Me diz: Sun, de Jil Sander não dá a impressão de ter cheiro de protetor solar? De praia, de dia ensolarado e quente? De ser suave, marítimo, refrescante? Pois é, não…
Sun me faz lembrar dias frios, quando mesmo os que não gostam de sol (tipo eu) buscam o calor dos seus raios tímidos. Daquele sol que só esquenta quando você está exposto a ele, sabem como é? Imagino então que o nome Sun é um conceito, é para trazer a sensação de calor a dias frescos, quase frios.
Sun foi criado em 1989 por Pierre Bourdon e carrega a riqueza das notas dos florais intensos e atordoantes da década de 80, porém é mais discreto e até mesmo delicado do que seus contemporâneos.
Notas de saída: flor-de-laranjeira africana, notas frutais, bergamota, limão amalfi, cassis, pau-rosa de Madagascar (Dalbergia baroni).
Notas de coração: cravo (flor), ylang-ylang, heliotrópio, rosa, lírio-do-vale, raiz de Íris.
Notas de fundo: almíscar, sândalo, patchouli, âmbar, estoraque, benzoin, fava-tonka, baunilha.
Jil Sander Sun é balsâmico, resinoso, quente, licoroso. Abre com cheiro de suco de frutas cítricas bem maduras sobre madeira. Parece que colocaram suco de grapefruit adoçado com mel em um copinho de madeira…
As notas florais são doces, intensas! Sinto bem o heliotrópio, a cravo, o toque exótico e picante do ylang-ylang, o ‘empoeirado-romântico’ da raíz de íris.
As notas de fundo são um convite ao exotismo! São mágicas! Imagine tudo de raro e precioso que imaginamos um dia ter em um ‘laboratório’ de um perfumista? Pois estão aí! Resinas, bálsamos, unguentos, sumos de preciosas espécies vegetais! Substâncias raras e de nomes místicos, como estoraque, benzoim, cumarina…
Sinto bem a nota ambarada, o doce profundo e escuro da dupla fava-tonka/baunilha, o amadeirado do sândalo. Aqui ainda sinto o retorno das notas florais, consigo sentir a aroma de rosas esfumaçadas, polvilhadas pelo cheiro atalcado da íris.
Jil Sander Sun, de solar e claro tem as notas de abertura. Depois tal sol vai se pondo e deixando em evidência os aromas do entardecer, os cheiros mornos, que foram aquecidos ao longo do dia pelos raios tímidos do sol de outono!
Que resenha mais linda, Diana! Adorei também o novo wallpaper do blog. Pelo que lembro, era diferente, não?
Bjus
Obrigada, Li! Sim, mudei o wallpaper! Aliás, pretendo mudar com certa frequência agora… bjos!
Que resenha, hein,Di. Maravilhosa! Uma das coisas mais legais no seu trabalho é que conseguimos captar exatamente as sensações da fragrância sobre a qual você esteja escrevendo. O Sun, por exemplo, eu não conhecia, mas só de ler a resenha interessei-me imediatamente. Vou começar a procurá-lo.
Guto, você sempre tão gentil!!! O Sun é conceitual, não perca a chance de conhecê-lo!
Eu gosto dos conceituais. Mesmo com esse “frasco de lubrificante íntimo” de baixa qualidade. Kkkkk.
“frasco de lubrificante íntimo” de baixa qualidade – morri! Realmente, o designer desta embalagem errou feio…
Frasco ridículo, broxante…
Pois é. Se fosse pelo frasco eu jamais daria atenção a ele. O do Cenoura & Bronze é mais bonito, kkkk!
Ri muito aqui Srta. Anjos.
Diz aí Guto, dá vontade de olhar para ele e dizer “perfume, se prepare porque hoje vou lhe usar…” Viu como é broxante? 😉
🙂
haha, morri com os comentários! haja esforço mental para consegui cheirar sem se influenciar por embalagem, propaganda. força!
Humilhante a resenha! É isso aí, vc se supera desesperadamente a cada postagem! ♥
Jernê, você é que é gentil! Agradeço demais seus elogios! E por permitir que eu conhecesse o Sun!