Mais uma das amostras chiquetosas que ganhei da amiga Andréa Faria!
Mesmo sabendo ser um Montale, abri o flaconete preconceituosa e sem expectativas, esperando mais uma baunilha gulosa e culinária, a lá Dr. Oetker. Ledo engano… assim que passei o perfume na pele, me senti dentro de uma cenário antigo e de fantasia, parecia que um boticário idoso quase místico (que vive em uma cabana de madeira no meio da floresta) pincelava uma rara e mágica tintura de baunilha e outras plantas exóticas sobre minha pele. E embora Boise Vanille evolua bem na pele, o tempo todo senti esse apelo medicinal, tônico, viscoso.
Depois de algum tempo surgem notas mais ‘esverdeadas’, frescas até e picantes. Fiquei pensando se eram loucas interpretações de patchouli ou vetiver… E aí aparece a lavanda mesclada a cítricos e a outra nota que não sei nomear, mas já senti muito em colônias masculinas.
Daí chega a íris de mãos dadas com a fava-tonka e elas se tornam a atração principal por um bom tempo. Polvoroso o boudoir da íris junto com o toque licoroso da tonka, cortejadas pela lavanda citrina!
Bonito de ver, esse galanteio!
E em meio a tudo isso, lá no fundo, servindo de cenário, tem a tintura de baunilha. É escura, aveludada, provocante, mas não é doce ou enjoativa.
E digo mais, Boise Vanille é o perfume mais andrógino que já senti! É acima de qualquer definição de gênero ou opção impostas seja pela sociedade ou pelo mercado. Ele nem entende a necessidade tão humana de definir, de nomear ou separar o masculino e o feminino…
Notas olfativas: limão, bergamota, lavanda, gerânio, cedro, íris, patchouli, fava-tonka, baunilha, pimenta. Criação de Pierre Montale.
Imagem retirada daqui: http://www.flickr.com/photos/8741914@N07/7517111592
Nossa… esse dá aquela curiosidade!! Chic de tudo!
Coisa linda! Mas nem penso agora, não tenho um centavo…