Batucada, L’Artisan Parfumeur

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Já que está chegando o famigerado Carnaval, vamos falar do belíssimo Batucada! Aliás, batucada é o nome de um ritmo musical e também tem significado religioso, sabiam? Eu não sabia… se você achar interessante tem uns links bacanas no final do texto!

Criado por Karine Vinchon e Elisabeth Maier em 2010, Batucada se inspirou no Brasil e em um drink pra lá de conhecido, a caipirinha!

O perfume é incrível e perfeito para dias quentes, tem uma linda evolução e ‘fixação’ na pele, transmite entusiasmo e energia!

Começa com notas adocicadas e frescas, limão recém cortado e açúcar sendo polvilhado por cima. Tem ainda um toque herbal geladinho que dá uma sensação de ‘frizz’ no nariz, algo borbulhante!

Logo em seguida você piscou, e quando reabriu os olhos estava usando um belíssimo colar de flores, daqueles de havaiana: flores exóticas e cremosas, com pinta de praia te rodeiam e te fazem puxar o ar com força para aproveitar o perfume!

Senti tiare, a flor que me faz pensar em protetor solar, areia e uma idealizada semana de férias em Honolulu. Achei que tinha um jasminzinho aqui, mas segundo as notas olfativas oficias do perfume eu estou delirando. O que tem é ylang-ylang!

Em Batucada temos o tempo todo uma brisa salina, orgânica e mineralizada. No começo não soube dizer se era uma brisa marítima ou o suor de uma pessoa lotada de protetor solar exposta ao sol na beira da praia. Aí vem uma onda e acerta em cheio meu nariz! É mar, é alga, é sal, é sol! Daí que vem a salinidade do Batucada! Da beira do mar…

Para finalizar esse bem executado delírio tropical, tem coco leitoso e cremoso! Nada doce, nada enjoativo…

Batucada é tudo que um gringo imagina do Brasil! O paraíso!

Notas de saída: açúcar, limão, hortelã.

Notas de coração: tiare, ylang-ylang.

Notas de fundo: coco, água do mar, sal.

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Outras fontes: https://historiasdopovonegro.wordpress.com/talento/batucada-brasileira/.

https://jornalggn.com.br/noticia/a-origem-da-palavra-batuque-e-os-rituais-de-jeje

http://cantorasueligushi.blogspot.com.br/2012/11/batucada-batuque-batuque-de-umbigada.html

Imagem: http://loucosporpraia.com.br/praia-do-aventureiro-ilha-grande-2-2/

Eau Spontanée, L’Occitane en Provence

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Tá calor, cada dia pior. Como viver com os termômetros marcando 35 graus né? E não é só a sensação ruim, são os demais inconvenientes do calor: mosquitos e com eles, doenças. Pulgas, baratas, gente suada no transporte público… Seria capaz de citar mil inconvenientes do calor, mas vou parar. Já deu pra perceber que o verão não é minha estação predileta né?

Nesses dias nada melhor que um perfume leve, lotado de cítricos e outras notas refrescantes. Venham, colônias! São os dias de teu reinado!

Esses últimos dias usei o Eau Spontanée e fiquei muito feliz com seu desempenho. Dura bastante tempo na pele, prolonga a sensação de banho e sentir seu cheiro me refresca!

Ouvi dizer que esse perfume foi descontinuado, mas achei um vidrão dele em um famoso site de desapegos.

Assim que tocou a pele senti casca de cítricos, pêssegos ‘adolescentes’ – nem muito verdes, nem maduros, daqueles ainda durinhos – e outra nota frutal que eu não soube identificar.

Logo senti uma nota floral cremosa e elegante: claro, é a rosa, rainha das flores!

Volta e meia aparece uma frutinha vermelha doce/azedinha que faz uma diferença enorme no perfume, quebra a sobriedade da rosa com graciosidade.

Lá no fundo temos o cheiro de pele limpa, de amaciante e de conforto proporcionado pelo almíscar. Ainda depois sentimos uma nota amadeirada verde e seca. E o perfume te oferece uma nova faceta do frescor!

Eau Spontanée é uma excelente companhia para o verão!

Notas de saída: bergamota, nectarina, romã.

Notas de coração: rosa, groselha.

Notas de fundo: almíscar e cedro.

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Toxic! Pink, Natura

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Sou fiel espectadora do Ru Paul’s Drag Race e já perdi a conta de quantas vezes as queens dublaram a música Toxic, da Britney Spears. Eu não sou entusiasta dessas ‘divas pop’ e menos ainda do estilo de música por elas executado, mas não consegui não associar o perfume à música. E não acho que errei heim…

Vamos começar pelo frasco. Simples e bem executado, com rótulo propositalmente destruído, tem cara de perfume de marca moderninha avessa ao mainstrean. A parte de dentro do rótulo é rosa e isso causa um bonito jogo de cores e reflexos.

