Tadinho, estava esquecido no fundo do armário… Engraçado como a gente sempre deseja perfumes novos, mas esquece os tesouros que já temos e pouco desfrutamos.
Meu Mauboussin veio de uma viagem a Foz do Iguaçu. Seu frasco é belíssimo e foi projetado por Thierry de Baschmakoff, famoso designer de vidros de perfumes.
Dei duas borrifadinhas e fiquei meia hora me perfumando o motivo de eu ter deixado ele sem uso tanto tempo… Que perfume bom!
Inicia com notas frutais. Tem uma doçura sumarenta, pensei em ameixas douradas, nêsperas, laranja kinkan, physalis. Frutas amarelas que conseguimos comer de um bocado, sem medo de parecer esganado ou ‘sem modos’…
Em meio a todo esse sumo aparecem flores bem femininas, com leve toque datado: elas fazem pensar em maquiagem, batom e pó compacto! Rosa, jasmim, o inconfundível ylang-ylang!
As notas finais são ambarinas e resinosas. Tem notas amadeiradas cheias de classe e seriedade, dão um aspecto mais maduro ao perfume. O patchouli aqui atua em parceria com as demais madeiras, dá um toque ‘abafado, adocicado e mofado’. Por isso amo tanto o patchouli, ele pode ter tantas caras: mofado, doce, achocolatado, canforado, ripongo, terroso, escuro…
Mauboussin tem uma aura saudosista, filho temporão dos anos 80!
Perfeitamente compartilhável, criado por Christine Nagel no ano 2000.
Notas de saída: mandarina, bergamota, ameixa amarela, ameixa européia.
Notas de coração: rosa turca, jasmim indiano, ylang-ylang.
Notas de fundo: âmbar, patchouli, baunilha, styrax (benzoim), sândalo, cedro.