Arquivo mensal: setembro 2012
Métodos de produção de perfumes – Destilação a Vapor
A destilação a vapor é o mais comum método de extração de óleos essenciais, matéria prima para produção de perfumes. É mais comum a utilização deste método para obter óleos essenciais de folhas, sementes, raízes, madeiras e algumas flores, tais como as rosas.
Algumas flores (como o jasmim) perderiam seu odor devido ao calor e pressão utilizados neste método, que destruiria as delicadas moléculas que constroem seu aroma. Utilizam-se outros métodos então, que veremos em outro momento. Raízes e madeiras precisam de muito cuidado, pois podem queimar antes de liberar seus óleos essenciais
O destilador é constituído de três partes: dorna, recipiente onde o material vegetal é compactado e passa pela ação do vapor, o condensador ou serpentina, onde o material é resfriado e o vaso separador, onde o produto resultante é separado.
A destilação a vapor é feita em alambiques onde partes da planta são colocadas. Saindo de uma caldeira, o vapor da água circula através das partes da planta forçando a quebra de suas moléculas e liberação do óleo essencial. À medida que o processo acontece, as moléculas de óleos essenciais evaporam junto com o vapor da água, passando através de um tubo no alto do destilador, onde passam por um processo de resfriamento através de uma serpentina e se condensam. O óleo essencial nesta fase volta a se liquefazer e a se “misturar” com a água. É então separado através de decantação, devido às diferenças de densidade. Lembra das suas aulas de química? Foi utilizado pela primeira vez pelo médico persa Avicena.
Lola, Marc Jacobs
Hoje vou falar mal de um perfume. Tenho, mas quase não uso e explico o motivo: decepção!
A embalagem de Lola é melhor do que o perfume. Gostosinho sim, mas linear demais, comum, não surpreende. Achei que é um perfume jovem tentando ser maduro. Como aquelas menininhas que se maquiam de forma excessiva para parecerem mais velhas. Lançado em 2009 na trilha do sucesso de Daisy, é criação de Calice Becker, Yann Vasnier, com consultoria de Ann Gottlieb.
Tenta ser sedutor, tenta ser divertido, mas é tão bobinho…
Notas de saída: pêra, grapefruit, pimenta rosa
Notas de coração: peônia, gerânio, rosa
Notas de funda: baunilha, feijão tonka, musk
Suas notas são interessantes na descrição, mas o resultado é simplório, parecido com tantos outros da popular família floral frutal. Nada de novo, além da linda flor de vinil. O típico caso onde você compra o perfume por causa da embalagem.
Aliás, o Marc Jacobs, está se perdendo na trilha do sucesso, dinheiro e mídia. Vende de tudo: chaveiro, espelhinho, caneta, bloquinho de anotação, tapioca. Sendo assim, seus perfumes só terão lindas embalagens, nada além.
Secret Obsession, Calvin Klein
Gloria, Cacharel
Pra não falar que não falei das flores…
ROSA
A rosa – Rainha das Flores – era muito valorizada na época das antigas civilizações persa, egípcia, hindu, grega e romana. E ainda é nos dias de hoje. A palavra rosa origina-se da palavra grega RODON, que significa VERMELHO.
Na mitologia grega, a cor vermelha das rosas vem do sangue de Adonis, jovem de grande beleza que despertou o amor das deusas Afrodite e Perséfone. Zeus determinou então que elas “dividiriam” o jovem, a partir daí associado ao ciclo de morte e fertilidade, pois passava parte do ano no submundo com Perséfone. Ferido por Ares, deus da guerra e amante de Afrodite, seu sangue tingiu as rosas. Outra versão do mito diz que Afrodite, que corria por entre os bosques para socorrer o seu amante, o jovem Adonis, feriu-se e o sangue que escorria de suas feridas coloriu as rosas brancas de vermelho.
Em Roma as rosas eram usadas em guirlandas decorativas, em banhos perfumados e produtos de perfumaria. No antigo Egito, Cleópatra usou do poder afrodisíaco das rosas para conquistar Marco Antônio. A Imperatriz Josefina, esposa de Napoleão Bonaparte, cultivava dezenas de espécies de rosa em seu castelo, na França.
A rosa damascena é cultivada na Bulgária desde o século 16 e as flores vermelhas, colhidas manualmente ao raiar do dia, produzem um óleo marrom-amareladas, sendo necessárias cinco toneladas de pétalas desta rosa para se obter um quilo de óleo essencial, destilado a vapor. É o óleo de rosas mais fino e caro do mundo.
A rosa centifolia é cultivada no Marrocos, na França, na Argélia e no Egito. Produz um óleo essencial mais barato, necessitando cerca de duas toneladas das rosas cor-de-rosa para se conseguir um quilo do absoluto (óleo amarelado extraído por solventes, não um óleo essencial puro).
