Rosewood, Banana Republic

Eu gosto dele. Mas acho muito contraditórias as informações que temos a respeito do mesmo. Vou explicar… primeiro, não tem nada de rosewood (o “ingrediente”, a nota olfativa) na sua formulação. Só se for uma alusão a embalagem (linda, por sinal)… Mais uma: ele é considerado membro da família olfativa oriental floral. Desculpem, mas na minha modesta opinião ele tem que crescer muito pra chegar lá, tem que “encorpar”…

Mas enfim, Rosewood é um floral ambarado delicado e gostoso, mas sem personalidade. Foi criado em 2006 por Pascal Gaurin, tem uma embalagem linda, elegante e exótica ao mesmo tempo.

Nota de saída: bergamota.

Nota de coração: chá (verde?).

Bota de fundo: âmbar.

Só? Dizem que sim. Mas sinto nele alguma flor, rosas ou peônias misturadas ao verde do chá. Não sinto nenhuma adstringência no Rosewood, como já ouvi em alguns comentários, ao contrário, sinto cremosidade. A tonalidade cítrica do começo logo ganha nuances florais e ambaradas.

Na verdade? Esperava mais dele. Mais tudo. Ele é limpo demais, simples demais, comedido demais. Poxa, podia ter umas notas amadeiradas, uma rosa rumorosa mais pronunciada e dramática! Quer saber? Se eu fosse a Banana Republic faria uma nova versão dele, desta vez com mais personalidade e projeção.

Para as que gostam de perfumes suaves e “a flor da pele”, Rosewood é uma boa pedida!

English Rose, Yardley

Então, estou com preguiça de tirar foto do meu EDT English Rose Yardley de 50ml. Então vai uma aleatória da net.

O perfume? Coisa de boneca. Tem perfume que é assim, faz você se sentir determinada personagem: uma princesa, uma dominatrix, uma femme fatale… English Rose faz a gente se sentir uma boneca! E das novas, recém saídas da caixa, com o cabelo bom ainda! Entendem?

Ele é uma boa colônia eu diria, afinal, sua fixação não é das melhores, dura na pele umas 2 horas. Mas que 2 horas deliciosas: limpas, luminosas, femininas, delicadas!

Suas notas de saída: gerânio, rosa.

Notas de coração: flores brancas.

Notas de fundo: notas amadeirada, especiarias (onde?), musk (esse beeeem sutil e delicado).

O que sinto nele mesmo são as rosas! Vivas, frescas, em seu maior esplendor! Plenamente desabrochadas em uma manhã de sol primaveril morno! Não quente, morno. Com brisa fresca da noite ainda presente. Estou confusa hoje. 

Mas olha, recomendo demais o English Rose para quem gosta de rosas. E toda mulher gosta de rosas, como já disse a Ana Carolina…

 

Anosmia (livrai-nos deste mal…)

Eis nosso maior pesadelo! Mas afinal, o que é a Anosmia?

É a ausência total de olfato. Ou seja, quem tem anosmia não sente cheiro de nada – e tem o paladar comprometido, já que a língua percebe só cinco sabores (doce, salgado, azedo, amargo e unami, mais conhecido como aji-no-moto). Assim, o anósmico não pode diferenciar um café sem açúcar de um purgante, já que os dois são amargos.

O otorrinolaringologista Richard Voegels explica que o distúrbio pode ter origem genética, ser causado por problemas psicossomáticos, traumas na cabeça, cirurgias nasais ou por doenças como rinites e sinusites.

De que forma isso acontece? Por lesão no nervo olfativo, obstrução das fossas nasais ou outras doenças, como por exemplo, uma grave infecção brônquica. Segundo pesquisadores, existem algumas maneiras comuns de perder o sentido do olfato: uma doença crônica dos seios nasais, uma infecção viral, a inalação de algo tóxico ou um ferimento na cabeça.

