Tal belezura veio da excelente consultoria da Ego in Vitro, feita pelo perspicaz Daniel Barros. E eu, claro, fiquei a desejar um todinho para mim! Logo eu, dada aos arroubos dos perfumes orientais, balsâmicos, melífluos e culinários, fico frente a frente com tal Frapin. É perguntar se macaco quer banana…
1270 foi criado em 2010 por Sidonie Lancesseur para a casa Frapin, produtora de conhaque criada na região de Chateau de Fontpinot em 1270. Hoje são donos de Frapin Genevieve Frapin e seu marido, Max Cointreau. Sua filha, Beatrice Cointreau introduziu uma linha de perfumes e o primeiro da linha foi o ‘1270‘, em homenagem ao ano de fundação da marca.
Perfumes, bebidas, gastronomia, livros… prazeres incríveis! E 1270 junta habilidosamente a perfumaria, brandy e história! Praticamente perfeito…
Outro dia vi uma postagem em um grupo do facebook e fui obrigada a concordar: o ato de passar perfume através do borrifador do frasco é bem menos carregado de significado erótico do que o ato de passar o dedo no bocal do frasco e espalhar pelo corpo o líquido mágico! E senti isso esses dias ao usar até a última gota a amostra do 1270 .Conteúdo levemente oleoso, foi uma deliciosa vivência sensorial e erótica ir escolhendo os cantos da pele que iam receber tal poção! Toque cuidadoso, pele com pele, e entre os dedos o melífluo aroma…
1270 inicia com breve nota cítrica adocicada, aromas cálidos e doces! E no meio de toda essa gulodice aparecem notas incensadas, quase que podemos ‘ver’ a fumaça da sacra resina saindo em meio ao montinho de grãos de café, pedaços de cacau, fava-tonka e cascas de frutas que acabaram de ser degustadas, mas deixaram o aroma de seus sumos…
Depois de algum tempo revela flores (imagino um grande, variado e melífluo bouquet – nele, flores pequenas e de cheiro ardidinho disputam a atenção com flores gordas, repolhudas e cheias de néctar), especiarias desconhecidas, frutas secas natalinas! Aqui que entra o cognac, diria eu… a ‘quentura’ licorosa de Frapin 1270 é agora madura, acolhedora, já foram mais de 3 doses e estamos entregues…
Finaliza com madeiras doces e cremosas, baunilha e o mágico elixir: mel levemente picante, doce, dourado… E me fez pensar que mel deve ficar muito bom misturado ao conhaque, nunca tentei… em breve juntarei esses dois pecados…
E não tem mais jeito, estamos inebriados, seduzidos, lambuzados, adictos! Frapin 1270 nos têm nas mãos…
Notas de saída: laranja, resinas, cacau, café, cumarina (fava-tonka), abacaxi, ameixa.
Notas de coração: flor de Lima, notas florais, especiarias, avelãs, frutas secas.
Notas de fundo: baunilha, mel, notas amadeiradas, palo santo.
Sei que a imagem a seguir não é de um conhaque Frapin, mas achei propícia a tal perfume…
Uau! Post propício para o “Dia dos Namorados”…..arrepiei daqui…..rsrs.
Querida, já olhando o frasco neste líquido cor de ouro, fico inebriada, fascinada e ainda por cima, um perfume que nunca ouvi falar, aí atiça mais a vontade de conhecer.
Passar o perfume com os dedos, penso ser como um extrato, como dizes oleoso, e sendo assim é algo bem potente. E você contanto tua experiência “erótica”, fico aqui imaginando como não foi teus dias junto do marido amado……como a foto esplendorosa e sexy do conhaque. Um must!
Tenho o extrato oleoso (vidro pequeno), o Coty Musc. E passo assim como descreves….pontos que pulsam amor….
Um beijo (e cuidado com o mel e conhaque….tome em doses moderadas e junto do marido, sim?), rsrs.
Malú
Muito ao contrário Malu, meu marido acha meus perfumes muito fortes, gosta de poucos deles…
O engraçado é que a experiência erótica muitas vezes vem dissociada do sexo em si, é uma viagem de autoconhecimento, ou uma vivência prazerosa qualquer que não se relacione diretamente ao ato sexual! Um exemplo: comer algo que faz tempo estamos desejando! É ou não puro prazer? beira o erotismo, saciar um desejo, introjetar o objeto de nosso prazer!
Quanto a tomar o conhaque, pode contar com a gente sim! kkkkkkk
O Coty Wild Musc é um ícone, pena não ser mais aquele né?
Beijos, Malu querida!
Diana querida,
Eu vou usar este espaço com tua permissão, para fazer algumas perguntas…
Ontem passeando pela riqueza do teu blog, me deparei com tantos frascos jamais vistos e nem pesquisados (me senti uma pobre neste mundo perfumado, rsrs), mas gostaria de saber, matar minha curiosidade. Você disse aí em cima para mim que teu marido acho forte a maioria dos teus perfumes….bom, eu gostaria de saber tua opinião em relação aos teus frascos serem ou não parecidos com o mundo perfumado mais comum de se ver nas prateleiras, como exemplo: Chanel, Hèrmes, Prada, Boucheron…..que considero os fortes e classudos que tem por aí, sei que tem mais. Mas como vi tantos frascos diferentes aqui resenhados, curiosei em relação a diferença que eles possam ter.
