, incluindo Bangladesh, Butão, Índia, Laos, Papua Nova Guiné, Tailândia e Vietnã.

Pode crescer em uma grande variedade de solos, incluindo solo arenoso pobre. As árvores crescem de 6-20 m de altura. As folhas são alternas, de 5-11 cm de comprimento e 2-4 cm de largura, com ápice acuminado curto e uma margem inteira. As flores são verde-amarelado, o fruto é uma cápsula lenhosa 2,5-3 cm de comprimento. Pelo menos 15 espécies de árvores Aquilaria são conhecidas por produzir Agarwood.

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Agarwood é exportado em várias formas (pedaços de madeira, pó, óleo e como produtos acabados, tais como perfumes, incensos e medicamentos), e os principais importadores são países do Médio e Extremo Oriente – em particular os Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita (onde agarwood é conhecido como oudh), bem como Hong Kong, Taiwan e Japão.

 

Método de Extração

Existem três métodos através dos quais o óleo é destilado: hidro-destilação, destilação a vapor e de extração supercrítica de CO2. No entanto, os métodos mais comuns de destilação são hidro-destilação e a destilação de vapor. Para definir qual o processo será utilizado é preciso levar em conta a idade da árvore. Árvores mais velhas têm maior teor de resina e, assim como um vinho, resina velha fica melhor com a idade. Falando da classificação do óleo de agarwood, a melhor qualidade de óleo sai da primeira destilação e depois desta a madeira sofre de segunda destilação e, por conseguinte, que é classificada em conformidade com o número de vezes que é “cozido”.

Substitutos sintéticos geralmente são desenvolvidos quando as fontes sustentáveis ​​do produto natural não se encontram disponíveis ou seu preço é muito alto. Os componentes químicos principais responsáveis ​​pelo aroma característico de produtos de madeira de ágar, sesquiterpenos, podem, em princípio, ser sintetizados. No entanto estas estruturas são muito complicadas, que serão extremamente caros de sintetizar, o que o torna comercialmente pouco atraente.

 

Por que o óleo de Oudh é tão caro?

Baixo rendimento de material vegetal, trabalho intenso no processo de extração. Estas são todas muito poucas razões da alta do Agarwood. São necessários no mínimo 20 kg da madeira para produzir 12 ml de azeite. Além de tudo, muitas vezes o Oud é “caçado” nas matas por nativos que se arriscam em meio a ameaças naturais…

Estima-se o valor de 18.000 Euros para um quilo do óleo do Oudh.  No mercado atual é basicamente utilizado em perfumaria natural .

Outro motivo de agarwood ser caro é a ameaça de extinção. As mais importantes espécies produtoras de resina  estão protegidas em todo o mundo sob a CITES (Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Fauna e Flora Silvestres), bem como pela World Conservation Union, IUCN. A. crassna foi listada como uma espécie em extinção há alguns anos pelo Governo vietnamita, mas agora está listado como uma espécie protegida no Vietnã.

 

Fontes: http://www.agarwoodconsulting.com/

http://www.fragrantica.com/notes/Agarwood-Oud–114.html

Miss Habanita, Molinard

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Acabou a festa de Momo! Não, não me junto aos seus cortejos…  então, vamos voltar a falar de perfumes.

Como já deu para perceber, sou fã confessa da Molinard e tudo que eles engarrafam e vendem para mim é sacrossanto. Bom, até hoje todos perfumes da casa que conheci me agradaram…

Digo que Miss Habanita, embora tenha algo de atalcado e “retrô”, em nada lembra a potência do Habanita de 1921. Ainda bem, porque se lembrasse, seria um flanker ou uma releitura moderna, e a idéia não era essa. A idéia era apresentar ao público uma “filha” (ou neta) da Habanita impetuosa dos anos 20.

Essa mocinha nascida em 1994 pertence a família chipre frutal, é feminina, decidida e mostra ao mundo que herdou da antepassada a personalidade marcante. 

Notas de saída: uvas, cidra.

Notas de coração: pêssego, orquídea, ylang-ylang, jasmim.

Notas de fundo: baunilha, vetiver, sândalo.

Missa Habanita abre cheirando a vinho branco licoroso. Logo depois as notas de orquídea (eu acho que da espécie Oncidiun “Sharry Baby” – a famosa orquídea com cheiro de chocolate – também sou apaixonada por plantas depois falo mais disso) e o ylang-ylang aparecem imponentes e bem femininas. O pêssego e a cidra aparecem em forma de ponche: veja só que perfume mais alcoólico, antes vinho, agora ponche! Digo ponche porque sinto uma nota de champanhe aí, algo borbulhante que aparece assim de repente e logo desaparece. Adoro essas coisas. Que coisas? Bebidas e perfumes, oras!

