Mais falso do que uma nota de 3 reais!

Saiu esses dias no G1 uma matéria sobre um perfume falsificado que estava em uma vitrine na Inglaterra. O mesmo atendia pelo nome de Chamelle °5.

'Chamele Nº 5' ganhou apelido de pior falsificação da história (Foto: Reprodução/Twitter/1001portails UK)

Falamos sério sobre o assunto aqui, mas hoje a intenção é outra: diversão!

Vamos ver as falsificações mais grosseiras engraçadas! Fique a vontade para colaborar nos comentários!                                                                                                                                                                                                     

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E você, o que viu de bizarro por aí, nesse criativo (e perigoso) mundo dos perfumes falsificados?

Sobre o livro “The Romance of Perfume”, de Richard Le Gallienne

Achei por aí algo sobre o livro “The Romance of Perfume”, do poeta inglês Richard Le Gallienne (20/01/1866 – 15/09/1947).

“Foi publicado para comemorar a abertura da perfumaria de Richard Hudnut em Paris, contém um folheto especial intituladoAt 20 Rue de la Paix’, em invólucros de papel costurado com fita de cetim, publicidade loja de Hudnut. Livro e folheto ilustrados por George Barbier, no estilo Art Deco. O texto de Le Gallienne celebra os usos culturais e cerimoniais de perfume ao longo dos tempos”.

Olha, eu procurei viu… mas achei pouquíssimo sobre tal obra. Descobri que ele possui 46 páginas e formato 25 x 17cm. E sei que está a venda no Amazon pela modesta quantia de 85,99 dólares. Em outros sites chega a custar 275 dólares.

Agora, o mais belo: as ilustrações de George Barbier!

 George Barbier ~ China from The Romance of Perfume by Richard Le Gallienne ~ 1928 ~ via The Pictorial Arts   India. The Romance of Perfume, Richard Le Gallienne, 1928. Illustrations by George Barbier

Egypt. The Romance of Perfume, Richard Le Gallienne, 1928.  Illustrations by George Barbier  

 

Na ordem: China, Índia, Egito, Grécia Antiga, Roma Antiga, França do século 18. Um tesouro, não?

Fontes: http://www.baumanrarebooks.com/rare-books/le-gallienne-richard/romance-of-perfume/72860.aspx

http://en.wikipedia.org/wiki/Richard_Le_Gallienne

Todas as ilustração do livro por George Barbier podem ser vistas aqui: http://josephjgabriele.com/romance-of-perfume/#.VO4pCy6ifpA

Les Fruits: Orange Canelle, Molinard

Lá vem aloucadosmolinard! E desta vez vem fresquinha, para tentar driblar o calorão abafado aqui de SP! Uma vez eu disse aqui que não sou grande fã de perfumes cítricos, e de fato, não sou. E confesso que esperava mais especiarias, mais ‘doçura’ no Orange Canelle.

Boba eu, que devia ter visto que ele é um ‘cítrico aromático’, aquela coisa bem água de colônia mesmo. E como tal, Orange Canelle cumpre bem seu papel. Nada do adocicado panetone-jujuba do Eau Aimable! Ele lembra mesmo o Karma da Lush, mas bem mais suave, diluído.

Começa com laranjas, mexericas cravo (aquelas pequenas e super cheirosas), limonada-suíça! Nas notas de saída tem algo doce, mas não é nada gourmand. É doce-azedinho, coisa de fruta cítrica no ponto! Logo aparece uma nota esfumaçada e resinosa: incenso! A canela é polvilhada suavemente, e ao meu ver aumenta o poderio da nota incensada, torna-a mais doce e picante!

Orange Canelle é exótico! Segundo minha sogra, que ama perfumes cítricos, ele é o ‘cítrico perfeito’! Baita elogio heim…

Dura pouco na pele, é um prazer fugaz! Depois de 2 horas ele some, como quase todas águas de colônia.

Sabe o que Orange Canelle me faz pensar? Naqueles ‘Vinaigrettes’, as garrafinhas contendo sais perfumados que faziam as damas voltarem de seus desmaios provocados muitas vezes pelos espartilhos deveras apertados. Se eu tivesse uma garrafinha dessas, seu conteúdo teria o cheiro do Orange Canelle!