Vou pesquisar devagarinho teu blog, tem muita coisa interessante que jamais ousei imaginar…um primor!
Agora queria te pedir um grande favor (se estiver ao teu alcance), pois vi que amas os perfumes que contem Civeta, e eu nem me dei conta que também, afinal o amado de minha vida é o
” FIRST Da Van Cleef & Arpels”, e ele tem Civeta. Que tal você passar em uma loja, provar e se deliciar com ele e assim fazer uma resenha cheia de maestria como tu fazes ???? Amaria por demais, pois você tem um olhar diferente, tens palavras que sabem tocar no fundo de nosso coração, sabes descrever as combinações de aromas perfeitamente….(e eu só sinto é amor incondicional por ele, rsrs), ficaria honrada se visse aqui uma resenha dele, o que achas??? E se gostas dessa nota, gostarás dele. E eu já anotei os da listinha para cafungar por aí, pois aguçou minha curiosidade.
Um beijo muito carinhoso e obrigada
Malú
Malu, o First me é muito querido também, tenho o bonito e em breve falarei sobre ele, pode deixar! O aroma animálico dele (algo entre o xixi e o suor) me agrada muito, torna o perfume tão humano e sexy né?
Lembro que atualmente a civeta, almíscar e demais ‘ingredientes’ são de ordem sintética, pois existem proibições quanto a extração e uso de tais ingredientes na cosmética/perfumaria. Além de potencialmente alergênicos (dizem…) o modo de extração é cruel e caro demais…
Quanto aos frascos, não entendi bem a pergunta, pode explicar melhor por favor?
Quanto a ser ‘pobre’ no conhecimento, todos ao mesmo tempo somos e não somos: somos, pois temos sempre muito a aprender sobre a perfumaria! Não somos, pois já temos o principal: amor a tal arte infinda e riquíssima!
Beijos!
Oi querida, obrigada pelo retorno.
Bom na verdade, queria saber a proximidade que um perfume “diferente e não conhecido por minha pessoa”, tem com os mais famosos. Um exemplo que vi no correr dos meses resenhados: Molinard, Naf Naf, Asham, Jean Desprez, etc….se parecem com alguns clássicos por exemplo??? Até mesmo esse resenhado aqui o 1270 Frapin, que nunca tinha visto. Consegui me expressar???
Ah Diana querida já vi que no dia 28 de novembro de 2012, você resenhou o First, lindamente, mas poderias comparar um EDT (que tenho) e um EDP (que não conheço)???
E também encontrei a resenha do tão pesquisado Femme Rochas no dia 17 de outubro de 2012….vou ler atentamente sobre ele, obrigada.
E aproveitando e não querendo ser “chata”, mas já sendo né? Não sei se tem resenha ou falas dele, mas ainda estou pesquisando tuas resenhas devagar….queria muito saber sobre o perfume La Perla EDP (frasco antigo), conheces??????
Obrigada pelo carinho e um beijo (tô tomando aula aqui sempre…um grande prazer).
Malú
Malu, na verdade tais marcas que vc citou (e até então, desconhecidas para vc), nada têm a ver com outras mais ‘populares’, vamos colocar assim. Os frascos se parecerem pode ser mera semelhança! Se podem se parecer com outras? Pq não? No mundo da perfumaria temos tantos exemplos de perfumes semelhantes, não é? E algumas são bem antigas, vide Molinard (que é de 1849) e Jean Desprez (que é de 1962). A questão é que são marcas pouco conhecidas no Brasil e é uma pena, são de grande excelência! outras são marcas de nicho que não possuem representação no Brasil, a exemplo do Frapin.
Prometo que tentarei conhecer o First EDP!
Não conheço o La Perla antigo, infelizmente!
Vc nunca é chata, é um prazer poder tirar algumas de suas dúvidas.
Beijos, Malu!
Nossa Diana suas resenhas são quase oníricas, brigado por provocar esses devaneios em minha minhs mente ^^,
E sim, mel e conhaque “casam” super bem. Tente
Obrigado, Rafael! As vezes me empolgo e as resenhas ficam mais caprichadas! E é o efeito do perfume, alguns merecem! Tentarei o conhaque com mel!
Adooooro esse Frapin,
Resenha estupenda Diana! tenho um decant dele. Entra dentro da categoria que mais adoroo, os orientais com pegada gustativa. Desejando o frasco 10 x, mas cadê dindin pra investir? Continuo com o meu decantezinho….
bjxxxx
Eu tbém desejo muito Carla, mas por enquanto não tenho esse tutu. Mas é nossa cara esse 1270, num é?