Há tempos estou com amostras da casa Brecourt, marca de nicho francesa fundada em 2010 por Emilie Bouge.
O que esperar de um perfume nomeado ‘Água Problema’… O que eu esperava já não interessa, vamos falar do que eu encontrei.
O perfume me trouxe uma memória de infância perdida, o cheiro de algum objeto de plástico ou borracha que foi querido e se perdeu… fisicamente e da memória. Só consigo lembrar do seu cheiro e que era da Minnie, nada do formato, da cor, nem mesmo se era um brinquedo ou outro objeto… Engraçado né! Para mim, a memória mais forte de tal objeto é o cheiro.
Eau Trouble tem incenso logo na saída, é esfumaçado e doce. Depois sinto notas florais ‘fofas’, me atrevo a dizer que têm textura, são macias e carinhosas. O heliotrópio tem um viés de produto de higiene infantil, ao mesmo tempo atalcado e ‘alavandado’. Em meio a ternura dessas flores existe um toque adstringente verde que não deixa o perfume se tornar um floral comum. Existe equilíbrio.
Me fez pensar em óleo de bebê.
Depois de umas 2 horas na pele surge um aroma herbal mais comum em perfumes masculinos, almíscar morno e sensual, madeiras e uma nota de íris tão delicada que chega a ser infantil.
Eau Trouble foi uma vivência deliciosa! Um dos perfumes mais acolhedores e gentis que conheci. Parece engarrafaram um abraço, e aí você escolhe se é o abraço de um homem, de uma mulher ou de uma criança. Todos eles moram ali, dentro do frasco!
O ‘Problema’… o problema é que eu não tenho um frasco grande para usar com fartura.
Notas de saída – cenoura, tangerina, incenso
Notas de coração – flor de laranjeira, heliotrópio, chá.
Notas de fundo – vetiver, almíscar, cedro da Virgínia, raiz de íris.
Eu queeeero!