Comecem dando uma voltinha aqui: http://www.parfumscaron.com/. De morrer né?
Pois vamos a um resumo da história dessa magistral perfumaria…
Caron é uma lendária perfumaria fundada por Ernest Daltroff em 1904. Sem nenhum treinamento formal como perfumista, mas com um amor para perfume incutido por sua mãe e um nariz muito talentoso, Daltroff começou a criar o que viria a ser uma das mais duradouras e queridas casas na história da indústria de perfumes.
Em 1901 ou 1902, Ernest Daltroff e seu irmão Raul compraram uma pequena perfumaria chamada “Emilia”, localizado na rue Rossini, em Paris, possivelmente com alguma ajuda financeira de um homem chamado Kahann. Em 1903 a empresa foi transferida para 10 rue de la Paix e renomeada “Caron” (fonte: http://www.perfumeprojects.com/museum/marketers/Caron.shtml).
A história da Caron é uma história de amor secreto. Daltroff contratou uma ex-costureira, Felicie Wanpouille, para ser conselheira artística da companhia. Wanpouille supervisionou o design dos frascos da empresa e das embalagens, e desempenhou um papel fundamental no sucesso da empresa. Wanpouille foi musa de Daltroff e houve rumores de ser apaixonado por ela, mas nunca declarou formalmente esse amor.
Tomara que na juventude ela tenha sido gatinha…
Narcisse Noir (1911) foi o primeiro perfume da casa a ganhar notoriedade. Esta fragrância icônica mais tarde foi imortalizada no filme “Sunset Boulevard”, embalada nas mãos de Gloria Swanson (ver imagens do filme aqui: http://www.youtube.com/watch?v=tCv1Fd0oH_E). N’Aimez Que Moi, lançado 1916 (“Love No One But Me”) é dito por alguns como uma expressão segredo de afeto entre Daltroff e Wanpouille. Tabac Blond, introduzido em 1919, foi projetado para o novo estilo de mulher emergente na época, alguém que não tinha medo de contestar convenções sociais vigentes, como fumar cigarros em público.
Em 1930 a casa produziu um pó fácil que fez muito sucesso que e ainda está disponível hoje. O processo de fabricação de tal pó é um segredo muito bem guardado.
Com a Segunda Guerra Mundial e os nazistas se aproximando, Daltroff, que era judeu, fugiu para a América para escapar da perseguição, deixando Caron em mãos muito capazes de Wanpouille. Daltroff nunca mais voltou para a Europa e faleceu em 1947.
Wanpouille manteve a casa em atividade, introduzindo novos perfumes em colaboração com outros perfumistas e supervisionou as operações até sua morte em 1967.
Patrick Alès comprou a Caron em 1998, e Romain Alès dirige a empresa hoje.
A casa Caron é a única que continua a oferecer as criações originais de Ernest Daltroff, muitas das quais ainda são produzidos na mesma embalagens ou em frascos semelhantes. Caron também se destaca por oferecer belas garrafas reutilizáveis de todos os tamanhos, com fragrâncias armazenadas em belas fontes de cristal Baccarat.
A Caron tem 48 perfumes em seu ‘portfolio’. A primeira data de 1911 e o mais recente é de 2013. Já passaram pela Caron os perfumistas Dominique Ropion, Richard Fraysse, Michel Morsetti, Gerard Lefort e Jean-Pierre Bethouart.
Em breve falerei de outros perfumes da marca. Caron, continue sendo esse monumento, esse tesouro. Um dia ainda verei de perto suas fontes em cristal Baccarat…
Tenho o Eau de Reglisse Liquorice, que é compartilhado. Parece que enfiei a cara na alfavaca. Dizem ser muito linear com as ervas, mas nem achei. Em mim teve evolução definida e o final é uma surpresa docinha, parecendo que estou usando um outro perfume. Mas embora tenha sido feito para o verão acho que foi pra um verão não tão quente quanto o nosso. Nos 30 e tantos graus de Recife não fica bem. Mas no ‘inverno’ de seus 23 a 25 graus ele fica ótimo. Acho tão diferente do que é feito hoje em dia, me lembrou o Jolie Madame , que é de 1953, mas sem o tabaco e o couro. Adoro.
Não o conheço, mas acredito que seja bom, visto que é um Caron!