Perfumes no Antigo Egito: em vida e na morte, do sagrado a sedução – parte 4

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Um dos mais famosos compostos perfumados egípcios é o Kyphi. A primeira referência ao kyphi é encontrado nos textos das pirâmides: é listado entre os bens que o rei vai desfrutar em sua vida após a morte. Existe um papiro que registra a doação e entrega de ervas e resinas para sua fabricação nos templos de Ramsés III. As instruções para a preparação de kyphi e listas de ingredientes são encontrados entre as inscrições da parede no templo de Edfu e Dendera, no Alto Egito.

Médicos gregos que estudaram a farmacologia egípcia citam o kyphi como um medicamento. Dioscorides estabelece a preparação de kyphi na sua ‘Materia Medica’ e esta é provavelmente a primeira descrição grega do material.

Para Isis e Osiris, divindades egípcias, nos comentários do historiador Plutarco, os sacerdotes egípcios queimavam incenso três vezes ao dia: ao amanhecer incenso, mirra ao meio-dia, e kyphi ao anoitecer. Observa ainda que a mistura foi usada como “uma poção e uma pomada”. No século VII o médico Paulo cita um kyphi ”Lunar” de vinte e oito ingredientes e um kyphi “Solar” de trinta e seis.

Todas as receitas para kyphi fazem menção ao vinho, mel e passas. Outros ingredientes identificáveis ​​eram: canela, casca de cássia, cedro, bagas de zimbro, cana aromática, nardo e resinas como incenso, mirra, resina benjoim, ládano e aroeira.

O fabrico de kyphi tal como indicado no texto de Edfu envolve a mistura e envelhecimento de dezesseis ingredientes em sequência. O resultado era enrolado em ‘bolas’ e colocado sobre brasas para liberar uma fumaça perfumada.

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A medicina egípcia também fazia muito uso de aromas. Pomadas e unguentos eram utilizados para curar os mais diversos males e para proporcionar bem-estar: mirra era usada como anti-inflamatório, fraturas ósseas eram tratadas com emplastros de plantas e óleos. As mulheres untavam a genitália com âmbar e algália a fim de aumentar o prazer da relação sexual.

No período de 2551 a 28 a.C. os egípcios registraram em papiros o uso medicinal de ervas e outras substâncias. Alguns papiros fazem menção a mais ou menos 125 ervas e plantas das quais se extraíam óleos essenciais. Entre eles canela, anis, cardamomo, mostrada, açafrão.

Os primeiros registros do ato de se banhar individualmente ocorreram por volta de 3.000 a.C., e pertencem ao antigo Egito. Os egípcios realizavam rituais sagrados na água e banhavam-se diariamente, dedicando os banhos a divindades como Thot e Bes.

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Os banhos aconteciam pela manhã e antes das refeições. Os banhos das classes sociais favorecidas – o faraó e sua família, sacerdotes e demais pessoas abastadas – era um verdadeiro ritual. Além de água, os egípcios usavam uma pasta de argila e cinzas, a suabu. Incensos eram queimados, os corpos e cabelos eram untados com óleos e pomadas aromáticas e elaboradas maquiagens eram feitas.

Mais do que limpar o corpo, os egípcios presumiam que a água purificava a alma e esta crença era válida tanto para a realeza – cortejada com óleos aromáticos e massagens aplicadas pelos escravos – quanto para a população mais pobre, que recorria inclusive a profissionais de rua quando não conseguiam tratar da própria higiene.

Continua…

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