Billion Dollar Green Bond, Paris Elysees

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Ah os perfumes fougère, nossos velhos conhecidos! E como gostamos do que já nos é familiar e tradicional né? Oferece segurança e conforto! Segundo o texto da Ego in Vitro, o gênero surgiu graças à síntese da cumarina – componente de aroma polvoroso da fava tonka – no final do século XIX, a Houbigant compôs Fougère Royale, que inaugurou um gênero totalmente novo e revolucionou a perfumaria. O gênero fougère evoluiu para se adaptar às tendências modernas e passou de estilo musgoso e sério para aromático e descontraído. Para tornar-se mais fresco, um perfume fougère muitas vezes tem vibe de barbearia por causa da adição de notas mentoladas.

Fougère em francês significa samambaia e a premissa de um perfume do gênero é o acorde cumarina-lavanda. A partir dele o perfumista pode brincar à vontade.

Já ficamos então na expectativa de algo fresco. E Billion Dollar Green Bond representa com dignidade a família olfativa!

Na saída tem notas frescas, cítricos e lavanda de aspecto limpo, lembra produtos tradicionais de barbearia.

Logo misturam-se ao coquetel de frutas cítricas notas amadeiradas bem conhecidas na perfumaria masculina e uma menta bem pronunciada que traz uma nova sensação de frescor, diferente daquela que conhecemos nas notas de saída.

Depois de algumas horas na pele encontramos patchouli de aspecto canforado, a fava tonka polvorosa, um breve toque de sândalo leitoso e adocicado.

É um perfume tipicamente masculino, tradicional. É para aquele homem idealizado, de comercial de margarina. É para o novo modelo de homem que está se desenhando, o que assume sem medo que os brutos também amam. É para os esportistas, para os executivos que querem passar a impressão de vigor e disposição. É para todos (e todas)!

Notas de saída – bergamota, limão siciliano, tangerina, lavanda.

Notas de coração – cedro, trevo, madeira guaiac, hortelã, noz-moscada.

Notas de fundo – âmbar, patchouli, sândalo, fava tonka.

Carnal Flower, Frederic Malle

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Pois é, o blog não serve só para falar sobre perfumes! Serve sim para dividir essa paixão com pessoas que acabam por se tornar amigas e companheiras nessa viagem incrível pelo mundo dos cheiros!

Através de um comentário em uma dada resenha, conheci a Gisele. Ela tinha uma dúvida quanto a um perfume que até então ela não sabia o nome. E para piorar, uma ‘amiga da onça’ que ostentava tal cheiro a enganou, ao ser perguntada sobre o nome de tal perfume. Disse à ela que era o caro e portentoso Carnal Flower, do festejado Frederic Malle. Lá foi Gisele, cheia de boa vontade perseguir o perfume de seus sonhos e comprou o tal Carnal Flower. E se decepcionou. Detestou, não era nada daquilo que ela buscava!

Eu, cara de pau que sou e sabendo que ela detestara o perfume, perguntei se ela poderia me mandar uma amostra, já que ainda desconhecia o perfume. E qual não foi minha surpresa quando ela disse sim! E ainda mais me surpreendi quando o pacotinho chegou em casa, e dentro dele tinha um frasco de 10ml do bonito! E eu que sou fã de perfumes intoxicantes de flores brancas, delirei!

Te agradeço, Gisele, pela generosidade e carinho!

Carnal Flower é um mergulho em uma magnífica piscina, cheia de camadas perfumadas!

Logo ao mergulhar, ao primeiro contato com a pele, sente-se cascas de limão, melão fresco e flores brancas macias, cerosas, de aspecto plástico… Aí surge um convite de tal piscina… vai, afunda mais um pouco, você não vai se arrepender!

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E as flores brancas desfilam, te envolvem e rodopiam em seu nariz, na sua pele. São lactônicas, inebriantes, tóxicas, inocentes! São jasmins, tuberosas e gardênias que cheiram tão absurdamente natural que de fato parece que estamos rodeados das plantas!

Daí você dá uma braçada e encontra algo verde que já te é conhecido! Puxa pela memória e consegue visualizar folhas de eucalipto esmagadas. Para algumas pessoas pode fazer pensar em produto de limpeza ou remédio, para mim me trouxe a memória  do bosque de eucaliptos que tem no Parque da Aclimação, localizado no bairro onde vivi muito tempo. Me trouxe conforto e frescor.

