Adoro trocar amostras com pessoas também entusiastas da perfumaria. A parte ruim é que as vezes o violume delas fica grande e uma hora eu já não consigo lembrar quem mandou o quê. Mas tenho quase certeza que o Anglomania veio da Ju Toledo.
Tinha grande curiosidade sobre tal perfume. Usei uma vez, outra, uma terceira… e pra dizer a verdade, acho que ele me decepcionou. Não que seja ruim, é bonzinho, mas já senti muitos semelhantes a ele. Nada de novo.
Rosas, muitas rosas. Violeta empoada. Um toque de couro e alguma especiaria pra dar uma apimentada. Fundo ambarino discreto.
Esperava rebeldia maior em um Vivienne Westwood. O resultado é um perfume bem feminino, elegante, moderado. Não tem arroubos apaixonados ou sensuais, como o vermelho do frasco sugere. Não tem a agressividade sujinha do couro dos guerreiros saxões do passado ou dos punks ingleses.
Abre com rosas antiquadas salpicadas de noz-moscada e cardamomo. Daí chega a violeta empoada e vestida a lá Luis XV, toda cheia de babados. Depois de um tempo de feminices a rosa e a violeta resolvem levantar as saias de anquinhas e revelam que por baixo usam calça de couro fino apertadinha – básica e nada fetichista –
coisa de patricinha-rocker (ai, que termo terrível, perdi 2 anos de vida ao escrever isso, mas foi o que encontrei pra definir o couro do Anglomania). E essa foi a máxima rebeldia do Angomania.
Ainda aparece uma baunilhinha timidazinha, um ambarzinho sonolento. É só pessoal, podem voltar pras suas casas, o show da Avril Lavigne acabou.
Foi criado por Dominique Ropion e lançado em 2005.
Notas de saída: chá-verde, cardamomo, cominho.
Notas de coração: rosas, violeta, noz-moscada.
Notas de fundo: couro, baunilha, âmbar.
Ah, Vivienne… Sid Vicious, Malcolm McLaren e eu mandamos um muxoxo pra você.

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