Ah, chocolate…
Por volta de 1400, os Astecas dominam a civilização maia. O cacau servia de alimento e oferenda para os Deuses. A bebida feita com o cacau adicionada de pimenta, baunilha, mel, flores e outros ingredientes recebe o nome de cacauhatl (água de cacau) ou xocoatl (água amarga) e era consumida pela nobreza.
Os pobres consumiam em ocasiões especiais – como casamentos – misturados a um mingau de milho. Mas havia outro jeito de apreciar a bebida tão preciosa: o indivíduo que se oferecesse a sacrifício receberia o xocoalt como um agrado, antes de partir. Isso acontecia em eventos como o festival feito em homenagem a Huitzilopochtli.
Mas o Xocoalt da casa argentina Fueguia 1833 não é só para a nobreza e nem precisa se entregar em sacrifico por ele! Se você tiver 100 dólares sobrando um frasco de 30ml pode ser seu!
Como se fosse fácil ter 100 doletas disponíveis para torrar em perfume. Talvez valha a pena repensar a questão do sacrifício…
O perfume teria tudo pra ser de uma doçura explícita e até mesmo enjoativa, mas a Fueguia soube dosar lindamente suas notas e Xocoalt tem um quê tostado e amarguinho que intensifica depois de umas 3 horas na pele.
Começa com baunilha esfumaçada, em vários momentos questionei se existia algum tipo de incenso entre as notas olfativas do perfume. O cacau é bem presente e me fez pensar no que eu conheço de mais próximo do fruto in natura, o cacau em pó usado em muitas preparações culinárias. Logo me veio a cabeça o cheiro da orquídea Oncidium Sharry Baby, que tem um delicioso cheiro de chocolate!
A baunilha vai aos poucos tornando-se mais gustativa bem como o cacau, que vai ‘adoçando’ e logo faz lembrar bombons finamente recheados de licor.
Xoxoalt tem um forte aspecto boozy, em muitos momentos me fez associar a um drink que muito me apetece, o Alexander.
É um perfume de delícias, faz suspirar!
Criado em 2010 por Julian Babel, são suas notas olfativas: orquídea, baunilha, cacau, rum.
http://popscience.com.br/chocolate-uma-dadiva-da-mesoamerica