Se você concordar em prosseguir a viagem proporcionada pelas flores brancas, no fundo da piscina tem coco. Para mim, água de coco fresca, com toque salino e jeito de isotônico que dá uma boa ‘arejada’ no perfume. Me fez pensar no cheiro de flor tiaré, que vem muitas vezes misturada ao coco e sempre me faz pensar em praia.

Tem almíscar. Para te lembrar que você é gente, não é flor e sua passagem nesta piscina é epifania, o mundo real te espera…

Carnal Flower é isso, é deixar de ser gente e se tornar – por alguns momentos – flor, permitir enterrar o nariz na pele a cada cinco segundos para sentir o perfume, como se o fizesse em um ramalhete.

Para quem ama tuberosas e jasmins, é um delírio! Um dos mais belos florais brancos que já senti, duela em pé de igualdade com o portento Fracas.

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Criado por Dominique Ropion em 2005, demorou 18 meses para ficar pronto! Durante o renascimento italiano, o cheiro da tuberosa foi proibido para mulheres jovens e castas, pois seu cheiro poderia despertar desejos lascivos… Acho que na realidade, essa é a intenção do Carnal Flower, ser ao mesmo tempo angelical e obsceno.

Feito com as melhores e mais caras matérias primas, incluindo absoluto de tuberosas e de flor de laranjeira, suas notas olfativas são: tuberosa, eucalipto, flor de laranjeira, melão, coco, jasmim, limão, ylang-ylang e almíscar.

Ah, o perfume que Gisele buscava? O Love, da Chloé.

 

Attraction For Her/For Him, Avon

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Recebi esses dias a nova dupla perfumada da Avon! E fiquei encantada com a apresentação do produto, tão bem alinhada com a proposta e o nome do perfume!

Os dois perfumes, o masculino e o feminino, vieram lindamente encaixados dentro da embalagem. Enlaçados em momento de intimidade…

O nome não é Attraction à toa não! Segundo informações do vídeo que veio em um pendrive junto com os perfumes, foi desenvolvida uma molécula pelos perfumistas da Firmenich, batizada de ‘Coração Magnético’. É um acorde de musks e âmbar. Além do mais, o poder afrodisíaco de Attraction foi testado por casais reais do Brasil, Estados Unidos e Rússia. 80% desses casais afirmou que o uso do perfume deu resultado sim!

É sabido que o olfato é um dos mais poderosos ‘gatilhos’ na hora da atração entre os pares. Quem nunca se encantou pelo cheiro de uma pessoa que atire a primeira pedra!

O perfume foi criado pela perfumista Honorine Blanc em parceria com o brasiliero Adilson Rato e ela explica “Minha inspiração foi o intenso sentimento de atração entre as pessoas e todas as emoções vivenciadas por esta sensação em um curto espaço de tempo”. No processo criativo, ela fugiu às regras de seu processo normal como mestre perfumista e elaborou um produto a partir de seus próprios sentidos diante da intenção atrevida de aproximar corpos. “Eu me permiti explorar um novo território olfativo para a Avon, o que é muito emocionante. A simplicidade da construção, a textura fluida e a emoção dentro desta fragrância, traz uma assinatura única, que nunca fiz antes. Criamos um vício instantâneo sobre o movimento e o toque”. (Fonte https://www.cosmeticinnovation.com.br/avon-lanca-fragrancia-com-molecula-que-potencializa-atracao/)

O que eu achei dos perfumes? Deliciosos! O feminino é de uma doçura delicada, rente à pele. Cheiro de fruta madura, flores exóticas, almíscares com cheiro de roupa ainda morna do contato com a pele.

O masculino começa com notas herbais frescas e picantes e o gengibre é bem presente. Ele que começa a ‘esquentar’ a composição. Muitas notas amadeiradas estão presentes e elas tem aspectos adocicados e esfumaçados. Fogueira feita com madeira macia começando a queimar…

Nos dois perfumes o almíscar é bem presente e novamente me faz pensar em roupa usada, blusa de lã arrancada do corpo depois de um dia inteiro de contato.

Segue pirâmide olfativa oficial divulgada pela marca.

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Achei um vídeo promocional do perfume, acredito eu que da Rússia, visto a quantidade de roupas de inverno usada pelo casal. JURO que não tinha visto o vídeo antes de escrever a frase aí de cima, toda a coisa das roupas usadas, da blusa de lã. Mas é interessante ver que que ocorre no vídeo está de acordo com as sensações e imagens que o perfume me trouxe!

