Arquivo mensal: novembro 2013
Hoje não tem post! Eu estava…
… na palestra/aula/lançamento do livro do mestre Jean-Claude Ellena! Só pra atiçar as lombrigas de vocês, em breve post detalhado sobre o evento! Agora eu tenho livro autografado e até foto com ele eu tirei! Estou radiante!
Organza Indécence, Givenchy
Olha só que frasco mais lindo! Não se se interpreto como uma mulher se despindo ou se vejo como um luxuoso vestido com uma capa/cauda…Enfim, prefiro imaginar uma mulher tirando languidamente o vestido, evidenciando suas formas e provocando…
Organza Indecence é sensual e provocante, sem perder a classe. É voyerismo discreto, é jogo de esconde/mostra, é a evidência de pequenas partes de pele que levam a imaginação ao longe…
Foi criado em 1999 por Norbert Bijaoui e Jean-Claude Deville e sim, está descontinuado…
Notas de saída: patchouli, pau-rosa.
Notas de coração: ameixa, canela do Ceilão.
Notas de fundo: a imbatível tríade baunilha – âmbar – almíscar.
Nunca senti o tal pau-rosa isolado, mas percebo que muitos perfumes de sensualidade descarada têm ele em sua formulação. Dizem que o aroma dele oscila entre o feminino e o masculino, deve ser essa indistinção que acarreta tal sensualidade e calor…
O patchouli não tem o toque terroso, tem sim característica doce e profunda, levemente escura e misteriosa.
A canela é picante, porém macia e gustativa. A ameixa dá uma certa ‘suculência’ ao perfume, dá aquela vontade de morder a pele que transmite tal aroma.
A tríade do fundo já é conhecida, transmite calor e conforto. As notas de baunilha se sobressaem, mas sempre polvilhadas de patchouli e canela. O almíscar é aveludado, convidativo e tem algo de pele. Embora eu seja absolutamente contra o uso de peles na produção de roupas e acessórios (e de qualquer outra coisa), acho que Organza Indecence orna com um casaco de peles. E agora sei exatamente qual interpretação dou para o frasco: uma mulher retornando de um evento social qualquer, tirando o casaco de peles que usa por cima do vestido. Embora o clima lá fora esteja frio, seu corpo irradia calor. Avança para seu parceiro de forma felina e lenta… o resto vocês podem imaginar…
Pode ser o nome, pode ser o frasco, podem ser as notas olfativas, mas para mim, Organza Indecence é puro desejo! Deve ser tudo junto…
Obrigada, Vanessíssima, por me apresentar essa preciosidade!
‘Diário de um Perfumista’ e ‘Perfume de Princesa’
Duas excelentes dicas de programas culturais para os fãs da perfumaria, e o melhor: grátis! Soube dos dois através do amigo Dênis Pagani.
Seguem links da palestra e da exposição. A ‘Perfume de Princesa’ fui ontem, mas não estava funcionando em virtude da chuva. Voltarei essa semana e conto aqui pra vocês como foi!
Não deixem de ir!
http://casadosaber.com.br/sp/cursos/lancamento/diario-de-um-perfumista-com-jean-claude-ellena.html
http://www.museudacidade.sp.gov.br/exposicoes-expo.php?id=113
L’Eau en Blanc, Lolita Lempicka
Abre com violeta e íris abafadas, atalcadas e em profusão. Tem frutinhas vermelhas docinhas e suculentas: cerejas, framboesas, e amoras! As notas frutais equilibram a lufada de violetas e íris, acho que se não fossem elas o perfume ficaria poeirento e vintage demais…
L’Eau en Blanc é ao mesmo tempo juvenil e adulto. Tem o ‘dna’ Lolita Lempicka, mas é delicado, acetinado. Acredito que agrade ao mais diversos públicos e gostos.
Golliwogg, Vigny – E uma reflexão sobre o Dia da Consciência Negra…



Perfumados Fragmentos Literários – Charles Baudelaire


Preciosa, Amazônia Viva

Aniba canelilla (HBK) Mez. Lauraceae
Ocorre em toda a Amazônia nas matas de terra firme e ainda nas Guianas, Peru, Venezuela.
Preciosa, casca preciosa, canela, amapaima, pereiorá, canelilla, guatinán.
Árvore mediana a grande, atingindo até 30m de altura e mais de 50 cm de diâmetro. Tronco cilíndrico, reto. Casca acinzentada, com forte odor agradável. Copa pequena, porém densamente folhosa. Folhas simples, alternas, brilhantes na face superior e opacas no dorso, elíptico-lanceoladas com ápice agudo e base atenuada; nervuras laterais ascendentes aparentes na página superior, unindo-se para a margem.Flores pequenas, cremes ou esverdeadas, em panículas curtas, axilares, pauciflora. Fruto drupa, oblonga, inclusa numa cúpula globosa.
Madeira muito pesada (0,95 a 1,00 g/ cm3); alburno amarelado diferente do cerne castanho escuro; grã regular; textura média; cheiro e gosto de canela. É fácil de trabalhar, recebendo ótimo acabamento. É altamente resistente aos fungos e organismos xilófagos.
Poros visíveis sob lente, pouco numerosos, pequenos a médios, solitários ou geminados, chegando a formar algumas cadeias radiais, obstruídas por tilos. Linhos vasculares notadas a olho desarmado, retilíneas, altas, contendo resina. Raios finos e numerosos, vistos apenas sob lente; no plano tangencial são baixos e distribuídos irregularmente. Parênquima axial escasso, paratraqueal, difícil de visualizar mesmo com auxílio de lupa. Camadas de crescimento demarcadas por zonas de tecido fibroso.
Construção em geral, marcenaria, carpintaria, ebanisteria, tanoaria.
Verveine en Fleurs, Molinard
Meu pé de jacarandá
Uma vez tin-do-lelê
Outra vez tin-do-lalá
Cheira mais quando pisada
Há muita gente que é assim,
Quer mais bem se desprezada
“Meu limão, meu limoeiro” – Inezita Barroso
E assim é o Verveine en Fleurs! Um limoeiro, cascas de limão, raspas de limão, suco de limão, folhas de limão partidas. Um punhado de ervas aromáticas esmagadas (uma ‘mão’ de verbena, outra menorzinha de alecrim e algo bem sutil de menta), algumas flores brancas de relance (jasmim, flor-de-laranjeira). Lá no fundo tem alguma madeira verde e masculina.
Não dá pra falar muito mais dele. A explosão cítrica é tão forte, tão intensa que as vezes ele fica com cheiro de desinfetante. É uma boa pedida para quem gosta de aroma cítricos extremos. Eu, sinceramente, não consegui usar o Verveine em Fleurs, achei que esse limão veio agressivo demais, prepotente, imperativo, adstringente. O nome do perfume prioriza a verbena, mas o soberano aqui é o limão.
Desta vez não deu, querida Molinard…
Olíbano (Frankincense)






