Eu estava com o nariz loucamente entupido. Fui ao otorrino e ele receitou um remédio que deu jeito no problema. O ruim é que junto com o remédio recebi a notícia que terei que fazer, inevitavelmente, uma cirurgia para retirada de adenóides… Mas como ainda demora em virtude de ter que realizar 145879 exames, não vou pensar nisso! Vou é ficar feliz que voltei a sentir cheiros e falar de um perfume muito, muito querido: o Chergui, do mestre Serge Lutens.
Serge Lutens nasceu na França em 1942, trabalhou como maquiador na revista Vogue. Em 1967 foi contratado por Christian Dior para a produção de uma linha de cosméticos. Atuou também na empresa de cosméticos japonesa Shiseido. Lá, em 1982, Lutens iniciou sua carreira na indústria de perfumes.
E eu adoraria vê-lo interpretando Drácula ou qualquer outro vampiro icônico no cinema…
Enfim, vamos falar do perfume. Foi meu primeiro perfume Serge Lutens, comprado no escuro. Li sobre as notas olfativas, algumas resenhas e voilà, que venha o Chergui! Ai, Diana, que louca, gastar toda essa grana em um perfume que você nem conhece? Pois é, sou dessas. E olha, não me arrependi nem um pouco. Se bem que hoje em dia, com o dólar a quase 4 reais talvez eu não tivesse feito desta forma.
Chergui é um perfume profundo, tem muitas ‘caras’ e tem um desenvolvimento lindo na pele. Não pode ter pressa, tem que deixar as notas surgirem a seu bel prazer, ir desnudando ao poucos.
Logo que borrifo penso em um licor, uma bebida alcoólica forte daquelas que ficam repousando em belas garrafas de cristal, sobre um aparador. Olho para os lados procurando de onde vem aquela baforada de tabaco aromático de alta qualidade cálido e doce. E o mel? De onde escorre tal líquido dourado?
Volto a realidade e meu cenário imaginário se desfaz. Depois de uns 40 minutos na pele, Chergui nos permite sentir uma faceta floral empoada, amanteigada: íris e rosas! No começo símbolos viris, como bebidas destiladas e tabaco e agora o feminino boudoir de tais flores.
Chergui superou a questão do gênero. Ele veste todas as peles.
Depois ainda sinto sândalo cremoso, leitoso e doce, quase picante. Têm âmbar, incenso discreto, longe de ser invasivo e dominante no perfume.
E lá no final, tem almíscar! Almíscar glorioso, com cheiro de roupa usada, de pele. Cheiro de quem acabou de levantar da cama depois de 8 horas de sono.
Em alguns momentos senti outras nuances no Chergui: senti chá preto fumegante, senti fava de baunilha e também algo verde e terroso, que eu pensei ser patchouli, mas é feno! E como faz diferença o tal feno! Deixa o perfume mais ‘aberto’, mais ‘aerado’.
Chergui é obra obrigatória para todos fãs de perfumes orientais e especiados. Perfume de prazeres luxuriantes!
Notas olfativas: folha de tabaco, mel, íris, sândalo, âmbar, almíscar, incenso, rosa, feno. Lançado em 2005.
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Tive uma amostra do Chergui, mas acabou vazando, mal cheguei a entender o perfume. Tenho curiosidade do La Fille de Berlin, conheces? Difícil de achar para comprar um decant.
Verdade, ele é bem complicado de achar por aí!
Pois é….
Sou apaixonada pelo Vampiro Maquiador. kkkk
Ainda que eu não curta tudo o que eu conheço dele, bato palmas, viu? Meu preferido é o rosa-poema La fille de Berlin.
Louca pra conhecer tal poema! Vampiro Maquidor é óteeeemo!