Dentro de seu nariz, há um agrupamento de células chamadas neurônios olfatórios. Esses neurônios possuem receptores de odor, que captam as moléculas minúsculas lançadas pelas coisas (como uma laranja recém-descascada, um saco de pipoca, uma flor). Os neurônios, em seguida, passam as informações para o cérebro, que interpretam o cheiro.

Diferentemente da maioria dos nervos, as fibras nervosas olfativas do cérebro são continuamente substituídas, assim, as pessoas podem, ocasionalmente, recuperar o sentido do olfato conforme novas fibras crescem.

Os médicos alertam que a falta do olfato pode ser perigosa. Os anósmicos não iriam notar um vazamento de gás, o cheiro de comida estragada ou o cheiro de fumaça, por exemplo. Muita gente joga comidas fora da geladeira simplesmente se suspeitam que estão lá há muito tempo. A higiene pessoal também é uma grande preocupação para alguns.

Mas o maior efeito é com certeza sobre a percepção do sabor dos alimentos. Isso cria dificuldades sociais para as pessoas.

Os cheiros atingem os neurônios olfativos ou através de suas narinas, ou através de uma via ligando o céu da garganta a seu nariz. Se essa segunda passagem está bloqueada, as pessoas são incapazes de captar odores e, consequentemente, sabores.

Além da anosmia, outros problemas olfativos são fantosmia (sentir cheiros inexistentes), hiperosmia (olfato ultra-sensível), hiposmia (anosmia parcial) e presbiosmia (perda do olfato comum na velhice).

Apesar de algumas vantagens (quem não sente cheiro não se incomoda quando um flatulento pega o mesmo elevador que ele), a anosmia pode causar problemas graves, que vão de acidentes com gás ou comida estragada até depressão e distúrbios alimentares, causadas pela perda do paladar.

Fontes: http://hypescience.com/anosmia-a-completa-falta-do-senso-de-olfato/

http://super.abril.com.br/saude/olfato-anosmia-444709.shtml

 

 

Gaultier2, Jean Paul Gaultier, por Carla Biscaglia

O post de hoje é muito especial! Contamos com a colaboração da amiga e outra louca dos perfumes Carla Biscaglia! Ela resenhou o delicioso Gaultier2! 

Segue o texto da Carla:

Ah, Gaultier, seu infant terrible…

Conversando pelo facebook, Diana perguntou se eu poderia resenhar algum perfume para o blog. Confesso que bateu o peso da responsabilidade pois não me considero um nariz treinado. Sou apenas esforçada e apaixonada como a grande maioria das pessoas que tem uma coleção cheirosa.  Não sei identificar tantas notas. Mas este querido que vos venho comentar consegue ser denso, enigmático, andrógeno e sensual mesmo sendo de uma simplicidade atroz.

Criado em 2005 por Francis Kurkdjian, mesmo criador de Fragile, Fleur du Male, Elie Saab Le Parfum, entre muitos outros. A proposta é de um perfume onde a simplicidade de suas notas pudessem ser compartilhadas entre o masculino e o feminino.

Ele não apresenta pirâmide, é composto por apenas três notas: âmbar, almíscar e baunilha. Notas de “base”,  normalmente usadas para dar corpo e fixação. Devido a isso  sua duração é espetacular. A sillage também é intensa, apesar da falta de flores e frutas em sua composição. Devido à tudo isso  se apresenta praticamente linear, apenas ondula suas notas como se revezassem em potência. Algumas pessoas poderiam dizer que essa característica tira a magia de observar a evolução de um perfume mas neste caso acho uma vantagem. Gaultier² se mostra ao mesmo tempo viril, feminino e carnal. E a simples combinação é tão poderosa e intensa que ninguém que o prova continua incólume. Normalmente se entrega e passa a desejá-lo.

