A Índia da antiguidade e seus aromas…

Egípcios e outros povos do Oriente Médio buscavam essências e óleos perfumados na terra chamada de Punt (Punt ou Reino de Punt era o nome que os antigos Egípcios davam a uma região da África cuja localização não foi até o momento, identificada). Seria lá a Índia?

Sabemos que a Índia era rota das caravanas e rotas comerciais. Em um livro de J. Vercoutier sobre o comércio na antiguidade cita-se o fragmento de uma carta de um comerciante da Mesopotâmia: “Procure as tabuinhas de cedro… trinta quilos de murta de boa qualidade, trinta de cálamo aromático e grandes troncos de madeira de pinho e, depois, entregue todo esse material para mim…”.

Os assírios e babilônios gostavam muito das essências intensas e embriagantes obtidas das flores e resinas de árvores típicas da Índia. Das regiões meridionais da Índia também vinha uma resina balsâmica extraída da planta do espinheiro, utilizada tanto para unguentos para aromatizar bebidas. No extremo sul do país e no Ceilão, deixavam secar finas folhas da madeira de cinamomo, que depois eram enroladas e utilizadas para aromatizar alimentos (nossa conhecida canela-em-rama). A cânfora também servia como unguento e era empregada pelos egípcios para embalsamar. Em toda a Índia era produzido o cardamomo, cujos ramos depois da floração produziam sementes escuras que, espremidas, resultavam em óleo perfumado muito utilizado para massagens e na medicina tradicional indiana.

Trabalhadores na Índia fazem attar

Outros aromas que vinham da Índia:

Aloés: a sua resina perfumada servia aos persas como incenso. Os egípcios utilizavam em para embalsamar.

Cúrcuma: pó amarelo obtido de uma raiz, picante e utilizado para dar aroma e sabor aos alimentos.

Funça (não achei nenhum dado sobre tal planta): as raízes desta planta herbácea muito comum na Índia eram reduzidas a pó e deste eram feitos ungüentos perfumados.

Pimenta: era a especiaria mais valiosa. A comprida vermelha vinha da Índia setentrional, enquanto a preta era originária de Malabar e devia secar ao sol antes de sua maturação. Se o fruto em forma de espiga fosse deixado para secar depois que a maturação tivesse ocorrido, transformava-se em pimenta branca.

Matéria extraída da revista: ”O Fascinante Mundo dos Perfumes”, Ed. Planeta, Vol. 1, Fascículo 13, 1998.

7 comentários sobre “A Índia da antiguidade e seus aromas…

  1. Gosto bastante dessa matéria, que eu já conhecia das pesquisas que tenho feito ao longo desses anos. Obrigado pela publicação, Di. Tenho um palpite sobre a “funça”; talvez seja um possível nome para funcho, que é como alguns denominam a erva-doce. Foi muito legal reler essas informações, fizeram lembrar que gosto de praticamente todo perfume que tenha cardamomo e vetiver; como o Boss Bottled Sport que lhe falei. Sabe que, para um e.d.t. tão suave a fixação é impressionante! Dura mais de 6 h na minha pele e mais de 10 nas roupas. Não sei lhe explicar que técnica foi utilizada para fazê-lo, mas parece que está bem feito. #tôfã
    Espero que não mudem a formulação como fazem com alguns perfumes que já gostei e hoje não consigo mais usar

  2. Olá! Vi suas matérias e me identifiquei. Além de bem escritas, exalam bons aromas, os quais também adoro 🙂

    Vi que você extraiu essa matéria da revista “O Fascinante Mundo dos Perfumes”. Será que você poderia ajudar essa perfumada desesperançosa? Havia um perfume dessa coleção… vidrinho verde, composto por três bolinhas, uma em cima da outra, parecia feito de bolas de sabão. O cheiro era bem fresquinho. Queria MUITOOOO me lembrar do nome, mas não consigo!!! Você, por acaso, se recorda?

    Muitíssimo obrigada!

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