 

 

Boa viagem, Elke Maravilha!

Ontem o mundo ficou mais triste e mais convencional. Perdemos Elke Maravilha.

Sou fã dela desde pequena, quando a assistia no mítico Show de Calouros! Bela, extravagente, carismática, livre! Chamava todos mundo de ‘criança’ e era só sorrisos!

Era russa. Desfilou para Zuzu Angel e lutou ao seu lado quando seu filho desapareceu nos porões da ditadura. Foi presa por desacato e perdeu a cidadania brasileira, tornando-se apátrida. Falava 9 idiomas. Teve 3 casamentos e nunca teve o desejo de ser mãe. Tinha uma concepção de mundo que poucos têm. Criatura única, que delícia devia ser conversar e aprender com Elke Maravilha!

Era exagerada para tudo, inclusive para usar perfumes! Diz-se que ela usava o bombástico e exótico Knezo Jungle Elephant. Um jornalista que teve a oportunidade de conversar com ela diz que ainda se lembra de seu perfume.

Deixo então minha singela homenagem a Maravilhosa Elke. Que continue brilhando e rindo em seu novo lugar!

As fotos perfumadas de Junior Belarmino

Faz um tempo o Junior entrou em contato comigo a fim de divulgar uma seleção de fotografias com o tema ‘perfumes’. São lindas e gostaria de compartilhar com vocês.

Deixo com vocês então uma breve apresentação do Junior! Obrigado pela sua colaboração!

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“Sou Junior Belarmino, brasileiro com 20 anos vividos, estudante de Artes Visuais na Federal do Vale do São Francisco na Bahia, só que moro no interior do Estado de Pernambuco, embora tenha sido dificultuosa a apreciação de uma grande variedade de perfumes, pela baixa demanda na minha cidade, mas nada grave que impedisse os meus desejos olfativos, que não são termináveis.

Desde alguns anos a minha paixão por perfumes brotou, e daí em diante faz parte do meu cotidiano usufruir de fragrâncias e de todo o seu contexto, como estudante na área artística e por muito prazer eu tenho me dedicado a juntar esses dois elementos que acabaram se tornando esseências da minha personalidade: arte e perfume (também é uma arte) na linguagem fotográfica.

No interior do mundo perfumístico, mais precisamente aos amantes de pefumes é comum reconhecer que existem propostas por trás das escolhas perfumísticas, sejam elas comerciais, climáticas, regionais ou até mesmo periódicas intervém na escolha da fragrância que melhor se adepta ao momento em que usamos.

Recentemente tenho trabalhado em uma série “Per Fume: Através da Fumaça dos comerciais”, onde quero através da imagem atiçar os mais diversos sentidos: o que eu sinto quando estou usando (X perfume) através de sua proposta, importante observar os elementos fotográficos como também influências objetivas. O conhecimento da proposta olfativa de cada perfume fotografado é um complemento para entendimento da fotografia em si e sua composição, proposta essa mais sensual, obscura, jovial, ou até mesmo suave, onde miro transcender a imagem visual e realçar a questão do olfato, não os separando, mas ligando-os na linguagem.

Como exemplo da própria essência fotografada se tem o Pink Sugar (açúcar rosa, em português) da marca italiana Aquolina, esse tem um potencial que aguça os amantes de perfumes com notas gourmands doces, em sua composição se encontra algodão-doce, caramelo, bauninha, bagas vermelhas, entre outras. Na composição dou uma coloração mais rosada à fotografia em alusão a sua principal nota: o algodão doce”.

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Obrigado Junior Belarmino pela colaboração e parabéns pelo bom gosto e belíssimas fotos!

Krasnaya Moskva (Red Moscou), Novaya Zarya

Aproveitando o fantástico artigo que saiu no Fragrantica.com sobre a perfumaria russa, republico o post abaixo.

Antes de tudo, um pouco da rica história da marca e do perfume:

Krasnaya Moskva (ou Red Moscou) foi a primeira fragrância ‘soviética’ e certamente a mais popular. De acordo com os perfumistas que trabalham para Novaya Zarya (a fábrica de cosméticos em Moscou, Rússia), a fragrância foi criada por Auguste Michel, mas a data em que foi lançada a fragrância permanece obscura: ou aconteceu em 1913, ou em 1917. De acordo com os arquivos do Osmotheque, Krasnaya MosKva foi criado em 1925.

