Um belo exemplo de perfume clássico sem ser datado. Como tudo que a Caron já fez, é belo! Um perfume excelente, de qualidade exemplar, de beleza estonteante. Fixação e sillage perfeitas, sem ser invasivo ou incômodo aos demais.
Nocturnes abre com bela tonalidade aldeídica (não com arroubos, mas com elegância atemporal e feminina), flores em plena florescência e com frescor levemente cítrico e verde.
Foi criado em 1981 pelo nariz Gerard Lefort e teve uma releitura em 2013 (o engraçado é que segundo um site especializado, as notas continuam as mesmas, porém a família olfativa muda de “floral aldeídica” para “floral amadeirada musk”, vai entender… será que até a eterna Caron se rendeu aos relançamentos insípidos? Quero acreditar que não. Acho que foi só uma leve ‘modernizada’ no aroma, talvez menos carregado de aldeídos…).
Notas de saída: laranja, aldeídos, notas verdes, bergamota, mandarina, tintura de rosas, neróli.
Notas de coração: ylang-ylang, jasmim, ciclamen, raiz de íris, lírio-do-vale e tuberosa.
Notas de fundo: vetiver, musk, sândalo, benzoim, baunilha.
Em minha percepção Nocturnes abre com aroma de rosas intenso e reforçado pelos aldeídos. O neróli é delicado porém presente, e ‘quebra’ a força das rosas e dá lugar a um aroma de flores límpidas e luminosas. As notas verdes e cítricas perduram por bom tempo e deixam o perfume mais ‘leve’, mais ‘elevado’ (deculpem, mas não achei palavra melhor para definir a sensação). Logo o aroma do ylang-ylang aparece, junto com o jasmim e a tuberosa (esses dois são discretos, nada da pungência animálica e orgânica que muitas vezes essas duas flores possuem). A raíz de íris dá um leve toque atalcado e acentua a característica clássica do perfume.
Ao fundo, percebo o vetiver e o sândalo. O benzoim e a baunilha só aparecem depois de muitas horas de uso, são adocicados e encorpados.
Nocturnes é um perfume difícil de descrever. Lembra muito brevemente o Chanel N°5 EDT, mas logo passa. É bem menos carregado e mais moderno, tem o aroma floral mais leve e mais arejado.
Nocturnes, como sugere o nome, é notifvago. Tem uma afinidade com as horas escuras, com o arquétipo da mulher fatal, que enfeitiça e domina o ambiente com sua presença. É o perfume de uma mulher que parece inocente, mas é pura volúpia. É o arquétipo da feiticeira.
Mas eu sou sem noção e uso de dia, desde que com temperatura mais baixa…
Bom, é um Caron (lendária casa fundada em 1904 por Ernest Daltroff, ainda essa semana falarei mais sobre ela…), e isso já diz muito sobre o perfume. É um grande clássico, mas perfeitamente adaptado aos dias atuais, para todos admiradores da alta perfumaria e das fragrâncias imortais…
Fiquei curiosa sobre a reformulação. Não tenho ele, mas o experimentei há muito tempo… Tinha gostado, mas não sei se foi a época, achei que era mais nome que conteúdo…
Também fiquei curiosa, mas duvido achar em alguma loja física para cheirar…
Não tem jeito, sempre que me deparo com o nome dessa grife me vem à mente Cabron, do Red Hot Chili Peppers. É bater o olho em Caron e sair cantando Cabron. rs Sou doida. Me deixa! rs
De quando é a reformulação? Eu usei muito esse perfume! Boas lembranças da minha infância…eu já gostava dos poderosos desde então…que lindeza de resenha! Bj
Bruxinha, pelo que li a reformulação data deste ano, 2013. Não vi em nenhuma loja, virtual ou física, para vender… Obrigada pelo elogio e venha sempre visitar o blog, será um prazer! Bjos!
“Caron”Maison de perfumes maravilhosos!!Como não lembrar de Nocturnes,Muguet du Bonheur maravilhoso,seu frasco era de cristal e vinha acompanhando um galhinho de Jasmin,Infini,Bellodgia,Fleur de Rocaille o frasco tinha uma tampa preta estampada com um bouquê de flores bem coloridas,lindo!Royal Bain de Caron,Lady Caron,alguns que me lembro e suas notas ainda chegam em minha mente.Novamente uma volta ao tempo!
Menina, minha mãe falou desse que vinha o ramo dentro! Como queria ter conhecido! Caron é sinônimo de boa e clássica perfumaria, um mito!