A base abaunilhada é atalcada, semelhante a “baunilha Guerlain”. O vetiver, sinceramente, não sei onde foi parar…  

Miss Habanita é uma senhorita encantadora! Nada das mocinhas rosadas e insossas da atualidade, não é uma lolita. Já tem seus vinte e poucos, já sabe o que quer, já ganhou, já perdeu. Tem em si a doçura, o viço, a sedução, a impetuosidade que é de família. Mas sem a agressividade masculina que sua antepassada Habanita precisou para enfrentar o mundo. Os tempos são outros…

 

Contratipos e Falsificações

Tais assuntos são polêmicos, rendem muito, mas vou tentar ser breve.  Vamos lá:
Contratipo
Contratipo, inspirado, referência olfativa… são muitos os termos utilizados para definir perfumes que “imitam” outros. Tem pessoas que são absolutamente contra tais produtos, outras usam sem medo de ser feliz. Vou colocar aqui meu ponto de vista…
Nada contra os contratipos. São uma boa opção quando a pessoa deseja muito o perfume e não está abonada o suficiente para adquirí-lo. É a democratização do perfume, minha gente! Mas aí mora o perigo: existem contratipos de qualidades terríveis, é preciso tomar cuidado e investir em marcas mais conhecidas para não transformar seu sonho de perfume no maior dos pesadelos ou até em uma reação alérgica dermatológica ou respiratória.
O que eu tenho contra tais produtos é quando eles são desonestos e dissimulados com seu público. Explico: tem muita marca famosa que faz perfumes “inspirados” e não assume nem sob tortura. E a pessoa vai lá, inocentona, e paga quase 100 pila por um perfume que de original não tem nada, é ”inspirado” em uma obra já existente no fantástico mundo dos “importados”.  Isso na minha opinião é omitir informação do consumidor. Em outras palavras, é ser desonesto.
Prefiro marcas que deixam bem claro que suas fragrâncias são contratipos. Não cito nomes, mas existem marcas que até mesmo divulgam catálogos em que dizem: “perfume nº XX – referência: D&G (a exemplo)”. Dignidade e transparência com o consumidor. Ponto pra elas!
Pessoalmente, gosto da marca Paris Elyseés (não, não ganhei nada pra falar dela aqui). São perfumes de boa qualidade, bem parecidos com os originais, com boa fixação, preço bom e vidros até que bonitos. Cumprem o que prometem sem falsidade ideológica. Confesso que já corri e às vezes ainda corro para eles quando PRE-CI-SO matar as lombrigas de um perfume novo. Aliás, comprei um ontem, bem bonzinho…
Falsificação
Diferente de contratipo. Enquanto o contratipo imita só o cheiro do original, a falsificação imita a embalagem, o nome, a cor e as características secundárias do produto para se passar por original. Já o cheiro fica em segundo plano…
Quem já andou pela região da rua 25 de março aqui em na região central de SP já deve ter visto ambulantes com carrinhos cheios de perfumes embalados naquelas bandejinhas de frios de isopor (sério gente!) cobertos de plástico filme. Então, vidros originais, líquido vindo sabe-se lá de onde. Ouvi dizer que tais vidros autênticos são comprados ou trocados por utilidades domésticas, enchidos com qualquer colônia e vendidos com a premissa de serem originais.
E não é só aqui, olha só esse vídeo mostrando tal fraude em outro país da América Latina:
Temos muitos exemplos de falsificações de perfumes e diversos produtos cosméticos, e devemos sempre nos lembrar dos riscos que tais produtos podem trazer para nossa saúde.
A falsificação pode ser grosseira e pode ser de alto nível, deixando em dúvida até mesmo o mais habituado comprador de perfumes. Mas acredito que o alvo de tais picaretas sejam os compradores eventuais, aqueles que compram de vez em quando e são seduzidos pela possibilidade de ter um perfume “importado” por um valor módico.
 Já vi falsificações de todos os jeitos: perfeitas, tanto que nem eu acreditei que eram falsas, só quando cheirei o produto mesmo – e comprei em um site americano especializado, um dia conto a história aqui – e já vi aquelas com embalagem errada, com nome escrito errado (já vi Ferrary, Bulberry, Anjel, Jadorê, Doce&Cabanna – estou esperando pra ver o AnjoDemônho e o Cocô Chanel, kkkk).
Infelizmente, enquanto existirem consumidores para tais produtos, as falsificações continuarão por aí.
Nesse caso, prefiro ficar sem perfume do que usar um Doce&Cabanna.
Veja aqui excelente post sobre como reconhecer um perfume falsificado:http://perfumesbighouse.blogspot.com.br/2012/03/falsificado-ou-nao.html