Mesmo não tendo outras notas, no meio desse aroma inebriante percebo cheiro de tâmaras, ou uvas-passas ao rum, além de macio couro (pelica ou camurça?) e tabaco, bem leve. Benjoim também parece fazer parte dele, acento doce-amadeirado. Quente, te envolve em sua atmosfera de sedução, inebriante, licoroso.  Libidinoso, diria.

Infelizmente, descontinuado.  Ainda se encontra para vender em algumas lojas a preços não muito atraentes. Mas vale o investimento. Como “alternativa” a ele há Altamir, de Ted Lapidus. Não exatamente igual, tem suas diferenças, mas sua evolução pode ser percebida a semelhança. Gaultier² continua insubstituível. Ou como algumas pessoas o descrevem, sexualidade engarrafada. 

 Carla, muito obrigada pela sua colaboração! Achei sua resenha excepcional!

 

Prada Amber, Prada

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Fui hoje comprar meu cobiçado Habit Rouge na loja do chinês mais simpático (e doido) da 25 de março, o Sr. Bao. Saí de lá com ele e de quebra ganhei um tester do Prada Amber (pela metade, com a válvula quebrada, a plaquinha de metal descolada e sujo, sujismundo de ter crostas de poeira). Mas enfim, cavalo dado não se olha os dentes e fiquei é muito feliz com o presente! Só limpar e dar uns truques que o perfume ficou bem apresentável, vide foto. Sr. Bao, o Sílvio Santos chinês, sou muito grata!

O que dizer do Prada Amber… foi criado por Carlos Benaim, Max Gavarry e Clement Gavarry e é o cúmulo do que um oriental amadeirado deve ser! Quanta sedosidade e fluência em um só perfume! Macio e cálido, escorre de modo melífluo. É sexy, envolvente, adulto, misterioso! Faz a linha do Jungle Elephant, poderoso, exótico!

Já tinha lido resenhas lindas sobre ele no Perfume na Pele, e até então me contentava com a amostra que ganhei de uma amiga querida também louca por perfumes. Agora me delicio com mais fartura! 

Prada Amber é resinoso, ambarino, amadeirado, terroso e tem uma atmosfera “dark”. Nada de perfume água com açúcar! É daqueles viciantes e perversos, que viciam e apaixonam…

Notas de saída: notas verdes, estragão, notas frutais, bergamota. Aqui as notas verdes tem seu breve momento de estrelismo, bem como o toque herbal do estragão. Logo se tornam mornas devido as notas do coração e da base.

Notas de coração: mel, cravo (flor), jasmim, ylang-ylang, rosa. O ylang-ylang é pronunciado, bem como a nota de mel que dá um toque doce nada enjoativo, é pura provocação!

Notas de fundo: A perfeição! Sândalo, âmbar, patchouli, almíscar, benzoim, musgo-de-carvalho e baunilha. As notas são tão bem “encaixadas”, não achei outra palavra, que para mim ficou difícil separá-las. A evidência maior em minha opinião são o sândalo, o âmbar (que diz a lenda ser tintura de âmbar gris natural, isso mesmo, aquele de origem animal), o benzoim resinoso e levemente amargo e a baunilha soberana e muito bem dosada. 

Além de tudo, na bonita plaquinha prateada de cima do frasco vem escrito que ele contém: sândalo indiano, patchouli da Indonésia, resina de ládano francesa e benzoin do Sião. 

Agora digam, pessoas que gostam de perfumes exóticos e poderosos, dá pra resistir a tamanha abundância perfumística? É um abuso, esse Prada Amber!

 

Hypnotic Poison, Dior

A pedido de uma leitora de Portugal, falarei do Hypnotic Poison. Não o possuo, apenas uma amostrinha gentilmente cedida por uma amiga. Mas desejo um frasco de 100ml para me embriagar a vontade!

Foi criado em 1998 por Annick Menardo e pertence a família olfativa Oriental Vanilla, uma das preferidas.

