Vou tentar colocar com certa frequência aqui no blog partes de obras literárias onde, em meio a narrativa, o perfume ganha destaque. Para inaugurar tal tipo de postagem, começo com um fragmento do clássico “O Retrato de Dorian Grey”, do fabuloso Oscar Wilde:
“E ele, agora, portanto, estudaria perfumes e os segredos de sua manufatura, com o destilar de óleos e aromas intensos e o calcinar de resinas fragrantes do Oriente. Viu que não havia, na mente, estado de espírito sem contrapartida na vida sensual e lançou-se a descobrir as inter-relações verdadeiras, a imaginar o que havia no olíbano que nos deixava místicos; no âmbar, o que revolucionava nossas paixões; nas violetas, o que despertava a lembrança de romances idos; no almíscar, o que conturbava o cérebro; no champó, o que maculava a imaginação; a procurar, insistente, elaborar uma psicologia real dos perfumes e a avaliar as diversas influências das raízes de aroma adocicado, as flores poliníferas, aromatizadas, dos bálsamos aromáticos, das madeiras escuras, fragrantes, do espicanardo que causa náuseas, da hovenia que alucina os homens, e dos aloés que, se diz, são capazes de expelir da alma a melancolia”.
Segundo a biografia, o perfume favorito do Oscar Wilde era o Malmaison da Floris…
Sua composição:
Notas de saída: cabnela, cravo (especiaria), limão almafi.
Notas de coração: cravo (flor), rosas, ylang-ylang.
Notas de fundo: cedro, almíscar, baunilha, patchouli.
Precisa dizer que eu queria muito?
Floris? Também queria…
Agora, espicanardo a última vez que li foi nos meus 9 anos lendo livros velhos da minha vó… hahahahah Só sabia que servia pra chá, mas hoje descobri que é capim-limão…
Olha só nossa sintonia, também estava pensando num projeto meio literário, mas será diferente (quanta diversidade em 2013!)…
Agora, qual será o próximo livro que você vai colocar?
Curiosíssima!!!!!!
Precisa dizer que adorei sua ideia?
Nossa, ia pesquisar do espicanardo agora! Capim limão, que delícia!!! Olha, não sei de qual vou falar depois, mas acho que serei óbvia e citarei “O Perfume”, não dá pra deixar ele de fora disto né… obrigada por gostar da idéia, não quero só ficar fazendo resenhas, quero abordar a perfumaria em um todo, com todas suas possibilidades…
Eu lembro que, quando li O Guarani pela primeira vez eu era muito pirralha (meio precoce, li com 10-11 anos) e fiquei impressionada quando a Isabel planeja se matar com incensos. Foi lá a primeira vez que vi a palavra benjoim me impressionou e ficou gravada na minha memória. Quem sabe este trecho entre na programação?
Vamos ver, vamos ver…
Que delícia sua idéia! Tem como não amar?
Falando nisso, gosto muito da seguinte passagem de uma crônica da minha mega diva Clarice Lispector: “Eu me perfumo para intensificar o que sou. Por isso não posso usar perfumes que me contrariem. Perfumar-se é uma sabedoria instintiva. E, como toda arte, exige algum conhecimento de si própria. Uso um perfume cujo nome não digo: é meu, sou eu. Duas amigas já me perguntaram o nome, eu disse, elas compraram. E deram-me de volta: simplesmente não era delas. Não digo o nome também por segredo: é bom perfumar-se em segredo.”
Van, sua estraga prazeres! Em breve falarei da Clarice, já tem até texto pronto!!!!
hahahahaha Oops!
Mas garanto que seu texto vai ser bárbaro e puro sucesso!
Putz, que feio, esqueci de pedir desculpa. rs
Desculpa! [2x]
Que coincidencia! Estou lendo este livro! Alguem conhece. algum perfume que tenha hovenia na composiçao? hahahaha me interessei bastante!
Ainda não pesquisei sobre a hovenia! Em breve, em breve! Acabei de ler tal livro recentemente também!