Le Petite Fleur Blanche, Paris Elysees

Recebi ontem com exclusividade o lançamento da Paris Elysees que chega nas lojas após o dia 15 de maio, o Le Petite Fleur Blanche! Fiquei surpresa com a beleza da embalagem e do frasco! Aliás, o frasco me lembrou bastante o lendário Coque d’Or da Guerlain, em forma de laço, extremamente feminino e delicado. A tampa em forma de flor com pétalas pretas e brancas é muito bem feita e bonita! Tem outro ponto positivo: não é daquelas que ficam ‘soltas’ e facilitam a queda do frasco se pego descuidadamente pela tampa.

Sobre o perfume: eu e minha mãe (as mulheres da casa) gostamos muito! Me fez pensar em uma feliz ‘mistura’ do La Vie Est Belle com o Miss Dior! Doce sem ser enjoativo e sem agredir o olfato alheio. Hoje vim trabalhar com ele e recebi elogios!

Minha percepção: começa com frutinhas roxas, mirtilo e amora! Evolui para um belo corpo floral de jasmins, flor-de-laranjeira, íris! A flor de laranjeira torna o bouquet luminoso e energético!

A base tem uma bonita faceta picante e ao mesmo tempo doce e gustativa, flerta bastante com o gourmand (mas não se torna uma sobremesa). Me fez pensar em caramelo com mirra e patchouli.

A fixação é muito boa, mais de 4 horas na pele exalando bem! E com essas 4 horas de uso, uma coisa interessante aconteceu: de repente senti uma ‘nuvem’ de praliné e baunilha atalcadinha me envolver. Coisa mais gostosa, cheiro doce morninho! Uma bela surpresa do Le Petite Fleur Blanche, pareceu que tinha estourado uma bolha suspensa no ar e liberado tal aroma ‘renovador de encanto’!

Vamos as notas olfativas oficiais?

Notas de saída: cassis, groselha preta.
Notas de coração: íris, jasmim, flor de laranjeira, magnólia.
Notas de fundo: patchouli , fava tonka, baunilha, praliné.
O perfume foi gentilmente cedido pela marca. Obrigada, Paris Elyseés!

Pré-venda do livro “303 PERFUMES PARA PROVAR ANTES DE MORRER – Edição Feminina”

O masculino já apareceu por aqui (teve até sorteio), agora chegou nossa vez, meninas!

O livro do Daniel Barros já está disponível na pré-venda e terá 180 páginas! Segue link para maiores informações:

https://pt.surveymonkey.com/r/9S5YNVD

Mais uma vez tive a oportunidade de acompanhar o desenvolvimento do livro e garanto que está delicioso de ler! As resenhas são objetivas e tem perfumes para todos os gostos e bolsos!

Boa leitura!

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Tudo bem explicadinho!

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As vezes encontramos nas resenhas sobre perfumes ou em textos específicos os termos acima. E ficamos perdidos! Mas isso acabou, a imagem acima vai facilitar sua vida. É só associar os termos as figuras!

Para ficar ainda mais fácil:

Ozônico: ar condicionado, piscina. Aquela coisa meio melão, meio pepino…

Canforado: nada mais justo, bolinhas de canfora!

Metálico: sangue (tem ferro, ué… )

Almiscarado: sabão em pó, amaciante

Indólico: o cheiro quase animálico do jasmim e outras flores brancas

Terpênico: naftalina, gel para massagem. Geladinho!

Lactônico: leite de coco. Cremoso. Frutas também podem ter aroma doce e cremoso, como pêssegos e figos!

Fenólico: isso mesmo, curral.

Aldeídico: sabão, sabonete.

Polvoroso: talco, pó de arroz.

Gentileza do Daniel Barros, da Ego in Vitro!

Ivoire, Balmain

Por muito tempo desejei esse perfume, até que ganhei uma amostrinha. Hoje – sinceramente – não sei se teria um frasco para chamar de meu.

