Calandre, Paco Rabanne

Achou que só ia ter nova resenha em 2015, heim? Que nada! Faz tempo estou para falar do Calandre, vindo da gentil e querida Priscila!

Calandre é o perfume futurista mais antiquado que já senti. Não. Ele é o perfume antigo mais futurista que já senti. Ou, como diria a turminha do Chaves, ‘as duas coisas…’

Calandre inicia com uma avalanche luminosa de aldeídos e depois fica com cheiro de creme, pasta ou pomada de flores. Aquela coisa de pétala cerosa esmagada entre os dedos, deixando a pele umedecida com um cheiro entre o ‘verdoso’ amargo e a doçura intoxicante de um buquê de flores frescas.

Ainda sinto uma coisa meio vítrea, pontuda, transparente e quase cortante. Não sei explicar direito, mas Calandre tem algo assim, cristal mergulhado na água corrente coberto de uma camadinha de lodo…

As notas de base são delicadas em comparação aos explosivos florais e aldeídos da saída e coração.

Sinto a mistura do vetiver e musgo de carvalho salpicados pela leitosa doçura do sândalo.

E é agora que posso observar toda beleza do cristal Calandre… Os aldeídos enfim repousam, as flores atingem plenitude e maturidade, não mais gritam disputando a atenção e criam uma deliciosa e cremosa harmonia floral-verde. As notas ‘terrenas’ de sua base, o vetiver e o musgo-de-carvalho dão misteriosa profundidade a uma composição até então tão clara e luminosa!

Que viagem, Calandre! Olha as coisas que me fez escrever!

E não acabou… Sabe o que mais me faz pensar? Nos icônicos andróides nos anos 80: Blade Runner, Super Vicky, Dorfe

Concluí então que: estou velha. E que preciso urgentemente de um Calandre…

Foi criado em 1969 por Michel Hy.

Notas de saída: aldeídos, notas verdes, bergamota.

Notas de coração: rosas, jasmim, gerânio, lírio-do-vale, raiz de íris.

Notas de fundo: almíscar, sândalo, âmbar, musgo-de-carvalho, vetiver.

Diz a lenda que a inspiração para o design do frasco de Calandre vem da grade do radiador do icônico automóvel (porque não é um carro, é um automóvel!) Rolls Royce!

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17 comentários sobre “Calandre, Paco Rabanne

  1. ai ai diana … vc e suas resenhas oníricas com um toque retro/cult !
    adoro de orelha a orelha 😀

    e as imagens sensoriais que vc forma: “pomada de flores”, “cristal mergulhado na água corrente” (adorei esse) … só nao consegui associar tudo isso a os “androides” se bem só conheço(i) a super vicky mas pra mim ela teria cheiro de boneca rsrs

    • Imagina comigo, Rafael: Vicky teria sim um cheiro de boneca, mas completamente sintético e com algo vítreo ou até mesmo metálico ao fundo! Por isso! E obrigado por estar sempre presente este ano que se foi! E que vc continue aqui em 2015, viajando junto comigo!

  2. Este é o perfume da minha mãe e a lembrança olfativa mais forte que tenho na vida. Se tivesse de escolher um único para permanecer eternamente, seria ele. Excelente resenha e um presente lindo para iniciar 2015. Obrigada.

  3. Ah, que coisa boa ver o quanto uma amostrinha rendeu de impressões e sensações. Como te disse, em mim o Calandre é mais sisudo, metálico… os aldeídos dão esse vigor. Feliz 2015 Diana, com muitas histórias lindas e perfumadas para contar! Beijos

  4. O preferido da sogrinha desde o lançamento dele. Mas ela reclama que ele tá diferente hoje. Ela não liga pra essa coisa de perfume e nem sabia que existe reformulação (agora ela sabe porque eu contei), ou seja, ela tá certa na cisma. rs

  5. Foi o primeiro perfume que me chamou atenção de verdade. Em 1971 senti esse perfume como um rastro de alguém que passou rapidamente numa galeria. Calandre continua meu perfume preferido quando preciso acolhimento , quando quero me sentir seguro dentro do universo que acho que é meu

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