Empresa de cosméticos americana fundada por Margot Elena (que também fundou a Lollia e Love & Toast). A Tokyo Milk Parfumarie Curiosite oferece fragrâncias, sabonetes, produtos de higiene perfumados e velas lindamente embalados e com nomes extravagantes.
Em 2011 iniciou a coleção ‘Dark’, em embalagem preta com logo branco. Tal coleção promete maior variedade e diferenciação de notas aromáticas e estilos, imagens ousadas e nomes que evocam algo mais obscuro a até mesmo místico.
E aí adivinha se a louca aqui não morreu de curiosidade! Como eu poderia deixar passar algo de estética e premissa obscura, com estilo diferenciado e notas estranhas? Como resistir a uma frasco preto com um polvo que logo me fez lembrar do Cthullu* de H. P. Lovecraft pedindo: ‘me leve, me leve…’ E minha veia heavy metal desejava dizendo: ‘leva sim, leva sim!’.
Levei o kraken**. Comprei no Ebay, mandei via direcionador, no final saiu caro. E quer saber? Mais uma vez vi que a classificação ‘nicho’ nem sempre é sinônimo de excelência. O perfume é exótico, diferentão? Sim é. Mas beira o conceitual, aquele tipo de arte que você observa, faz cara de quem entendeu e segue achando que você é burro (de não ter conseguido captar nada: absolutamente nada sobre a obra) ou que o artista é um charlatão. Peguei pesado? Desculpem. Mas já me aconteceu isso. As duas situações, na verdade…
Excess é estranho. É a flor-da-pele, notas discretas e acanhadas. Nada dos ‘ingredientes ricos, escuros e excitantes’ prometidos no Fragrantica…
Abre com aroma metálico, algo sanguíneo, de ferro. A laranja amarga sanguínea nunca foi tão vampírica! Depois aparece uma nota de madeira extremamente seca, me lembrou de feno e queima de mato seco. Patchouli, onde estás? Seria esse cheiro de terra preta dessas compradas em saquinhos de 5kg em floriculturas que te representa? O perfume projeta pouco, fixa pouco, é cheio de arestas amargas, metálicas, salinas e secas, quase ásperas. Bem lá no fundo tem uma nuance ambarina de aspecto ressecado e quebradiço. Debaixo do âmbar ainda tem algo que me lembrou de maresia…
O engraçado é que muitas resenhas dele dizem que o patchouli é tão pronunciado… e em mim nada!
E no fim, vejo que essa resenha está tão conceitual quanto o perfume…
Notas olfativas oficiais: laranja sanguínea, carvalho, patchouli, âmbar. Criado em 2011 por Margot Elena.
Não conheci outros perfumes da marca, você conhece? Me conta mais sobre eles?
* Se vc nunca ouvi falar de Cthullu, segue uma breve explicação neste link:
“IA SHUB-NIGGURATH”
Matou a pau, heim Srta. Anjos!!!!