Killer Queen, Katy Perry

Diz a cantora Katy Perry que a mulher descrita por Freddie Mercury na música ‘Killer Queen’ (do álbum Sheer Heart Attack, de 1974) a inspira desde seus 15 anos e é o retrato da mulher que ela sonhava ser.

Em minha modesta opinião, fã que sou da boa perfumaria e do Queen, acho que a ‘dama’ descrita na canção não se daria muito bem com o perfume da Katy Perry. E explico o motivo:

A música fala que os perfumes da “Rainha’, vinham naturalmente, de Paris. Em outro momento, cita a suposta relação dela com Khrushchev e Kennedy. Ora, tais líderes são lá dos anos 50/60. E nesta época, o que tínhamos na perfumaria em Paris? Muita coisa, mas nada do estilo do rubi da Katy. Ainda bem.

Divagações a parte, vamos ao perfume, na minha opinião, erroneamente nomeado de Killer Queen…

É a cara dos clips da Katy Perry. Tudo docinho, com estética girlie! Começa com frutinhas vermelhas em profusão! Chuva de frutinhas vermelhas, ao natural e em forma de balas de gelatina.

As notas florais de seu coração, o jasmim e a frangipani são facilmente identificáveis, dão um pouco mais de ‘consistência’ ao perfume, mas ainda são tímidas e se deixam esconder facilmente pelo turbilhão doce das frutinhas de gelatina.

As notas de base são macias e adocicadas, coisa da nota amadeirada e do pralinê. O patchouli faz só uma ‘ponta’, dá uma tchauzinho tímido e fica o resto do tempo ali no canto, triste figurante que tentou trazer uma tonalidade doce mais adulta, mas foi colocado pra correr pelos confeitos.

E só, acabou.

Perfume voltado ao público adolescente, perfume de celebridade. Geralmente eles são assim, rasos.

Mas o frasco é bonito que só! Aliás, de todos os perfumes da Katy Perry né? Eu mesma estou louca pelo Purr, só por causa do gato…

Notas de saída: bergamota, ameixa, frutas roxas e vermelhas.

Notas de coração: jasmim, frangipani, celosia.

Notas de base: pralinê, patchouli, madeira de Cashmere.

Baby Rose Jeans, Versace

Já tive, mas troquei, na época algo nele me desagradou. Daí encontro entre as amostras recebidas da queridíssima amiga Adriana Meire, um decant do Baby Rose. Como esses dias de Carnaval foram mais amenos aqui em SP, resolvi promover tal reencontro. E olha, valeu a pena! Baby Rose, reparei que você é tão bonitinho! Adolescente, ora atrevido ora tímido, mas nunca mal educado ou irritante como os perfumes atuais direcionados a tal público.

Começa polvoroso e picante, como se uma nuvem de violeta e sândalo te envolvesse. Engraçado, essas não deviam ser as notas médias? Ai ai, esses adolescentes…

Surge ao mesmo tempo algo cítrico, doce e fresco! É você, flor-de-laranjeira! E vem em turma, como bom adolescente deve fazer. Tem outras flores frescas como companhia!

A baunilha surge lá no finalzinho, nada gourmand. Fica o tempo todo abraçadinha com o sândalo, que é inconstante, e trocou de par: antes a violeta, agora a baunilha. Como culpá-lo! Como resistir a tão belas mocinhas?

O engraçado de tudo, é que embora seja muitas vezes juvenil e quase pueril, Baby Rose ainda assim cheira datado. Você percebe na hora que é um perfume já com 20 anos nas costas. Meninas que usaram Giovanna Baby e Mamãe de Bebê lá nos anos 90 me entenderão… Coisa de época, de memória olfativa. Anos 90 lotado de moças cheirando a bebê! Hoje, nos dias do politicamente correto e da hipocrisia e do boca-pra-fora, será que seriam criticadas por de repente estimular fantasias pedófilas?

Enfim, Baby Rose Jeans nasceu em 1995 e suas notas olfativas são: sândalo, mandarina, violeta, frésia, baunilha, jacinto, néroli e lírio-do-vale.

Carnaval! Antes, era tempo de lança-perfume!

