Já conto logo que do Deep Red tenho somente uma amostra. Mas já é o suficiente. Não o teria mesmo, e explico o porque: embora suas notas de saída prometam um perfume aveludado, quente, cremoso e sedutor, na minha pele, depois de alguns minutos, ele fica com cheiro de pomada de bebê, daquelas anti-assaduras. E depois volta, doce, doce, doce…
Suas notas de saída formam uma núvem cálida, um floral frutal que ao invés de brincar com a dualidade doce-azedo, vem todo docinho, intenso, melífluo. As suas notas florais são muito bem amparadas pelos acordes frutais e… acabou, vira pomada. E depois o cheiro doce reaparece, intenso e até um pouco enjoativo. Com um quê do Nina. Vai entender esse meu nariz…
Defino assim o Deep Red: explode exótico e aveludado, fica sem graça e por fim reacende de forma doce quase gourmand.
A fragrância foi criada em 2001 por Alain Astori e Beatrice Piguet.
Notas de saída: laranja sanguínea, pera, mandarina, laranja clementine, cassis.
Notas de coração: tuberosa, frésia, gengibre (raiz e flores), semente de hibisco.
Notas de fundo: sândalo, cedro da Califórnia, musk, baunilha.
Acho que as notas picantes do gengibre foram só figurantes, fizeram só uma “pontinha”. Até a tuberosa, que geralmente tem papel de destaque ficou tímida, coadjuvante e adormeceu durante a filmagem. Já o cassis, a baunilha e a semente de hibisco deitam e rolam! São as grandes estrelas do Deep Red. E eu acho que merecia uma refilmagem…
É isso! Tantos perfumes brilhantes têm milhares de flankers sem graça, com o Deep Red deviam fazer o contrário: lançar um flanker de melhor estrutura e batizar com o nome de Deep Red “alguma coisa”. Anotou a dica, Hugo Boss?
Menos um pra eu querer. rs
Falando sério, devo ter sentido esse perfume alguma vez porque lembro de me deparar com um frasco dele na perfumaria. Como não foi memorável, que venha o próximo porque a fila anda!