Krasnaya Moskva é conhecido por todos os cidadãos da ex-União Soviética e seu nome é repleto de associações emocionais. A fragrância é um exemplo clássico de um chypre floral suave, com uma nota fresca de cabeça (bergamota, coentro, neroli, aldeídos), um coração floral picante, com base no cravo, rosa, jasmim e ylang-ylang e uma nota de base, composta de madeiras, notas balsâmicas, íris e tonka.

Novaya Zarya era antes a fábrica de Henri Brocard em Moscou (antes da Revolução, em 1917) e mais tarde foi nacionalizada e recebeu um novo nome soviético – Novaya Zarya.

Henri Brocard foi para a Rússia após a tentativa fracassada de seu pai, Athanase Brocard, de desenvolver cosméticos e sabão na França e depois nos EUA. A concorrência lá era muito forte, mas a Rússia, com a aristocracia e a emergente burguesia ávida de luxos, parecia ser um vasto e atraente mercado.

Henri Brocard começou sua própria fábrica em Moscou, em 1861: ele começou produzindo cosméticos baratos, tais como sabão e pó dentifrício para a classe mais baixa. Seu sabão foi um sucesso instantâneo, devido ao seu preço atraente baixo e a boa qualidade.

Sua mercadoria foi apoiada por publicidade inteligente e bem-humorada: as pessoas nos cartazes da marca eram civis ou camponeses e as cenas retratadas eram muitas vezes bastante cômicas. Acabou por adotar o slogan: ‘O Sabão Nacional’.

O mercado de cosméticos da Rússia já existia muito antes da chegada de Brocard: a enorme fábrica francesa, A.Rallet & Co. (um dia conto sobre a polêmica entre um dos perfumes da Rallet e o Chanel °5), fundada por Alfonse Rallet em 1843. No entanto, a fábrica da Rallet produzia principalmente pomadas e perfumes caros. Após a Revolução, a fábrica foi nacionalizada e ganha um novo nome, Svoboda (‘Liberdade‘), e ainda está em funcionamento.

Brocard, feliz com seu sucesso inicial na Rússia, começou a produzir cosméticos de alta qualidade, acrescentando óleos essenciais e glicerina na esperança de ganhar uma clientela de mais alto nível. Logo a mercadoria de Brocard despertou o interesse da família real e muito em breve a fábrica tornou-se a fornecedora oficial de Sua Alteza Real, Alexandra Fiódorovna, a esposa do último czar russo Nicolau II. O sabonete de luxo que ele começou a produzir não era simplesmente de alta qualidade, também foi muito atraente: oval ou redondo, com letras esculpidas em cada um. É altamente provável que a esposa de Brocard, Charlotte Ravey, que cresceu e estudou na Rússia (mas era na verdade de origem belga), o ajudou muito, já que ela conhecia a cultura e costumes russos.

A fábrica mais tarde acrescentou fragrâncias a sua lista de produtos. A marca ganhou vários prêmios em diversas mostras e feiras, como as realizadas em Nizhny Novgorod, Rússia e até mesmo Paris, na França. Henri Brocard morreu em Cannes, França, em 1900.

A fábrica foi nacionalizada em 1917, depois da Revolução Comunista, e foi atribuído um nome sem sentido ‘ fábrica de Sabão # 5’. Só mais tarde, em 1922, foi dado o nome do novo Novaya Zarya, que ainda perdura. Curiosamente, Polina Zhemchuzhina, a esposa do famoso político soviético Molotov (e amigo íntimo de Stalin esposa Svetlana Allilueva), foi CEO da fábrica por dois anos ( 1930-1932).

Durante a Segunda Guerra Mundial, a fábrica, como muitas outras, foi transferida para Sverdlovsk (anteriormente e recentemente Ekaterinburg ), na área de Ural.

Novaya Zarya tem aproximadamente 64 perfumes criados. O nariz que trabalhou nas fragrâncias é Auguste Michel. (fonte: http://www.fragrantica.com/designers/Novaya-Zarya.html)

Atualmente a casa tem novo nome, agora atende pelo nome de Nouvelle Etoile. Uma velha-nova estrela que sempre brilhará no céu da história da perfumaria!

……………..

Por tudo isso, acabei comprando o Red Moscou. Pelo contexto histórico.

Ele é um floralzão extremamente datado, com um quê de Guerlinesco. É sim, tem algo das fragrâncias antigas de Guerlain. Acho que é a tonalidade atalcada.