Ivoire (esse da imagem, lançado em 2012, releitura do clássico de 1979 que eu, infelizmente, desconheço) não era o que eu esperava… Em um primeiro momento senti cheiro de damascos, daqueles de pele aveludada e polpa azedinha. Senti depois flores polvorosas e ultra-femininas, porém delicadas demais, limpinhas demais, frescas demais, orvalhadas demais. Mais caule, folha e botão do que plenitude exuberante de flor desabrochada.

Lá no final tem um vetiver timidozinho, um patchouli limpinho e engomadinho (longe, longe, longe do patchouli-feiticeiro mofado, terroso e achocolatado. Longe…), um tiquinho de baunilha despida da gulodice gourmand. Só pra tornar mais confortável.

Achei que Ivoire cheira a sabonete ultra refinado e caro. E acho que esse é o ‘mal’, vamos colocar assim, dos novos chypres. Perderam o musgo-de-carvalho, ganharam um patchouli ou outras notas amadeiradas limpas em demasia, despersonalizadas até. E aí fica com o que as pessoas chamam de ‘cheiro de rica’… Cheiro de sabonete e produto para lavagem de roupas delicadas…

‘Mágoas’ à parte com os novos chypres, o que salva Ivoire é uma nota verde, resinosa e misteriosa: descobri ser o gálbano! Aqui tem um toque de erva-doce, de salsão! E deixa mais interessante o que teria tudo para ser só mais um sabonetão.

A título de curiosidade, Ivoire significa marfim. E sim, é perfeito para quem quer transmitir elegância e sobriedade.

Leia mais sobre outros perfumes chypres aqui: http://www.sepha.com.br/blog/perfumes/perfumes-chypre/

Lavanda Johnson’s Baby

O blog anda meio parado né? É porque estou em processo de mudança de casa, imagino que todos saibam como é complicada essa ‘fase’ de transição entre dois lares…

E em meio a toda agitação, ansiedade e trabalho pesado que tal fase exige, eu pre-ci-so relaxar! E aí me lembrei que faz uns 6 meses que estou ensaiando para comprar uma tranquilizadora lavanda Johnson’s Baby. Comprei enfim!

Recomendo a lavanda Johnson’s Baby para:

– quem gosta de perfumes suaves ou cítricos;

– para quem mora em cidades quentes, pois é bem refrescante e nada invasiva;

– quem gosta de praticar esportes ou ir a academia cheirosinho, porém sem agredir o olfato alheio;

– para quem gosta de passar uma colônia antes de dormir ou depois do banho;

– para quem está cansado ou amuado, ela é de fato revigorante;

– para crianças, adolescentes, adultos, idosos… para todo mundo!

Na realidade acho que o cheiro da lavanda Johnson’s está no inconsciente coletivo brasileiro. Tenha ou não usado, o cheiro nos é tão familiar e aconchegante né?

Suas notas olfativas são: lavanda (alfazema), camomila e cítricos. É revigorante, confortável, fresca, limpa! E quando mostrei a aquisição para minha mãe, ela perguntou: “Nossa, mas você tem tanto perfume e vai usar lavanda Jonhson’s?” – Sim, mãe, eu vou. Lá sou de dispensar qualidade, tradição e preço baixo? E outra: nenhum dos meus perfumes tem esse cheiro inconfundível!

  

Leia mais sobre os produtos Jonhson’s e o tradicionalíssimo concurso do ‘Bebe Johnson’ aqui: http://carissimascatrevagens.blogspot.com.br/2009/06/quem-se-lembra-do-bebe-da-johnson.html

Perfumes e Literatura – Sarau dos Blogs Perfumados!

Sempre disse que o mundo seria melhor se todos tivessem mais perfumes e mais livros! E para abrilhantar o Sarau dos Blogs Perfumados de Abril, chamamos aqui dois célebres amigos, José de Alencar e Oscar Wilde! Na verdade já recebemos a visita dos ilustres na série “Perfumados Fragmentos Literários”, quem acompanha o blog conhece!

