No dia 28 de agosto, as 19h, a Faculdade Santa Marcelina, em parceria com o Grupo Boticário promoveu a palestra ‘Um passaporte ao mundo sensível dos perfumes e aromas’. Tal palestra foi ministrada por Mônica Rossetto: perfumista (já atuou na Symrise, Givaudan), docente do curso de pós graduação da FASM, palestrante, atriz.
Saí do trabalho as 18h, corri feito louca, andei mais do que imaginava e cheguei esbaforida as 19:04h! Ufa! O importante é que deu tempo!
Monica iniciou a palestra falando da importância do olfato e das sutilezas deste sentido, de como ele pode nos despertar lembranças, sentimentos, aversões. É nosso sentido mais ‘primitivo’, ajudou o homem pré-histórico nas caçadas, avisou sobre a presença do inimigo e a qualidade dos alimentos. Refinou-se com a evolução da espécie, mas continua sendo um sentido extremamente ligado as nossas emoções. E o mais engraçado? Ainda temos muitas dificuldades de nomear o que o olfato nos proporciona! ‘Emprestamos’ termos derivados de outros sentidos (visão, audição, tato, paladar) para nomear sensações que o olfato nos trás. Quer um exemplo? Quem nunca disse estar sentindo um ‘cheiro doce’? Olha o paladar aí…
Contou ainda sobre o trabalho do perfumista, da abundância de matérias primas disponíveis na durante a criação de uma fragrância: mais de1.500!
Discutimos ainda sobre a relação que temos com os cheiros produzidos pelos nossos corpos: fazemos de tudo para nos ‘livrar’ de nossos cheiros e adquirirmos outros considerados desejáveis, através de perfumes, cosméticos, cremes. Nos privamos de algo que é nosso para nos cobrir de algo que julgamos nosso… E essa é a brincadeira, quem você quer ser hoje?
Monica ainda nos apresentou uma série de 7 matérias-primas de um perfumista, e antes de sabermos o que eram de fato, falamos sobre nossas impressões. Não existia certo ou errado!
Vou colocar aqui minhas impressões, de 1 a 7, depois falo sobre o que eram de fato e o que Monica disse sobre cada uma:
1 – Senti balinhas de frutas, vitamina de frutas, acetona, esmalte de unha;
2 – Chiclete bubaloo sabor melancia, erva-doce, ar-condicionado;
3 – Jasmins, pasto, grama pisada;
4 – Amendoado, baunilha, heliotrópio, comidas natalinas;
5 – Torradas, manteiga;
6 – Estrume, ranço, manteiga rancidificada, queijo curado estragado, vômito de bebê;
7 – Gel de massagem, vick vaporub, gelado, pasta de dente.
Coisa doida né? O mais interessante era ouvir o que as pessoas ali presentes sentiam a cada experiência! Ouvi desde ‘bosta’ até ‘perfume da baunilha da Victoria Secret’!
Enfim, o que eram tais substâncias? Eram matérias-primas usadas na perfumaria e algumas até mesmo na fabricação de alimentos! Daí explicou-se que muitas vezes a substância é prejudicial se ingerida, então ela pode ser usada na perfumaria e cosmética, mas não na indústria alimentícia, e vice-versa! Legal né?
Bom, vamos lá, ver o que eram de fato os 7 ‘elementos’ citado aí em cima?
1 – Lembra maçã verde ou pêra, passa sensação de ‘suculência’ e frescor. Não anotei o nome…
2 – Floralzone: cheiro atmosférico, ozônico, aquoso, transparente;
3 – Jasmim Absoluto;
4 – Heliotropina;
5 – Pão! Delicioso composto que imita o cheiro de pão torrado, amanteigado! Dá fome e vontade de morder;
6 – Civet: animálico, corpóreo, sujo. Usado em minúsculas doses na perfumaria, para dar ‘alma’ a um perfume;
7 – Salicilato de metila (usado no gelol, emplastro salompas).
Depois ainda ‘classificamos’ esses odores em um gráfico dividido da seguinte forma: narcótico, erógeno, anti-erógeno e estimulante. Aqui a percepção era pessoal, cada um devia encaixar os odores onde quisesse. Meu gráfico ficou assim:
3 – entre o narcótico e o erógeno;
6 – erógeno;
4 e 5 – entre o erógeno e o estimulante;
1 e 7 – estimulante;
2 – entre o anti-erógeno e o estimulante.
Que vivência interessante né? Além de conhecermos matérias-primas pudemos falar sobre as sensações e lembranças que cada uma delas despertou!
Em outras palavras: a palestra foi excelente! Agradeço a Monica Rosseto, a FASM e ao Espaço Perfume Arte + História por tal experiência!