A Moschino é uma casa de design de moda italiana e começou em 1983 pelas mãos de Franco Moschino. Em 2013 o estilista americano Jeremy Scott assumiu a direção criativa da marca.
A questão é: mesmo antes de Jeremy Scott a Moschino já era um tanto quanto atrevida e inovadora em suas criações, inclusive os frascos dos perfumes.
Lá em 1987, quando surgiu o primeiro perfume da marca, a propaganda já era ousada: trazia uma modelo bebendo o conteúdo do frasco com um canudinho. Estaria ela absolutamente viciada no perfume a ponto de ingeri-lo? Muitas podem ser as interpretações…
Em 1995 veio o Cheap & Chic e seu icônico frasco ‘Ollivia Palito’. E embora ache o frasco belíssimo e genial, acho que ali os perfumes da marca venderam a alma para a famigerada e necessária Cultura Pop. E isso foi bom? Ô, se foi!
A Moschino sempre me faz pensar naqueles cintos com o nome da marca usado até a exaustão nos anos 80/90. Tão kitsch quanto as atuais capinhas de celular da marca, que reproduzem batatas fritas, espelhos, ursinhos e por aí vai… Quer dizer, a marca sempre teve o apelo bem humorado, excêntrico e com certa dose de crítica social.
O que dizer do perfume Toy, cujo ‘frasco’ é o corpo de um ursinho de pelúcia e a cabeça a tampa? Só não gosto do fato de ter que ‘decapitar’ o ursinho fofo cada vez que for usar o perfume. E aí eu penso: será que diariamente pensamos em quem temos que, mesmo que simbolicamente, agredir para realizar nossos desejos de consumo? Aí não falo só de outras pessoas não, entra o meio ambiente, os animais, tudo isso!
Teria ela agora passado dos limites? Não falo dos desfiles da marca onde a inspiração veio da Barbie ou do McDonald’s não! Falo dos frascos do perfume mesmo. Seriam agora os fetiches da escola marxista? Para a escola marxista, o fetiche é um elemento fundamental da manutenção do modo de produção capitalista. Consiste numa ilusão que naturaliza um ambiente social específico, revelando sua aparência de igualdade e ocultando sua essência de desigualdade.
O fetiche da mercadoria, postulado por Marx, opõe-se à idéia de “valor de uso”, uma vez que este refere-se estritamente à utilidade do produto. O fetiche relaciona-se à fantasia (simbolismo) que paira sobre o objeto, projetando nele uma relação social definida, estabelecida entre os homens (Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Fetiche).
Se for assim, é muito válido pensar mais sobre o último perfume da marca, o comentado Fresh Couture e seu frasco imitando um produto de limpeza. Segundo a própria marca: “O conceito para esta fragrância era justapor o mais mundano e comum de todos os produtos, o produto de limpeza, com algo tão precioso – a fragrância de uma marca de luxo. Tomando a iconografia de uma garrafa que não tem valor aspiracional e usando-o como a inspiração para um vaso para conter algo tão luxuoso e de alta-costura, cria a dicotomia final de barato e caro. O que poderia ser mais Moschino do que isso?“
Sendo assim – embora ache o frasco medonho – a idéia é genial. E nos fará refletir sobre nosso hábitos de consumo, aos valores atribuídos aos produtos e objetos de desejo.
Ae Diana!
ainda bem que veio a “louca” e jogou uma pá de cal em cima desse bafafa todo! (o povo anda alvoroçado – já foi nos fragranticas vê os comentários ?)
Mas eu acho que é isso mesmo, tipo “nao julgar um livro pela capa”, ou ” o que vale mais a forma ou o conteúdo” etc, etc, etc … Ou no fundo deve ser apenas uma grife cara querendo tirar onda ou seja nada indiferente da cultura pop (essa demonia compradora de almas kkkkkk )
esses últimos lançamentos estão dando o que falar não? Semana passada foi o boti e seu Elysée (a Lu fez um texto muito legal sobre) e essa semana Fresh Couture … adoro uma confusão hahha
Na realidade gosto de uma polêmica. Mas antes de ‘metermos a boca’ temos que tentar entender o contexto, é fundamental!
Realmente Diana,a Maison Moschino deixou muito a desejar neste próximo lançamento do “Fresh Couture”no quesito embalagem.Sou fã do “Couture Moschino”que infelizmente está descontinuado,mas para minha sorte por um tempo tenho ainda uma embalagem de 100 ml lacrada desta fragrância maravilhosa!Enfim fica a minha curiosidade de quando estiver a venda sentir os aromas deste “Fresh Couture” Eau de Toilette!Como sempre Post maravilhoso!Beijos!
A embalagem tem todo um contexto pode ter várias interpretações! Quanto ao perfume, pelas notas divulgadas, deve ser bem gostosinho!
O seu comentário foi preciso:
“o frasco é medonho, mas a ideia é genial!”
E agora ainda tenho lido por aí criticas a embalagem por remeter ao serviço doméstico e consequentemente de fazer alusão a tais atividades, historicamente ‘obrigação’ das mulheres! Eita perfume pra causar polêmica!