Chamei Clarice, mas ela tinha compromisso e não pode estar conosco! Mas deixou links dos posts onde já apareceu pra não ficarmos com tanta saudade!

https://aloucadosperfumes.com/2013/01/16/perfumados-fragmentos-literarios-parte-iii-clarice-lispector/

https://aloucadosperfumes.com/2014/05/05/o-perfume-na-ficcao-de-clarice-lispector-de-juscilandia-oliveira-alves-campos/

Vamos começar nosso Sarau com o criador de Dorian Grey?

Trecho do livro “O Retrato de Dorian Grey”, de Oscar Wilde.

“E ele, agora, portanto, estudaria perfumes e os segredos de sua manufatura, com o destilar de óleos e aromas intensos e o calcinar de resinas fragrantes do Oriente. Viu que não havia, na mente, estado de espírito sem contrapartida na vida sensual e lançou-se a descobrir as inter-relações verdadeiras, a imaginar o que havia no olíbano que nos deixava místicos; no âmbar, o que revolucionava nossas paixões; nas violetas, o que despertava a lembrança de romances idos; no almíscar, o que conturbava o cérebro; no champó, o que maculava a imaginação; a procurar, insistente, elaborar uma psicologia real dos perfumes e a avaliar as diversas influências das raízes de aroma adocicado, as flores poliníferas, aromatizadas, dos bálsamos aromáticos, das madeiras escuras, fragrantes, do espicanardo que causa náuseas, da hovenia que alucina os homens, e dos aloés que, se diz, são capazes de expelir da alma a melancolia”.

E agora, com vocês, José de Alencar!

Trecho do livro “Cinco Minutos”, de José de Alencar. Foi publicado em 1865 em forma de folhetim, pelo jornal Diário do Rio de Janeiro.
“Nesta marcha, o meu espirito em alguns instantes tinha chegado a uma convicção inabalável sobre a fealdade de minha vizinha.
Para adquirir a certeza renovei o exame que tentara a princípio: porém, ainda desta vez, foi baldado; estava tão bem envolvida no seu mantelete e no seu véu, que nem um traço do rosto traía o seu incógnito.
Mais uma prova! Uma mulher bonita deixa-se admirar e não se esconde como uma pérola dentro da sua ostra.
Decididamente era feia, enormemente feia!
Nisto ela fez um movimento, entreabrindo o seu mantelete, e um bafejo suave de aroma de sândalo exalou-se.
Aspirei voluptuosamente essa onda de perfume, que se infiltrou em minha alma como um eflúvio celeste.
Não se admire, minha prima; tenho uma teoria a respeito dos perfumes.
A mulher é uma flor que se estuda, como a flor do campo, pelas suas cores, pelas suas folhas e sobretudo pelo seu perfume.
Dada a cor predileta de uma mulher desconhecida, o seu modo de trajar e o seu perfume favorito, vou descobrir com a mesma exatidão de um problema algébrico se ela é bonita ou feia.
De todos estes indícios, porém, o mais seguro é o perfume; e isto por um segredo da natureza, por uma lei misteriosa da criação, que não sei explicar.
Por que é que Deus deu o aroma mais delicado à rosa, ao heliotrópio, à violeta, ao jasmim, e não a essas flores sem graça e sem beleza, que só servem para realçar as suas irmãs?
É decerto por esta mesma razão que Deus só dá à mulher linda esse tato delicado e sutil, esse gosto apurado, que sabe distinguir o aroma mais perfeito…
Já vê, minha prima, porque esse odor de sândalo foi para mim como uma revelação.
Só uma mulher distinta, uma mulher de sentimento, sabe compreender toda a poesia desse perfume oriental, desse hat-chiss do olfato, que nos embala nos sonhos brilhantes das Mil e uma Noites, que nos fala da Índia, da China, da Pérsia, dos esplendores da Ásia e dos mistérios do berço do sol.
O sândalo é o perfume das odaliscas de Istambul e das huris do profeta; como as borboletas que se alimentam de mel, a mulher do Oriente vive com as gotas dessa essência divina.
Seu berço é de sândalo; seus colares, suas pulseiras, o seu leque, são de sândalo; e, quando a morte vem quebrar o fio dessa existência feliz, é ainda em uma urna de sândalo que o amor guarda as suas cinzas queridas.
Tudo isto me passou pelo pensamento como um sonho, enquanto eu aspirava ardentemente essa exalação fascinadora, que foi a pouco e pouco desvanecendo-se.
Era bela!
Tinha toda a certeza; desta vez era uma convicção profunda e inabalável.
Com efeito, uma mulher de distinção, uma mulher de alma elevada, se fosse feia, não dava sua mão a beijar a um homem que podia repeli-la quando a conhecesse; não se expunha ao escárnio e ao desprezo.
Era bela!”
Links dos posts originais:

https://aloucadosperfumes.com/2013/03/21/perfumados-fragmentos-literarios-parte-iv-jose-de-alencar-2/

Visite os demais blogs: Floral & AmadeiradoO Templo dos PerfumesParfumeé, Perfumart, Perfume BighousePerfume na Pele

Humor 1, Natura

http://rede.natura.net/espaco/desodorante-colonia-humor-1-feminino-75ml-pid7994

As vezes penso em conceitos e significados, e como exemplo usarei o Humor 1. No site da Natura, consta que ele é um perfume ‘frutal sensual‘. O que seria então considerado sensual, individualmente? O que é sensual para mim? E para você? Isso varia de acordo com o local que vivemos, com nossos valores familiares, com nossa percepção, com a cultura onde estamos inseridos, com os estímulos que recebemos diariamente e obviamente, com nossas preferências… Tudo isso para dizer que perfume com cheiro de shampoo ou outros produtos de banho não são sensuais em meu ponto de vista. Para outras pessoas pode ser, afinal, o que poderia ser mais íntimo e sexy do que a hora do banho? Cheiros que trazem tal associação podem ser potencialmente sensuais, se pensarmos desse jeito.

Mas comigo não. Perfumes com cheirinho de banho me trazem conforto, refrescância, tranquilidade, nada de sensualidade.

É um perfume muito versátil, transita em muitos ambientes e é adequado ao nosso clima quase sempre quente. Cheira limpo, luminoso e animado, é daqueles cheiros revigorantes!

Inicia com cítricos e pera, coisa de creme hidratante! Passa uma sensação bem refrescante, como se tivesse aqui no meio uma soda limonada geladinha… E dura bastante essa sensação na pele viu? Depois de algum tempo aparecem notas florais, algo mais cremosinho e adocicado, descobri depois que é a macadâmia (em alguns lugares listados como castanha-do-pará)!

As notas florais nunca perdem o tom verde, ‘assabonetado’, fresco e orvalhado! E isso mantém o frescor e a ‘animação’ do perfume lá em cima!

Termina com o conforto e a sensação de roupa lavada do almíscar e o cheiro morno e discretamente picante de madeiras. E algo me chamou a atenção: teria umas gotinhas de oriza (patchouli-de-java) no Humor 1? Parece…

Quem gosta de perfumes com cheiro de ‘banho tomado’, shampoo e sabonete líquido vai adorar!

Copiei as notas olfativas oficiais do Blog da Helen Fernanda:

Notas de saída: cassis, notas verdes, pera, notas cítricas.

Notas de coração: jasmim, flor de lótus, flor de macadâmia, macadâmia, lírio do vale e ciclâmen.

Notas de fundo: sândalo, cedro, patchouli (eu sabia!!!), almíscar, âmbar.

Grandes Perfumistas, por Daniel Barros

Pedi ao amigo e consultor da Ego in Vitro, Daniel Barros, permissão para copiar seus textos (publicados diariamente na página do Facebook da Ego) sobre Grandes Perfumistas! Visitem a página, tem muita informação sobre perfumaria, eu recomendo!

