Olympea, Paco Rabanne

olympea

Estive 4 vezes na mesma perfumaria pedindo para provar o Olympea. A antipática vendedora certamente pensou ‘essa mulher tá vindo aqui se perfumar de graça‘ ou ainda ‘olha a pobre, não tem dinheiro pra comprar o perfume e vem aqui estorvar todo dia‘… Querida vendedora, te digo uma coisa: ACERTÔ, MIZERÁVI!

E agora ainda vou contar uma historinha. Era uma vez a Escolinha de Perfumes inaugurada pelo La Vie Est Belle. Todas as marcas, quando desejavam lançar um novo perfume, iam espiar na Escolinha La Vie, pedir aconselhamento e tentar abocanhar uma fatia da fama e do faturamento do bonito em questão. E o bem sucedido La Vie segue todo pimpão, com um monte de flankers para andar de galerinha no shopping, nada abala seu popularesco reinado e muitos, muitos, muitos nasceram (e nascem ainda) à sua sombra. Quando isso vai acabar, meu Deus, quando?

Aí tem o Olympea, dono desse post. Não diga, por favor não diga que ele não fez ao menos um cursinho rápido na Escolinha La Vie. Ah, ele fez! Se não fosse o tom salino que o salva da mesmice…

Inicia com notas picantes e doces, você fica sem saber dizer se são frescas ou quentes. Coisas picantes muitas vezes fazem isso com minha percepção… E tem uma doçura cor-de-rosa, me fez pensar em pralinê… Surge então um sal poeirento, fino, refinado ao limite do possível! Na hora lembrei vagamente do Womanity, mas aqui é tudo menos ousado né, não pode desviar muito dos ensinamentos da Escolinha La Vie…

E o Olympea fica enfim, interessante. Lembrei que os gregos gostavam de esportes e cultuavam o belo, um corpo atlético era motivo de admiração. E que os atletas gregos  eram untados em óleo, que auxiliava a mascarar odores desagradáveis que seus corpos viessem a exalar.  Depois do esporte os atletas tinham que raspar a poeira, o óleo e o suor do corpo, para isso eles tinham um utensílio chamado estrígil, que era praticamente uma espátula usada para raspar a sujeira do corpo.

Aí tudo começou a ‘combinar’ dentro da minha cabeça: o tom salino do suor, o leitoso/picante da pele, o doce/cremoso do óleo. Comecei a gostar mais de você, Olympea…

É um perfume que evolui graciosamente, muitas notas vão e voltam e não te deixam enjoar do perfume. Ele tem momentos mais ‘abafafos e fechados’, momentos mais ‘abertos e radiantes’.  Eu ousaria dizer que é um perfume úmido, dá pra entender?

As notas finais são leitosas, cremosas e sensuais. Tem sândalo, âmbar gris e outras madeiras.

É salvo pelo sal, o Olympea. Inclusive foi ele que me fez viajar até a higiene dos atletas gregos…

O frasco é muito bonito, lateralmente adornado por uma coroa de louros. Os atletas eram premiados com coroas de pequenos ramos de oliveira entrelaçados, que representavam a suprema glória.

Notas de saída: água de jasmim, mandarina, flor de gengibre.

Notas de coração: baunilha, sal.

Notas de fundo: âmbar gris, madeira Cashmere, sândalo.

Apresentado em 2015 e criado pelos narizes Loc Dong, Anne Flipo e Dominique Ropion.

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Leia resenha do Olympea no Van Mulherzinha, que tem uma opinião bem parecida com a minha.

Fonte: seguindopassoshistoria.blogspot.com.br/2012/08/olimpia-e-os-jogos-olimpicos.html

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4 comentários sobre “Olympea, Paco Rabanne

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