Aouda, Comptoir Sud Pacifique

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A marca Comptoir Sud Pacifique apresentou em 2009 a coleção ‘Voyages to the Orient’. Aqui temos como estrela o Oud! Curiosidade: aprendemos na palestra da Julia que no Oriente, quanto mais Oud um perfume tem em sua formulação, mais poderosa, rica e bem posicionada socialmente é a pessoa que usa-o. 
Concluo então que o Aouda é o perfume do Saladino. Aquele, todo trabalhado no óleo e no ôro do filme Cruzada, lembram?

 

 
Segundo a marca, o perfume é unissex, mas cá entre nós, eu achei ele bem masculino. BEM masculino. As flores aparecem intensas e levemente metálicas na saída. 
E aí vem uma avalanche de notas amadeiradas e resinosas impiedosa! (nada de resina melíflua, mas resina seca, esfarelenta, com toque amargo). De repente madeiras exóticas e quase narcóticas invadem, te transportam para longe… algum lugar quente e seco, onde o sol inclemente castiga os troncos, folhas e cascas das árvores e fazem com que elas liberem a força o aroma precioso de seus cernes…
A fixação é muito boa e o aroma do Oud precioso (e caro) é o grande destaque do perfume. 
Depois de 2 horas, aproximadamente, o Oud e as demais madeiras e resinas se tornam um pouco mais mansas, ficam levemente adocicadas, picantes e deixam pra lá a virildade agressiva com a qual se apresentaram no começo. Continuam sim masculinas e contundentes, mas são um pouco mais ternas e tem lá suas ‘brechas’ de delicadeza e conforto… e convenhamos: até o grande Saladino tem que descansar né?
 
Notas de saída: rosas, gerânio, camomila.
Notas de coração: cedro, torchwood (Amyris elemifera), murta, bálsamo copahu (copaíba).
Notas de fundo: bálsamo tolu, patchouli, agarwood (oud).
 
Aouda é um das melhores fragrâncias ocidentais de Oud que já senti! Precioso!
 
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4 comentários sobre “Aouda, Comptoir Sud Pacifique

  1. Diana. um achado essa resenha! Eu sempre digo que adoro nota de âmbar, mas muitos perfumes, tanto alguns que tenho e outros que provei tem esse âmbar áspero, seco, como resina queimada. E isso me INCOMODA demais!!!

    O Ambre solinote do Arno Sorel é assim na minha pele, agressividade explícita. E eu desapeguei do lindo Midnight in Paris porque o âmbar contido nele (que nem aparece em voga máxima no fragrântica) grita e me incomoda, me coça o nariz. Eu acabo só sentindo essa nota.

    Seria eu então uma pessoa que não gosta de âmbar???
    Não, eu AMOOOO muito!
    Sabe qual perfume baseado em âmbar que sou fissurada? Ambre Gris, Balmain. É ESSE tipo de âmbar que amo. Cremoso, gostoso, quente e sensual, como uma pelica macia te esquentando em dias amenos.

    • Carla, nunca tive tal experiência com notas ambarinas. O Aouda é agressivo em sua masculinidade explícita, na força do Oud, que por si só já tem uma baita personalidade!
      O Ambre Gris é lindo demais! É um abraço!

    • Carla, babei na sua descrição do Ambre Gris! quero conhecer.

      Tenho o mesmo problema com esse caminho âmbar/madeira seca, meio um patchouli editado no picante que quer nos matar pelo nariz. Já achei essa impressão em alguns perfumes oud, o Byredo Accord Oud é assim.

      aliás, estava lendo uma entrevista com o Frederic Malle, ele falava que os ouds da perfumaria ocidental não tem nada de oud, são acordes de patchouli com coisinhas para simular o efeito, claro que sem a complexidade da materia prima original. o que não justificaria o preço maior em razão da matéria prima.

      • Te dou amostra qdo vc vier aqui em casa… chantagem! Sério essa picaretagem de Oud? Deve ser, afinal, hoje em dia tudo tem Oud, tá na moda. Mas o Aouda deve ter, me lembrou muito um que senti lá na palestra da Julia.

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