A fava tonka é um dos ingredientes mais comuns na perfumaria. São sementes escuras e enrugadas da planta Dipteryx odorata (muitas vezes chamada de “cumaru” ou “kumaru”). Também são encontradas em numerosos outros produtos, tais como sabões e tabaco, onde é utilizada para melhorar aroma. Pertence à família Fabriceae de plantas e é nativa da América do Sul. Alguns dos maiores produtores mundiais são o Brasil, Venezuela e Guiana. O nome “Tonka” se origina a partir da linguagem Galibi, nativa da população da Guiana Francesa. A palavra Galibi tonqua ou tonquin significa “feijão”.

Na tradição pagã acredita-se que a fava tonka tenha propriedades mágicas. Acredita-se que as sementes esmagadas misturadas com chá de ervas pode ajudar a curar a alma, aliviar sintomas de depressão e confusão, afastar pensamentos negativos e estimular o sistema imunológico.
A jornada da fava tonka para a perfumaria começa em 1793, quando o fruto do cumaru foi apresentado pela primeira vez para os franceses. A planta foi cultivada e cresceu como uma árvore tropical com belas flores roxas que originam a fava de superfície rugosa, cor marrom escura e com aroma de baunilha, canela, açafrão, amêndoa e cravo.
A fava tonka pertence à categoria oriental de notas de perfumaria. Ela compartilha algumas das características comuns com o tabaco e âmbar, e vai bem com patchouli, sândalo, rosa, casca de limão e lavanda.
O absoluto de fava tonka é obtido por imersão feijão tonka em pelo período de 12 a 24 horas. Os grãos são em seguida secos para deixar que os cristais brancos de cumarina, apareçam na superfície. Estes cristais são conhecidos por intensificar aromas do óleo essencial durante a extração. A cumarina tem sabor muito amargo, sinalizando que doses maiores de feijão tonka pode provocar sérios danos ao fígado, e até mesmo ser fatal. Os grãos são proibidos para consumo alimentício nos EUA, apesar de inúmeras receitas antigas ainda listar aromas cumarina para molhos, bolos e sorvetes. Hoje em dia, a cumarina natural para fins alimentares foi completamente substituída por produtos sintéticos.

Veja mais sobre a Cumarina aqui: http://www.madsaopaulo.com.br/arvore.php?id=25
Outro dia cheirei o Bois Farine (L’artisan Parfumeur) e na hora me lembrei de um treco que minha mãe tinha em casa. era um enfeite de mesa que comprou no nordeste, feito de osso de peixe (acho) e com umas sementes, tipos uns feijões grandes, que tinham um cheiro delicioso, amendoado. batata: eram essas favas do cumaru.
Dênis, faz muito tempo, senti o cheiro do cumaru – dos feijões mesmo – em um dos stands do Mercado da Lapa, mas não lembro bem… será que ainda achamos por aí pra vender?
Dênis, olha só, achei:
http://www.chaecia.com.br/loja/produto-111058-1213-fava_tonkacumaru__dipteryx_odorata_150_l_100_grp
Esse outro link é bem interessante tbém: http://www.cumaruamazonia.com.br/
gente, com receita e tudo! deve ser gostoso esse chá de cumaru. será que pode comer a semente? o cheiro é muito bom. vou perguntar para uns amigos da cozinha o que dá para fazer com ele, xá comigo. volto para reportar. câmbio, desligo.
Em receitas antigas encontramos a cumarina entre os ingredientes. Mas dizem que é tóxica né? Bom, hoje tudo é tóxico… Espero suas novidades, Dênis!!!
“propriedades mágicas”
Concordo.
Adoro isso!
Vc fez esse post só porque falei mal dessa nota no Joop Le Bain né?!!
Rs….Adorei o post!
Bjo
Paty
Não foi não, mas a coincidência é divertida! Bjos, Paty!
Diana, boa tarde
Qual livro você indica para conhecer melhor sobre ingredientes de perfumes?
Abs e obrigada!
Oi Géssica! Não temos muita bibliografia em português, mas sempre recomendarei o Brasilessência da Renata Ashcar e o Aromacologia: uma ciência de muitos cheiros, da Sonia Corazza. Esse último fala bastante de matérias primas de uso na Aromacologia, pode ser bem interessante!