Seria redundante dizer que Hypnotic Poison é hipnótico? É envolvente, sedutor, uma verdadeira poção mágica! Um dos poucos perfumes que de fato merece um vidro vermelho!

Notas de saída: apricot, ameixa, coco.

Notas de coração: tuberosa, jasmim, lírio-do-vale, rosa, jacarandá, alcarávia (cominho).

Notas de fundo: sândalo, amêndoa, baunilha, almíscar.

Geralmente não gosto da nota de coco, mas aqui ela aparece leitosa, nada tropical ou alcoólica, e além do mais é sutil e delicada. Mesmo a tuberosa, que geralmente se sobressai aparece branda e macia, bem como o jasmim. Eu diria, na verdade, que as grandes estrelas do Hypnotic Poison são as notas de fundo, “enfeitadas” pelas demais que compõe a saída e o coração. Elas temperam, amaciam, dão uma certa leveza, mas não tem como fugir da doçura penetrante da baunilha e da amêndoa. Se você já sentiu o cheiro do cominho, se já teve a oportunidade e curiosidade de esmagar tais sementinhas entre os dedos, vai reconhecer o aroma dele também. Ele dá uma boa dose de exotismo e profundidade no perfume.

As notas amadeiradas do sândalo e do jacarandá (o chamado Brazilian Rosewood) aparecem quentes, como madeira recém cortada aquecida pelo sol. Já sentiu isso? Moro perto de um parque aqui em SP, e nele tem um bosque de eucaliptos. Quando eles são cortados por algum motivo, ficam espalhados pelo parque em grandes “rodelas”. E quando são atingidos pelo sol, desprendem um aroma doce, pungente e penetrante, que não parece o das folhas do eucalipto. É resinoso, adoçado, medicinal. E delicioso… Devaneios a parte, é isso que sinto das madeiras do Hypnotic Poison, elas são aquecidas pelo sol…

Hypnotic Poison é noturno, é sensual, é vamp. É para mulheres que querem seduzir e – porque não dizer – hipnotizar!

Entre os dias 17 e 21 estarei impossibilitada de postar aqui no blog, mas dia 22 já estarei de volta com novidades! Agradeço a compreensão!

Habit Rouge, Guerlain

ImagemTire-me o sono, Guerlain! Como você consegue fazer perfumes com tamanha maestria heim? Como, como?

Habit Rouge foi criado por Jean-Paul Guerlain em 1965, e reformulado em 2003. Pela classificação, é masculino. Acho perfeitamente compartilhável e quero um. Ganhei 3 amostras generosas do amigo Denis do blog 1nariz, no dia em que nos encontramos para uma adorável conversa perfumística. Neste dia ele me apresentou Jicky, Cuir de Russie e me deu esses flaconetes do Habit Rouge. Embevecida com os dois anteriores, deixei o Habit para lá, até que esses dias resolvi prová-lo, e claro, imediatamente me apaixonei…

Habit Rouge é Guerlain. A cara da Guerlain. A Guerlain antiga e suntuosa, com todo o poder do guerlinade e a ousadia das notas herbais e com um toque animálico, aqui representado pelo couro. Enfim, ele é maravilhoso!

Abre com a nota herbal e adocicada do manjericão e uma profusão de cítricos, logo em seguida se mostra amadeirado e especiado, com notas florais nada esmaecidas. São poderosas, sem serem agressivas. São encantadoras… O sândalo e o patchouli dão uma leve “ardência” ao perfume, porém nada incômodo, tudo aparece com muita classe e elegância! As notas abaunilhadas, resinosas e de leve sugestão medicinal do fundo se confundem com o couro e com a profundidade do musgo de carvalho em uma dança, quase ritualísitica! Daí elas se confundem, se fundem, se tornam uma coisa só. O resultado é magnífico! Passo a não mais distinguir as notas que o compõe e me resigno apenas e admirar e me inebriar com sua beleza!