Vamos começar com Ernest Beaux, ‘pai’ do mítico número 5!

Ernest Beaux. Nascido em Moscou, Ernest era irmão de Édouard Beaux, perfumista da Rallet – fornecedora oficial da família real russa. Em 1898 a Rallet foi vendida à casa de perfumes francesa Chiris, onde Beaux decidiu estudar perfumaria. Foi promovido a perfumista sênior em 1907 e criou Bouquet de Napoléon em 1912 para celebrar o jubileu da Batalha de Borodino. O enorme sucesso dessa fragrância o motivou a recriar o Bouquet de Cathérine, o perfume favorito de Catarina a Grande, totalmente extinto. Beaux serviu no exército francês durante a I Guerra Mundial e em 1919 fixou residência em Paris. Sem grandes chances de promoção na Chiris, Beaux seguiu em busca de novos projetos até conhecer Coco Chanel em 1920. Coco encantou-se com a amostra de número 5 e decidiu produzir o perfume com a finalidade de presentear seus clientes mais importantes no Natal. O sucesso de Chanel No. 5 foi tão estupendo que em 1924 Beaux foi contratado pela casa como perfumista-chefe. Durante três décadas trabalhou para a Chanel e, enfim, foi substituído por Henri Robert em 1954. Beaux faleceu em 1961 em seu apartamento em Paris. Criações famosas: No. 5, No. 22, Cuir de Russie, Bois des Îles e Gardénia.

Prosseguimos com o Jean Carles:

Jean Carles. Nascido em 1892, o perfumista francês fundou a escola Roure (hoje parte da Givaudan) no início do século XX e até hoje é conhecido pelo seu método de treinamento de perfumistas. Frequentemente comparado a Beethoven, Jean Carles se tornou completamente anósmico próximo à sua morte (1966), sendo este fato apenas conhecido por seu filho. O método de treinamento hoje conhecido por Método Jean Carles consistia de organizar 60 ingredientes naturais e sintéticos com notas distintas em famílias de notas e caráteres olfativos. Os estudantes primeiro deveriam reconhecer os contrastes de nuances entre notas dentro de uma mesma família antes de prosseguir para a próxima. O Método Jean Carles é ainda hoje bastante utilizado para ensinar novos perfumistas a memorizar e compreender notas olfativas, entender o relacionamento entre elas e ampliar o vocabulário olfativo. Criações famosas: Miss Dior (original), L’Air du Temps, Cabochard, Ma Griffe, Shocking, Canoe, Tabu, Indiscret e Tailspin.

E por último (hoje!), o genial François Coty:

François Coty. Nascido na Córsega, Coty começou trabalhando como secretário de um político em Paris, por meio do qual conheceu Raymond Goery, um farmacêutico que confeccionava perfumes. Com ajuda de Goery, Coty compôs sua primeira fragrância – Cologne Coty – e foi enviado a Grasse para aprender o métier na fábrica da família Chiris. Voltando a Paris em 1904, Coty decidiu montar seu próprio negócio. Graças a um frasco de La Rose Jacqueminot derrubado por acidente no chão do Grands Magasins du Louvre, o perfume se tornou conhecido e virou um best-seller instantâneo. Coty não era apenas um perfumista talentoso mas também um excelente homem de negócios que entendia de marketing. Foi o primeiro a defender que o frasco deveria refletir o luxo do conteúdo e a envolver os designers Baccarat e Lalique. Coty também viabilizou o perfume para o mercado de massa, disponibilizando frascos menores e mais simples. Foi dele também o conceito de “box set” ao combinar a fragrância com cosméticos. Em 1921 Coty abriu uma filial em Nova York e logo em seguida ampliou sua distribuição para o resto do mundo. Com a morte de Coty em 1934, sua esposa Yvonne tomou controle da companhia e depois a vendeu à Pfizer em 1963. Hoje a Coty é especializada em licenciamento de marcas (perfumes de celebridades) e perdeu seu status de perfumaria de vanguarda. Criações principais: Chypre, Émeraude, L’Enffleur, La Rose Jacqueminot e L’Origan.