O melhor dele? E pura história! Gente, é o perfume que assistiu as mudanças sociais da Revolução Russa! Isso me emociona e me faz viajar aos invernos rígidos e aos palácios rebuscados dos czares bigodudos (vamos falar a verdade: o povo na Rússia de tal época mal podia comprar pão, quanto mais perfume. Então é coisa de czar mesmo…).

Notas de saída: bergamota, flor-de-laranjeira, coentro.

Notas de coração: jasmim, rosa, cravo (flor), ylang-ylang. E digo: tais flores somadas ao coentro são a verdadeira alma do perfume. Reinam sobre as demais notas olfativas… O cravo e o jasmim imperam!

Notas de fundo: íris, baunilha, fava-tonka. A íris é soberana nesse tríade. A baunilha e a fava-tonka só fazem figuração…

O perfume é intenso, ‘carregado’ demais. Mas quer saber: sou uma profunda admiradora do Red Moscou. Ele atravessou um século, assistiu duas guerras mundiais, resistiu às mudanças da sociais e econômicas da Rússia, do Comunismo, da Guerra Fria, da Perestróika. Nunca deixou de ser produzido.

É um monumento russo!

 

Miss Dior EDT, Dior

Antes de tudo, obrigada a todos que desejaram saúde e pronta recuperação! Tá de volta Aloucadosperfumes, agora operada e quase recuperada. Pelo menos já consigo comer miojo e sentir cheiros! A respiração ainda não tá 100%, segundo a médica só sentirei as benesses da cirurgia dentro de uns 40 dias…

Hoje falo de um perfume muito amado, inclusive um dos preferidos da minha mãe, uma senhora de 77 anos. Prova aí que não tá com nada seguir o rótulo, pode ser considerado masculino, feminino, ter a alcunha ‘miss’. Vale usar o que nos traz alegria e bem estar.

O Miss Dior (versão EDT) é um perfume muito bonito mas tenho lá minhas implicâncias com ele. Primeiro, dizem que ele é um chypre floral. Ok, hoje em dia chypre não é mais sinônimo da trinca bergamota-musgo de carvalho-labdanum. O patchouli entrou na jogada e toda essa modernidade em minha opinião descaracterizou a família olfativa. O Daniel Barros explica bem isso aqui. Mas pra mim o Miss Dior de chypre tá bem longe.

Outra coisa, participo de muitos grupos de discussão, trocas e vendas de perfumes em redes sociais e não aguento mais ver o valor exacerbado dado a ele. Só dá o bendito! Quer trocar? Só de for pelo Miss Dior. Qual perfume busca para compra? O Miss Dior. Qual o perfume preferido? O Miss Dior. Cansei.

Mas… vamos deixar meu azedume de lado e falar desse mimo que é o perfume! Ultrafeminino, usa saia balonê, babadinhos e fita no cabelo! Mas tudo com muita elegância e charme!

Começa com flor de laranjeira adocicada e fresca. Depois surgem rosas recém desabrochadas e com um quê de cheiro de maquiagem, de batom. As rosas presentes no Miss Dior são festivas e frutadas, me fazem pensar em morangos!

Essa dupla reina muito tempo até que aparece o patchouli, a verdadeira estrela desta festa. Ao mesmo tempo terroso, doce, fresco. É elegante, nada invasivo, tem meiguice e ao mesmo tempo atitude.

Miss Dior é equilibrado, tem doçura, tem frescor, tem azedinho, tem profundidade.

Mas peloamordedeus Dior, pare de lançar flankers! O que é bom também cansa.

Lançado em 2013, o perfumista criador é François Demachy. As notas olfativas são neróli tunisiano, rosa búlgara, rosa turca e patchouli.

O sumiço da Loucadosperfumes…

Oi gente bonita! O blog anda paradinho né? Mas é por causa justa, eu explico…

Dia 26 de julho fui submetida a uma cirurgia de nariz e garganta para retirada de carne esponjosa, correção de septo e uvuloplastia. Agora tô aqui, toda doída e com olfato prejudicadinho devido ao inchaço do pós-operatório.

Aliás, eita pós-operatório infernal! Que fome eu passo, pois só posso tomar líquidos frios e gelados por 10 dias…

Mas tudo vai passar e logo o blog volta com tudo, torçam pela minha recuperação!

Beijos, amigas e amigos cheirosos!