Toxic! Pink é adocicado, como professa e pede a perfumaria atual. Me trouxe flashbacks de vários perfumes, entre eles Le Petit Robe Noite, Miss Dior Cherie, Ricci Ricci, Humor 5, Egeo Cherry. Como se fosse uma grande mistura!

Assim que passei na pele senti cerejas em calda rodeadas de flores. Aí surge uma pimenta que deixa tudo mais interessante e ‘quebra’ o dulçor do primeiro momento.

Tem aqui aquela rosa moderna e frutada, jasmim iluminado e de sensualidade contida. No fundo temos âmbar aos montes, mais e mais cerejas, almíscar macio que dá a sensação de estarmos ‘vestidos com o cheiro’.

Eu, que sou fã dos perfumes gourmands e sempre achei que os demais perfumes citados acima deviam ter pesado mais a mão na cereja, fiquei bem feliz! Mas não é nada inovador, ao usar ele fica aquela sensação de que já usamos algo parecido antes.

É um perfume doce, atrevido, alegre. Como um bom sucesso pop deve ser!

Notas de saída: bergamota, mandarina, pimenta rosa.

Notas de coração: pétalas de rosa, jasmim, muguet.

Notas de fundo: âmbar, licor de cereja, musk.

 

Xocoalt, Fueguia 1833

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“Já escrevi sobre esse perfume no blog?” Sim. “Então, sua louca, por que está escrevendo de novo, com tanto perfume por aí para resenhar?”

Por dois motivos… primeiro porque muitas vezes nossa percepção sobre um cheiro muda. Não é assim com todos os sentidos? O que hoje lhe é delicioso ao paladar amanhã poderá ser enjoativo e assim por diante. Segundo, porque eu quero! Achei hoje o restinho da amostra do Xocoalt e o senti como que pela primeira vez! E resolvi relatar esse reencontro…

Vamos falar um pouco do chocolate, de sua origem. Pois para mim o Xocoalt da argentina Fueguia está bem mais perto do original do que do cremoso e leitoso produto que hoje conhecemos.

Nasceu como a bebida dos deuses maias e era utilizado em transações comerciais como moeda. Por volta de 1400, os astecas dominam a civilização maia. O cacau novamente servia de alimento e oferenda para os Deuses. A bebida feita com o cacau adicionada de pimenta, baunilha, mel, flores e outros ingredientes recebe o nome de cacauhatl (água de cacau) ou xocoatl (água amarga) e era consumida pela nobreza. Os pobres consumiam em ocasiões especiais – como casamentos – misturados a um mingau de milho. Mas havia outro jeito de apreciar a bebida tão preciosa: o indivíduo que se oferecesse a sacrifício receberia o xocoalt como um agrado, antes de partir. Isso acontecia em eventos como o festival feito em homenagem a Huitzilopochtli.
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Segundo o site de uma conhecida marca: quando as caravelas espanholas apareceram pela primeira vez na linha do horizonte, os astecas acreditaram que estavam assistindo ao cumprimento de uma antiga profecia religiosa: a volta à terra do deus Quetzalcóatl, a serpente sagrada, que teria originalmente trazido o cacau do mundo das divindades para o mundo dos homens. Os historiadores afirmam que, ao confundir o colonizador Fernando Cortez com Quetzalcóatl, os astecas o receberam de braços abertos. Quando viram que estavam enganados já era tarde demais. Durante o processo de conquista, os espanhóis destruíram a complexa civilização nativa. E levaram o chocolate para a Europa.

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Xocoalt possui um desempenho incrível, em minha percepção. Inicia com um floral adocicado narcótico e enquanto você ainda está inalando profundamente esse elixir, surge uma nota picante, dessas de fazer coçar a ponta do nariz. Tem uma pimenta aqui né?

De repente sinto algo que lá no fundo, lá no âmago tem um quê salgado: castanhas ou algo do gênero.

E aí começa a se apresentar o cacau. Polvoroso, brincando de ser doce, de ser amargo. As vezes é alcoólico e licoroso, outras é íntimo da baunilha e ainda em uma terceira opção tem uma companhia floral atalcada e cremosa. Seria capaz de jurar que tem íris aqui…

Assim mutante, Xocoalt foi seduzindo e conquistando. E me fez desejar um vidrão dele, para sempre que quiser me tornar uma princesa asteca. Aí entro no site da marca e vejo que um vidro de 100ml custa a bagatela de 351 dólares.

A triste realidade mostra que eu não descendo da nobreza asteca. Acredito que atualmente não mais ofereçam sacrifícios humanos a Huitzilopochtli. E sei que não tenho R$ 1.138,74 reais para gastar em um único perfume…

Assim termina minha amostra e minha história com o Xocoalt. Nunca te esquecerei viu…

Lançado em 2010, filho do perfumista Julian Bedel, tem como notas olfativas oficiais: orquídea, baunilha, cacau e rum.

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