Habit Rouge é animal selvagem no cio, correndo incansável em campos férteis e plenos de flora. 

Mesmo depois de muitas horas na pele, Habit Rouge mantém o toque aveludado e o atalcado mais delicioso do mundo. Atrevo-me a dizer que foi o “guerlinade” mais bem orquestrado que já senti…

Notas de saída: laranja, manjericão, bergamota, jacarandá, limão, lima, tangerina.

Notas de coração: cravo, sândalo, patchouli, canela, jasmim, cedro, rosa.

Notas de fundo: ládano, couro, âmbar, bezoim, musgo-de-carvalho, baunilha.

Habit Rouge, Jicky e Shalimar terão sempre um lugar especial nas prateleiras do meu coração! E quanto mais da Guerlain antiga, vamos dizer assim, eu conheço mais embriagada e apaixonada fico! 

Pomander (pomme d’ambre)

Pomander: do francês pomme d’ambre (maçã de âmbar) é um recipiente geralmente arredondado e de superfície perfurada feito para conter substâncias aromáticas, como âmbar (daí o nome), almíscar ou ervas aromáticas. O pomander foi usado como uma proteção contra a infecção em tempos de peste ou simplesmente como um artigo útil para modificar os maus cheiros corporais e ambientais. Os pomanders “pessoais”podiam ser pendurados em uma corrente ou fita e levados junto ao corpo, ou presos a uma cinta e usados por cima da vestimenta. Eram geralmente perfurados e feitos de ouro ou de prata. Por vezes eles continham várias partições (de 4 a 8), em cada um dos quais foi colocado um perfume ou material aromático diferente.

O pomander pode ser considerado uma forma primitiva de aromaterapia.

Foram mencionadas pela primeira vez na literatura em meados do século 13 (recomendo site que mostra imagens de um exemplar do século 14: http://www.kornbluthphoto.com/ThirteenthFifteenth6.html). Eles foram usados ​​no final da Idade Média até o século 17, inclusive na época da Grande Peste Negra, que dizimou aproximadamente 1/3 da população européia. Algumas fontes literárias citam que os primeiros usos dos pomanders eram de finalidade religiosa, para perfumação e purificação do ambiente eclesiástico.

File:Rosary with pomander.jpg

Na corte dos séculos 15, 16 e 17, nobres costumavam usar cintos com diverso pomanders. Claro! O banho era coisa rara e as doenças eram bem comuns. Era preciso espantar as pestilências e espantar os maus odores…

O Jornal de Arqueologia, (volume 31, 1874, página 339) descreve uma fórmula para fazer um pomander  que também foi escrito e publicado por Frederic Madden: os ingredientes eram os seguintes: estoraque, calamite, labdanum, benjoim. Estes itens acima deveriam ser moídos até virar pó. Em seguida dissolvidos em água de rosas e colocados em uma panela de cozedura. A mistura, ao ser removida do fogo devia ser “enrolada” na uma forma de uma maçã e pulverizada com uma mistura de canela doce e cravo. Algumas outras “receitas” ainda levavam ingredientes derivados de animais, como almíscar ou algália.

Até Nostradamus escreveu certa vez uma “receita” de matéria para uso em pomanders! Seu método para fazer “bolas aromáticas”: reunindo um quilo de rosas sem as cabeças de flores, e sete onças de benjoim chão. Deve-se colocar as rosas em imersão na água almiscareira por uma noite. Em seguida, retirar as rosas e espremer completamente a água. Em seguida, triturá-los com o benjoim. Durante a moagem, colocar um quarto de âmbar cinzento e outro de algália ou almíscar. Depois da moagem, moldar “comprimidos” e colocar cada um entre duas pétalas de rosa. Então você secar os comprimidos longe do sol.

…………

Quem assistiu ao clássico filme “O Bebê de Rosemary” de Roman Polanski deve-se lembrar do colar que Rosemary ganhou da sua velhaca vizinha recheado de raiz de tannis (suposta planta relacionada ao culto satânico)! Eis um pomander de uso pessoal!