Daniel Barros, obrigado!

Perfumados Fragmentos Literários – “A Ameaça”, de Ken Follet

O livro ‘A Ameaça‘, do excepcional Ken Follet (autor de maravilhas como ‘Os Pilares da Terra‘ e da trilogia ‘O Século‘, que já foi citado aqui) não fala sobre perfumes. Segue aqui uma breve descrição:

Um poderoso agente antiviral desaparece misteriosamente das instalações da Oxenford Medical, uma empresa farmacêutica que está a desenvolver um antivírus para uma das mais perigosas variedades do Ebola. Quem o poderá ter roubado? E com que obscuras intenções? Toni Gallo, responsável pela segurança da empresa, está profundamente consciente da terrível ameaça que o seu desaparecimento pode significar. Mas o que Toni, Stanley Oxenford, o diretor da empresa, e a própria polícia vão encontrar pela frente é um pesadelo capaz de ultrapassar os seus piores receios… Traições, violência, heroísmo e paixão num thriller absolutamente brilhante!

Tá bom Diana, mas o que isso tem a ver com perfumes? Nada, até que tal solução contendo o vírus vai parar dentro de um frasco do perfume Diablerie! E em todo tempo tal frasco de perfume representa uma das maiores ameaças a população mundial!

Com direito até a cena de uma terrorista borrifando o conteúdo de tal frasco em um teatro lotado (ver link abaixo, a cena inicia na página 257)!

Durante leitura lembrei o tempo todo do Diableries de L.T. Piver, de 1951… Em tempo, Diableries, em francês, significa diabrura, que por sua vez significa ‘arte ou maquinação do diabo’ e em sentido figurado, ‘travessura de criança’.

Bem ilustra a primeira imagem do perfume, os capetinhas carregando a moça, sabe-se para qual finalidade…

  

   

Link para leitura online do livro (em português de Portugal, heim?).

Gardenia, Elizabeth Taylor

Enfim chegou!!!! Calma eu explico… ganhei de presente do marido um coffret do Gardenia: perfume, sabonete em barra, sabonete líquido, hidratante. Delícia né? Sim, exceto pelo fato de tal kit ter sido comprado em novembro de 2014, foi meu presente de Natal. E só chegou a agência dos correios próxima de casa para retirada mediante modesta taxa no dia 02/04. Um brinde a eficiência da fiscalização alfandegária lá de Curitiba, pelo serviço péssimo e descaso com o consumidor que paga pela mercadoria, pelo envio, pela multa e pelos 12,00 de serviço dos correios… Mas enfim, vamos ao perfume né?

Gardenia, da eterna Cleópatra Elizabeth Taylor, foi lançado em 2003 e é excelente!

Gardênia recém cortada, de caule longo, daquelas pra colocar em vaso, sabe? Interessante como mostra muitos aspectos da flor: começa par do lírio – branca e inocente – depois mostra de doçura insólita e quase narcótica. E ainda tem aspecto ceroso e borrachudo, algo entre lustra-móveis, vela derretida e látex.

Termina com uma boa dose de almíscar que confere aspecto assabonetado e confortável.

Seria mais ou menos assim a sequência: gardênia inocente, gardênia doce e narcótica, gardênia emborrachada, gardênia assabonetada. Começa ‘boa-moça’ e assim termina, mas não sem antes dar umas voltas pelo lado underground da coisa…

Gardenia não é flor branca devoradora, tampouco deixa te ter seu feitiço e de envolver. Cuidado com sua suposta inocência e delicadeza viu? Pode ser até mais perigosa que a claramente predadora!

Notas de saída: lírio, notas verdes.

Notas de coração: gardênia, peônia, orquídea.

Notas de fundo: almíscar, cravo (flor).

http://blog.oregonlive.com/homesandgardens/2009/10/gardenia_jasminoides_chuck_hay.html

Mais sobre a gardênia aqui.