Conta minha mãe, nascida em 1939, que em seus tempos de menina, carnaval era época de lança-perfume.

Segue um pouco sobre tal produto, segundo a Wikipedia…

O lança-perfume foi industrializado pela Rhodia (empresa francesa) e importado para o Brasil a partir de sua sede na Argentina. Em 1922, era fabricado o primeiro lança-perfume nacional pela Rhodia instalada em São Bernado do Campo, ABC de São Paulo. O lança-perfume apareceu no carnaval de 1904 no Rio de Janeiro, sendo rapidamente incorporado aos festejos carnavalescos de todo o Brasil, principalmente nos blocos de rua e bailes. O produto tornou-se símbolo do Carnaval.

A marca Rodouro foi muito solicitada nos carnavais brasileiros, até que os foliões passaram a utilizá-la como bebida ou inalá-la. A partir de então, foi proibido o uso em salões e mais adiante a sua comercialização.

Em 1961 por recomendação do jornalista Flávio Cavalcanti seguida de um decreto do então Presidente Jânio Quadros, o lança-perfume acabou sendo proibido no Brasil, após alguns casos de morte de usuários por embriaguez seguida de acidentes fatais.

Veja mais sobre aqui. Segundo tal fonte, o produto tinha cheiro semelhante ao L’Air dus Temps de Nina Ricci!

Mas vamos viajar no tempo de novo, e ver antigos anúncios de lança-perfume!

Se liga na mão-boba do Pierrot…

Perfume da Minnie!

minnie

Esse adorável desenho da Minnie foi postado no Facebook pela perfumista Monica Rosseto, e além de compartilhar resolvi colocar aqui no blog!

Nele, a ratinha MInnie passa por maus bocados após exagerar na aplicação de seu perfume favorito!

E você, já fez como a Minnie? Já exagerou e passou por situações desagradáveis? Eu já, muitas vezes, inclusive aquela do ônibus

Um detalhe: o nome do fatídico perfume da Minnie, em nosso idioma, seria encantamento, êxtase ou adormecimento. Adequado né?

Dzing!, L’Artisan Parfumeur

Dzing! Nem sei ao certo como se pronuncia tal nome, mas gosto de sua sonoridade: dzzzzing!

Veio no pacote das amostras luxuosas da Ego in Vitro e até agora não sei bem o que acho dele. Acho confuso, deliciosamente bagunçado! E me faz pensar na minha festa religiosa-popular preferida: Festa Junina!

Vou colocar aqui a minha primeira impressão, a que primeiro rabisquei, sem pensar muito: saída ‘picante’, especiada. Sinto algo ‘apimentado’ tbém. Apresenta tonalidade vintage, um quê de antigo, datado (aposto que íris ou violeta). Logo aparecem aromas resinosos, acho que opoponax. Sinto nele algo de cravo e benjoin.

Depois de um tempo encontrei em Dzing! Algo doce. Ou seria agridoce, meio ‘passado’ até? Pensei em quentão, aquele da quermesse, sabe? Tem o calor das especiarias, o ardido da cachaça, o doce do açúcar caramelizado. E continuando no clima da quermesse, tem algo de uma guloseima infantil indefinida, é uma nota que somente se insinua ao meu nariz e não consigo identificá-la. Como se alguém passasse ao longe carregando tal acepipe e para mim sobrou apenas uma ‘fungadinha’.

As notas finais de Dzing! são uma mistura de resinas, madeiras e uma leve nuance de couro que demorei a perceber ou a me acostumar, não sei. Mas dá aquele toque ‘sujo’, ‘humano’, que torna os perfumes especiais…

Se para mim é uma quermesse e todos seus atrativos, para o site da L’Artisan, Dzing! é uma evocação mágica de um circo de sonhos e imaginação! Não estamos tão longe assim em nossas interpretações…

Criado pela festejada Olivia Giacobetti em 1999, suas notas oficias são: couro, gengibre, fava-tonka, almíscar, madeiras, caramelo, açafrão, toffee, maçã-do-amor, algodão-doce.

Bagunça tão deliciosa que chega a assustar e confundir! Daquelas que antes de aproveitar a gente se pergunta: pode MESMO?

‘Festa Junina’, de Raquel Galena