Outras espécies de outros locais do mundo também fornecem bons óleos, mas a rosa centifolia e a rosa damascena são as duas principais. Índia, Turquia, Rússia são outros países produtores de rosa. Na Índia, se costuma destilar uma quantia de pétalas de rosas e com a água resultante destilar rosas frescas mais umas duas vezes, fazendo render cerca de dois litros e meio de attar de rosas. De acordo com a origem, pode-se imaginar o preço final de suas preciosas gotas.
Infelizmente, devido aos altos preços, é muito comum se adulterar os óleos ainda na produção, misturando óleos de primeira destilação com óleos da segunda, terceira ou até quarta destilação.
Fonte: http://www.aromalife.com.br/index.cfm?uPag=Textos&ID=33
Les Fleurs: Rose, de Molinard
Um imenso buquê de fragrantes rosas! Que lindo o Rose, da linha Les Fleurs, da Molinard!
A história desse perfume é rica: criado em 1900, logo foi descontinuado, voltou a ser produzido em 1960 e de novo foi descontinuado. Ressurgiu em 1994, com toda sua glória e esplendor! Suas notas são: rosa chá, rosa damascena, rosa Bourbon, cravo (a flor, não a especiaria), e madeiras nobres ao fundo. Mas sem dúvida as grandes estrelas são as rosas, principalmente a rosa chá, são as notas que se sobressaem do início ao fim, cremosas, vívidas, ricas, sedosas. Tem cheiro de “boneca nova”, mas sem nada de sintético ou plástico, deu pra entender essa minha associação olfativa?
Perfumes feitos a base de uma só flor são conhecidos como soliflore (termo em francês para definir vasos onde se colocam flores solitárias). Les Fleurs: Rose é o melhor perfume de rosas em minha opinião. Só ele é tão fiel à Rainha das Flores…
Quem gosta do Tea Rose (Perfumers Workshop), certamente vai se apaixonar por essa obra da Molinard, embora eu não goste muito do primeiro por ter odor um pouco sintético, em minha percepção.
Angel, Thierry Mugler
Catarina de Médicis, Luís XV e Imperatriz Josefina
Catarina de Médicis
Catarina de Médicis, quando partiu de Florença para casar com Henrique de Valois, futuro Rei da França, em 1522, trouxe dois perfumistas incumbidos de procurar durante a viagem uma vegetação similar a de Toscana. Encontraram, no sul da França, na região de Provence, a aldeia de Grasse, com suas colinas, rosas e jasmins. Foi assim que nasceu a cidade dos perfumes. Logo a reputação dos perfumes de Grasse conquistou Paris e, depois, toda a Europa. Em 1850 a cidade já contava com 50 perfumarias. Ficou rico e famoso o perfumista de Maria de Médicis (1573-1642), René le Florentin, no século XVII.
Luís XV
Na corte do Rei Luís XV o protocolo obrigava o uso de um perfume diferente para cada dia da semana. Não precisa de mais para ilustrar a paixão do monarca pela perfumaria.
Imperatriz Josefina de Beauharnais
A Imperatriz Josefina, primeira esposa de Napoleão Bonaparte, vivia envolta em uma nuvem de almíscar, diz-se que a mesma gastava fortunas em fragrâncias exóticas e marcantes. Tanto é que 60 anos após sua morte, os aposentos e o leito que ocupava no palácio de Malmaison ainda exalavam odor de almíscar, que resistia mesmo após sucessivas lavagens. E pelo jeito precisava mesmo de tanto perfume, uma vez que sabe-se que em uma das mensagens que Napoleão enviou para ela, dizia: “Chegarei a Paris amanhã á noite. Não se lave”.
Bom, depois discutiremos sobre a atração exercida pelos odores corpóreos “naturais”…
CK One, Calvin Klein
Criado em 1994 por Alberto Morillas e Harry Fremond, CK One é icônico, andrógino, fresco, limpo e peculiar. Como pode um perfume ser tão limpo? Da embalagem ao cheiro, tudo é minimalista, simples, sem firulas! Faz muito tempo que é um dos meus preferidos, adoro perfumes icônicos que marcaram época, são tradução de períodos históricos… CK One é isto, a marca de uma década em busca de purificação e igualdade, depois dos excessos da década de 80, mãe de perfumes tão intensos.
É um mergulho em um lago limpo, fresco, sem muita vegetação em volta, com uma casa de madeira ao longe como testemunha. E claro, você tem que nadar completamente despido.
Pena que não fixa bem em mim, sofro horrores por isso. Gostaria que durasse horas a fio na minha pele…
A campanha publicitária foi estrelada pela top model Kate Moss.
Notas de saída: mandarina, abacaxi, papaya, cardamomo, notas verdes e limão
Notas de coração: noz moscada, violeta, jasmim, lírio e rosa
Notas de fundo: sândalo, musk, musgo de carvalho e cedro
Para meninos e meninas!