Nunca vi perfume mais gótico, mais trevoso, mais Penny Dreadful do que o Lysval.
Tal perfume tem cheiro de rosas mortas. ROSAS MORTAS! Não quando murchas, mas quando secas. Antes de comprá-lo, li em algum lugar que ele cheirava “como um funeral inglês”, fiquei tão curiosa que corri atrás do meu! Sua formulação original é de 1920, e evocaria a tranquilidade e riqueza de uma jardim britânico. Bom, deve ser o jardim de um sereno cemitério, em uma dia nublado, cinzento, no anoitecer…
Embora seja extremamente esquisito e inusitado, adoro suas flores melancólicas e elegantes. É frio, embora sua embalagem púrpura traga algum calor. A caixa é linda e o perfume vem delicadamente encaixado, como uma jóia. O frasco é decorado com uma “lacinho” preto. Como eu disse antes, é um perfume gótico. Pra acompanhar a leitura de Edgar Allan Poe e apreciar as noites brumosas e frias, para acompanhar um inebriante absinto, para usar com roupas de estilo vitoriano. Acompanha bem veludos, corsets, rendas, a Noiva Cadáver…
É essencialmente um perfume floral, e embora oficialmente tenha muitas notas olfativas, eu não as diferenciei. Preferi mergulhar na atmosfera que o perfume oferece. Nada melhor do que ele para acompanhar a atmosfera do Halloween: não a parte brincalhona do dia, mas a parte obscura, o momento em que o véu de torna mais fino e os mundos se aproximam e conseguem se tocar…
Notas de saída: jasmim, ylang-ylang, rosas e flor de laranjeira africana.
Notas de coração: íris, benzoim, sândalo, raiz de orris.
Notas de fundo: jacinto aquático, lírio-do-vale, frésia.
A Girard é uma grife inglesa que conta com 5 perfumes em seu portfólio, e a perfumista responsável é Beverly Bayne (mas não desde 1920, claro…).
Pra quem gosta de imagens de fantasias antigas e assustadoras de Halloween, segue um link!