É fria, Rosie, taca fogo!

Já li algo sobre terços feitos de material aromático, tais como as pastilhas de Nostradamus…

Eu tive a sorte de ganhar do meu marido a releitura que a L’Occitane fez dos pomanders utilizados em residências elegantes (leia: ricas)e igrejas nos séculos 16 e 17, que tinham de 4 a 8 compartimentos para abrigar os mais diversos materiais aromáticos (os mais comuns eram: agarwood, âmbar cinzento, bálsamo, benjoim, cálamo, cânfora, canela, civeta, cravo, goma arábica, tragacanto, labdanum, lavanda, manjerona, almíscar, noz-moscada, clava, raiz orris, óleo de rosa, alecrim, styrax).

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Dentro do meu amado pomander tem daqueles incensos de barrinhas, uma vez que ainda não consegui nada mais digno dele, mas estou tentando…

Atualmente utiliza-se como pomanders os sachets com essências naturais ou artificiais ou até mesmo frutas com especiarias, como é o caso das conhecidas laranjas enfeitadas com cravos da índia, utilizadas para repelir insetos e perfumar mesas em datas festivas. Existem também pomanders feitos de tecido aromatizado ou flores que são muito comuns em festas ao ar livre. Mas nem se comparam aos antigos não é?

  

Fontes:

http://www.larsdatter.com/pomanders.htm

http://www.kornbluthphoto.com/ThirteenthFifteenth6.html

http://en.wikipedia.org/wiki/Pomander

Indicação de Bibliografia:

Perfume and Pomanders: Scent and Scent Bottles Through the Ages, E. Launert (comprei em um sebo aqui do centro de SP, em prefeitas condições).

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Rouge Royal, Princesse Marina de Bourbon

ImagemVamos ao que interessa: Rouge Royal tem o frasco bonito, como é comum aos perfumes da grife Marina de Bourbon e tem o preço bem acessível em comparação aos demais “importados”. E é gostosinho, mas não é um grande perfume, longe disso.

Foi lançado em 2002 e tinha como ideal: “Como um hino ao amor, este novo perfume criado pela Princesa Marina de Bourbon age como um elixir contra a futilidade dos tempos modernos. Cor da provocação, mas com refinamento, da riqueza que embeleza nossas rainhas, e das festas de senso nobre, esta cor nos revela mais intimamente naquelas noites onde as mulheres voltam a ser símbolo de uma feminilidade perdida e onde se misturam a sensualidade, desejo e paixão. Deste modo, revelada, a mulher “Rouge Royal”, animada por uma força ancestral, se lança à conquista do mundo, atuante, sedutora, perturbadora e inevitável.” 

O texto em itálico eu não escrevi não, copiei de um site de uma perfumaria virtual. E digo: sinto muito Marina, mas não deu…

Logo no início, Rouge Royal tem cheiro de batom de criança. Desse aqui ó:

O aroma de morango sintético persiste por muito empo ainda, misturado a um limãozinho bem azedinho. As notas florais são tênues, o jasmim e o ylang-ylang “adoçam” um pouco o azedume frutal. Quanto ao musgo-de-carvalho e ao opoponax do fundo – desculpa – mas eles estavam aqui? Ah tá, deve ser aquela breve nota incensada que fica no finalzinho, depois que todos os aromas sintéticos vão embora…

Notas de saída: morango, cassis, limão.

Notas de coração: jasmim, ylang-ylang, lírio-do-vale.

Notas de fundo: musgo-de-carvalho, opoponax.

Mas enfim, Rouge Royal agrada as mais jovens e as que gostam de cheiro de morango. Fás de hidratante de morango daquela famosa marca que eu acho brega deverão gostar. Eu as vezes gosto dele, quando quero me sentir a Moranguinho…