
Taif: uma das cidades mais antigas do mundo. Localizada na parte ocidental da Arábia Saudita, perto da cidade sagrada de Meca. O seu patrimônio e monumentos antigos têm muitas histórias para contar aos visitantes: Taif é conhecida por seu bazar Okaz, um dos mais famosos bazares árabes. É conhecida por seus vales, como Wadi Al-Naml, o vale que foi visitado pelo rei Salomão.
Taif também é conhecida pela famosa Rosa de Taif. Os subúrbios de Taif e seus vales Huda, al Shafa, al Ghadeerayn e Wadi Mahram, são conhecidos para o cultivo desta rosa que gera mais renda do que o cultivo de hortaliças ou outras culturas. Taif localiza-se 2.000 metros acima do nível do mar e devido às suas condições climática (menos quente), sistemas de irrigação, qualitativos e terra fértil, é uma grande área para o cultivo de rosas. No tempo do Império Otomano, esta região foi nomeada ‘A Rosa Árabe’.
A rosa taif cresce como um pequeno arbusto espinhoso que atinge de 1 a 2m de altura, com folhas peludas esbranquiçadas e flores muito perfumadas de 30 pétalas. É uma flor híbrida, resultado do cruzamento da Rosa Gallica e Rosa Moschata. Também é chamada de rosa-de-damasco e rosa-de-castela. Atualmente é uma flor cultivada, raramente é encontrada em vida selvagem.
Nunca foi completamente claro como tal flor apareceu em Taif. É sugerido que a Rosa Taif foi trazida pelos turcos que ocuparam esta área no século 14. Outros dizem que ela veio através da Índia.

As flores são colhidas manualmente nas primeiras horas da manhã, já que os botões florescem ao amanhecer. É preciso buscá-las antes do sol e o calor do dia destruir os óleos essenciais necessários para a produção de água de rosas.
É atribuído a Avicenna, cientista persa, a invenção do processo para a extração de ‘água de rosas’ das pétalas no início do século 11.
A palavra “attar”, hoje usado por muitos como sinônimo de óleo de rosa, vem da palavra árabe ittr, que significa “perfume” ou “essência”. Embora os árabes destilassem a água das pétalas de rosa desde muito antes, as primeiras fontes que documentam as origens do attar vêm da Índia. O quarto imperador Mughal Jahangir, cujo reinado se deu no final de 16 e início do século 17, creditou a descoberta do attar a sua sogra, Asmat Begum, mãe de sua esposa Noor Jehan. Ao fazer água de rosas, ao jogar água quente sobre as pétalas, uma ‘espuma’ apareceu. Ao retirar tal ‘espuma’ descobriu que a mesma carregava um cheiro tão forte como um buquê de rosas. O imperador, muito feliz com a beleza do perfume, teria recompensado Asmat Begum com um colar de pérolas, e, em troca, ela nomeou o óleo com o nome de Jahangir. Outra lenda diz que o attar foi descoberto por Noor Jehan, quando um banho de pétalas de rosa foi deixado durante toda a noite para esfriar. Quando ela jogou o conteúdo na água, descobriu o óleo perfumado sobre a superfície do preparado.

Mais de dois séculos atrás as rosas eram coletadas, firmemente embaladas e levadas a Meca nas costas dos camelos para a partir delas, produzir o attar em destiladores indianos. O processo de destilação é diferente do utilizado hoje: sua técnica era a infusão de destilado de rosas em óleo de sândalo que resultava em notas frescas, florais e amadeiradas. É interessante notar que essa mistura pode ainda ser encontrado na Índia, e, embora muito raramente, na Arábia Saudita, também.
Cerca de 200 anos atrás as ‘destilarias’ foram para Taif, perto dos campos de rosas. Assim, a produção de óleo foi otimizada, impedindo a perda da qualidade da matéria-prima que costumava ocorrer durante o transporte. Logo após o estabelecimento das destilarias em Taif, o óleo de rosas tornou-se famoso em todo o mundo muçulmano. Os peregrinos vindos do Oriente, muitas vezes ‘desviavam’ suas rotas para Taif apenas para comprar o óleo de rosa, e cada muçulmano que poderia pagar compraria pelo menos um frasco do precioso óleo de rosas como uma lembrança.
Apesar de toda história, a Bulgária e a Turquia são os maiores produtores de óleo de rosa taif. A França e a Índia também contribuem significativamente para o mercado mundial. Marrocos, Tunísia e outros países do Oriente Médio têm historicamente produzido óleo de rosas, mas a sua contribuição no mercado moderno é mínima.

Na aromaterapia o óleo essencial auxilia a cura de traumas e apoia a construção ou restauração da confiança. Influência de seu aroma: abre o coração e libera estados de raiva, medo, ansiedade, sofrimento de perda, tristeza, mágoa, ressentimento, fúria e desespero. Cura as feridas emocionais enterradas no subconsciente, aquelas que podem ter sido geradas por condições de rejeição, traição, abandono, maus tratos, abusos físicos, emocionais e ou perdas.
Na culinária são usadas como ingrediente aromatizantes ou especiarias. É um dos ingredientes na mistura de especiarias típica do Marrocos conhecida como ‘ras el hanout’. Água de rosas é muitas vezes polvilhada em muitos pratos de carne, enquanto o pó da rosa é adicionado a molhos. Flores inteiras, ou pétalas, também são usados no chá de ervas ‘zuhurat’. O uso mais popular, no entanto, é no aroma de sobremesas como sorvetes, geléias, doces árabes, pudim de arroz, iogurte etc. Frango com Rosas é um prato popular na culinária persa. Algumas sobremesas tradicionais na Europa ainda fazem uso de rosas, como Marzipan ou Turrón.

Perfumes com Rosa Taif:
Trésor in Love, Lancome
Very Irresistible, Givenchy
Rose Essentielle, Bvlgari
Le Petite Robe Noire, Guerlain
Taif Rose, Amouage
Habanita, Molinard
Jimmy Choo EDT, Jimmy Choo
Visite: http://www.eniobonchev.com/en/products/organic/rose_damascena_water_organic/
http://www.greenmantlenursery.com/roses2008/la-vie-en-rose.htm
https://www.saudiaramcoworld.com/issue/200408/the.roses.of.taif-.compilation.htm